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segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Apocalipse (03) - Ap 1.9-20

1.9-11 – O recebimento da visão: lugar, dia e destinatários
João simplesmente se identifica como irmão e co-participante com seus leitores em três aspectos: a) na tribulação – acompanha os cristãos de uma maneira bem pessoal; b) no reino – o reino militante nos prepara para o reino triunfante, onde Cristo é rei e nós seus súditos. Em Cristo, estamos na graça, preparando-nos para a glória que há de vir; c) na perseverança – lutamos para preservar a certeza da salvação pela cruz de Cristo. Esta é a dimensão da nossa fé.
Devido a isto, João é exilado na ilha de Patmos por Domiciano, imperador romano de 81 a 96 A. D. Patmos é uma pequena ilha de aproximadamente 160 km2, destinada a presos.
Num dia especial, no dia do Senhor, João recebe as visões. O dia do Senhor é compreendido como sendo o dia de ação de Deus em prol da humanidade pecadora. Os cristãos o vincularam ao domingo, por causa do primeiro dia da semana, conforme a ressurreição de Jesus.
João recebe as revelações num estado mental e espiritual fora do comum. Foi num estado de êxtase espiritual, um estado de arrebatamento.[i] João estava fora da dimensão humana, consciente daquilo que estava vendo e ouvindo.
Nesta situação fora do normal, João recebe a ordem de escrever e mandar às sete igrejas a partir de uma trombeta. O som que partia da trombeta simboliza um grito de alerta, mas um som inteligível, compreensível.
O que João vê é o conteúdo do Apocalipse – tudo isso ele precisa escrever em um livro e enviar às sete igrejas da Ásia, quer dizer a todas as igrejas cristãs. O livro a que se refere o texto provavelmente tenha sido um rolo de papiro, de aproximadamente cinco metros.[ii]

1.12-16 – O conteúdo da revelação
O que João viu? Ele viu a Cristo glorificado, Salvador e Senhor sobre todas as coisas, em meio a sete candelabros, que são a igreja. Os sete candelabros representam a totalidade da igreja de Cristo na terra.
Jesus glorificado está no meio das igrejas vestido de vestes talares. Estas vestes e ornatos representam o poder de Cristo, assim como era com o sumo sacerdote no Antigo Testamento. O poder de Jesus aparece também na sua própria identidade: cabeça e cabelos brancos, olhos como chama de fogo, pés como metal brilhante e voz como de muitas águas. A imagem da pessoa de Jesus nos faz pensar em alguém que tem o controle de tudo e de todos, alguém insuperável. Por isso, João é chamado a ver o centro da revelação: Cristo.
O instrumento que Cristo tem em sua mão direta são as sete igrejas. Cristo é poderoso sobre os cristãos, a fim de que estes cumpram sua missão na terra. A igreja é instrumento do poder de Deus na terra. Da boca de Cristo sai uma espada de dois gumes. A espada significa juízo de Deus, com duas facetas: condenação e salvação. Tudo isto rodeado de uma glória inexplicável, mais forte que o brilho do sol.

1.17-20 – O consolo da parte de Deus
Após perceber o poder glorioso de Cristo, João que em estado de humildade cai e se prostra como morto, ele recebe o consolo daquele que pode consolar todo coração aflito e contrito por causa do juízo do Senhor de tudo e de todos.
A mão direita do Senhor sobre João é um grande consolo e muito mais as palavras: Eu sou o Primeiro e o Último, aquele que vive, pois estava morto mas ressuscitou. Para os cristãos, o grande consolo da mensagem da Páscoa se traduz em esperança e certeza da vitória de Cristo sobre todos os seus inimigos, pois Cristo tem a chave da morte e do Inferno.
Mesmo sabendo do Juízo da parte de Deus, o conforto do perdão dos pecados e da vitória de Cristo sobre todos os inimigos é dado a João para ser escrito e testemunhado. Tudo isto visa confortar e animar a igreja militante a continuar fiel às promessas de Deus que nos remetem ao passado, presente e futuro.
O versículo 20 é uma explicação da visão que João teve. Os símbolos são interpretados pela própria revelação de Jesus. Com as palavras de Rottmann: "Poderíamos parafrasear o v. 20 da seguinte maneira: 'Certamente João, você gostaria de ter uma interpretação daquele mistério que viu naquele quadro das sete estrelas na minha direita e dos sete candelabros, os grandes, os de ouro. Pois bem; eis aí a solução, que é aplicável também a revelações futuras: as sete estrelas são os mensageiros das igrejas, e os candelabros são as igrejas.' Temos, neste versículo, portanto, um dos exemplos mais claros em que palavras aparentemente obscuras são interpretadas por palavras da própria Bíblia. Não mais poderá haver dúvidas sobre seu sentido, sempre que numa das revelações aparecem estas figuras. Podemos, no entanto, dentro do simbolismo do livro, aplicar as verdades reveladas nestas figuras às igrejas e seus mensageiros de todos os tempos e todos os lugares, quando e onde o povo de Deus existir, até ao fim."[iii]

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Notas de Rodapé
[i] ROTTMANN, p. 62.
[ii] ROTTMANN, p.65.
[iii] ROTTMANN, p. 78.

(Rev. Clóvis Prunzel)

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