Márcia: Não agüento mais as exigências da mamãe. Qualquer dia destes eu nem sei o que faço. Seria melhor se não...
Mãe: Minha filha... mal chegou e já vai sair novamente?
Márcia: Já sei até de cor o que a senhora vai recomendar...
Mãe: Pois é, minha filha, já que você sabe, só vou lhe dizer mais uma coisa: Não esqueça de agradecer a Deus por ter uma mãe que lhe faz recomendações.
Márcia: Por falar em Deus, agora me lembro, desde a minha confirmação que não fui mais à igreja. Acho que vou aparecer por lá só no dia do meu casamento...
Mãe: Não foi isso que lhe ensinei, minha filha!
Márcia: Chega, mãe! Todos os dias é a mesma coisa. Depois reclama que eu não fico em casa. Também pudera! Agüentar todos os dias os seus sermões. Eu vou sair...(sai)
Mãe: Ah! Minha filha nem lembrou que hoje é o meu dia. Quando era pequena, sempre se lembrava... que saudades. Parece que estou vendo ela se aproximar de mim com um cartão e me desejar felicidades. Que diferença! (ora) Oh Deus, olha para minha filha e mude sua maneira de viver!
CENA II
Andréa: (sentada com ar tristonho)
Márcia: (aproxima-se pensativa) Que será que aconteceu com ela? Eu nunca vi a Andréa desse jeito! (aproxima-se mais) Como vai, Andréa? Está brava porque demorei?
Andréa: Não, nem percebi que você demorou.
Márcia: Demorei muito porque estava... Ué, mas o que foi, hein? Se não está brava comigo, o que aconteceu?
Andréa: Nunca em minha vida estive tão triste como hoje!
Márcia: Algum sermão que sua mãe lhe pregou?
Andréa: É por isso mesmo que estou assim.
Márcia: Ah! Não liga prá isso, menina. Essas mães são assim mesmo!
Andréa: Acho que você não entendeu o que eu quis dizer.
Márcia: Então sua mãe deve ser pior do que a minha.
Andréa: Bem, acho que você não entendeu o que eu quis dizer. Você está deturpando as coisas. Antes que você pense coisas erradas, deixe eu falar. (explica) Estou assim porque não tenho uma mãe prá me dizer o que devo fazer. Se faço algo errado, não tenho uma mãe para me repreender. Se saio de casa, não tenho ninguém para fazer recomendações. Eu não...
Márcia: (interrompendo) Espera aí! Você é que deveria estar feliz, porque eu não agüento mais. Todos os dias minha mãe me faz uma porção de recomendações e tudo o que eu faço sempre está errado.
Andréa: Pois é isso que eu queria, Márcia. Uma mãe como a sua... A minha morreu há muito tempo.
Márcia: Ah, Andréa... deixa de fazer charme. Logo hoje que eu estou programando um passeio legal para a gente... Por que você lembrou disso? Já faz uns quatro meses que a gente sai juntas e nunca você falou de sua mãe. Por que logo hoje foi lembrar?
Andréa: Por que hoje, Márcia, é o dia das mães. Fico boba com você. Tendo uma mãe e não se lembrar deste dia tão importante.
Márcia: (suspirando) Ai! Como é que eu não lembrei disso??
Andréa: Nunca é tarde para fazermos uma homenagem para alguém.
Márcia: Ainda mais quando estamos conscientes do que fazemos. Venha. Vamos, tenho uma surpresa para você que me fez sentir o valor de minha mãe, e outra para ela. Vamos, rápido...
Andréa: Ei, aonde vamos?
Márcia: (puxando Andréa) Venha, Andréa, venha. Eu lhe explico no caminho
CENA III
Márcia: Então, o que vamos dizer?
Andréa: Vamos dizer assim: Felicidades, porque hoje é o seu dia.
Márcia: Não, assim é muito simples. Que tal se dissermos...
Alguém: (entra interrompendo) Márcia, venha comigo. Não se assuste.
Márcia: (Preocupada) O que aconteceu? Espere aí, Andréa, eu já volto. (sai e volta depois de alguns minutos, com ar de choro. Abraça Andréa chorando) É tarde, Andréa, é muito tarde.
Andréa: O que foi? O que aconteceu?
Márcia: Minha mãe... ela morreu!
Andréa: É, agora você vai sentir a falta que uma mãe faz. Ainda mais uma mãe como a sua. Ela era a mãe ideal, preocupada com sua filha. Mesmo assim, ela está feliz junto a Deus, lá no céu. Márcia, não esqueça: O Senhor a deu, o Senhor a tomou. Bendito seja o nome do Senhor.
(Autor desconhecido - Adaptado por Rev. Éder C. Wehrholdt (maio 2001))
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