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segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Apocalipse (04) - Ap 2.1-17

Introdução
As cartas registradas nos capítulos 2 e 3 formam um conjunto, representando assim orientações que se completam destinadas aos cristãos de todos os tempos e todas as épocas.
Elas apresentam as mesmas características: a) a ordem de escrever ao anjo da respectiva igreja; b) um título sublime a Cristo, tirado da visão inicial; c) a ênfase em Cristo glorificado que conhece bem as igrejas; d) de acordo com a condição da igreja, Jesus expressa louvor e promessa ou reprovação e advertência (lei e evangelho); e) um anúncio da volta de Cristo; f) uma exortação para quem é cristão, a fim de que preserve este conteúdo da carta.[i]

Ap 2.1-7 - A Carta à Igreja de Éfeso
A cidade de Éfeso era muito importante no início da história da igreja. Evangelizada por Paulo, tornou-se o centro da igreja na Ásia, sendo local de moradia do próprio João. A igreja de Éfeso era tão importante na época como as igrejas de Jerusalém, Corinto e Roma.
Mas, nem tudo na igreja corria bem. Paulo já havia advertido à congregação de entrariam nela "lobo vorazes que não pouparão o rebanho" e que dentre eles "se levantarão homens falando coisas pervertidas para arrastar os discípulos atrás deles" (At 20.29,30).
As palavras que Jesus ordena escrever são destinadas ao "mensageiro" da igreja de Éfeso, ao pastor da igreja. A ordem é dada por aquele que guarda firme as sete estrelas em sua mão direita e que anda no meio dos candelabros. Jesus tem em sua mão direita os pastores das igrejas e se movimenta em meio aos cristãos de forma onipresente.
Pelo fato de estar em meio à igreja, Cristo conhece a situação da igreja e de seus membros. Conhecendo, ele as identifica como verdadeiras ou falsas. Os problemas da igreja são de ordem doutrinária e moral. Não conhecendo a verdade, obviamente que não praticam a vontade de Deus. Como conseqüência disso, a advertência vem à alguém que perdeu seu primeiro amor, deixou de ser cristão. Se não houver arrependimento, mudança completa de vida, a igreja deixará de existir em meio à cidade. Se observarmos hoje a situação de Éfeso e, especialmente da Turquia, perceberemos que a fé cristã é muito pequena naquele país. Éfeso já nem existe mais, só ruínas.
A razão dos problemas da igreja tem uma fonte: os nicolaítas (v.6). Conhecidos por misturarem pensamentos cristãos com pensamentos da filosofia humana, deturparam completamente a mensagem salvadora, levanto muitos à perdição eterna. Posteriormente a eles, o gnosticismo (também a mistura entre pensamentos cristãos com a filosofia grega) tomará conta de muitos cristãos, deturpando a mensagem bíblica.
Bem-aventurado aquele que ouve o que o Espírito Santo diz. A bem-aventurança está ligada ao madeiro da vida, à cruz do Gólgota. Os verdadeiros cristãos crêem na obra de Cristo, que os leva de volta ao paraíso, onde não há pecado, voltando-se ao estado original da criação de Deus.

Ap 2.8-11 – A carta à Igreja de Esmirna
Ao pastor da igreja de Esmirna, diz Jesus (observe como Jesus aparece nesta carta: como o Primeiro e o Último, o que estava morto e tornou a viver): "conheço a situação de vocês, mas não desanimem. Fiquem firmes até a morte, que lhes concederei a vida eterna".
A igreja de Esmirna é aquela que representa a perseguição por causa do nome de Jesus e conseqüentemente a falta de crédito. Os cristãos, que sofrem por causa da fé, precisam fugir e não conseguem se estabelecer e, por isso, são pobres materialmente. Toda esta tribulação e pobreza tem uma origem: a blasfêmia dos judeus. Todo o Novo Testamento está repleto de situações onde são os judeus que instigam o povo contra os cristãos. E estes são a Sinagoga de Satanás, como diz Jesus.
As palavras de Jesus querem animar a igreja para que mesmo sofrendo levante sua cabeça e siga em frente, pois a provação passará e receberá a coroa da vida. A coroa é símbolo de poder e riqueza, mas não a riqueza material e humana; a riqueza que é fruto da obra de Deus, a coroa da vida, que não sofrerá com a segunda morte, a morte espiritual, que segue a primeira morte. Os verdadeiros cristãos que permanecem firmes e fiéis às promessas de Deus são vencedores sobre os problemas causados pela desgraça e desajuste humano, que leva à primeira morte, a morte física, mas a morte espiritual não ocorrerá e serão libertos e vivos eternamente. Quem quer ser cristão, que viva isto, crendo.

Ap 2.12-17 – A carta à Igreja de Pérgamo
Jesus, chamado aquele que tem a espada de dois gumes, chama a atenção dos cristão de Pérgamo para viverem longe dos falsos deuses. Na cidade haviam vários altares a diversos deuses, entre eles Zeus e Esculápio, o deus da medicina.
Por causa dos diversos alteres, Jesus a chama de trono de Asatanás. Também nesta cidade, morreu Antipas, um cristão, por causa de sua fé. A exortação de Jesus é para se guardar firme dos inimigos, A citação a Balaque nos faz lembrar do que este profeta fez com o povo de Israel no Antigo Testamento, desviando-o dos caminhos de Deus e conduzindo-o à desgraça do pecado.
Os nicolaitas são aqueles que desviam os cristãos do caminho de Deus, levando-o à prostituição e à adoração a falsos deuses.
Sobre os inimigos de Jesus, vem o julgamento. A espada de dois gumes representa o julgamento, que traz ou salvação ou condenação sobre os seres humanos. Por isso o arrependimento é necessário, a fim de que os verdadeiros crentes reconheçam seus erros e sua dependência de Deus. O juízo vem sem demora. A disciplina é fundamental para se manter a verdade de Deus no meio da congregação; cristãos não arrependidos precisam ser excluídos do meio do povo de Deus a fim de não contaminarem ainda mais os demais irmãos.
No dia do juízo final, virá a sentença final sobre aqueles que não se arrependeram – a condenação eterna. Portanto, àqueles que irão permanecer fiéis receberão as bem-aventuranças da parte de Deus, descritas como o maná e uma pedrinha branca. O maná significa a festa dos céus e a pedrinha branca, geralmente associada ao ingresso de entrada. Sobre a pedrinha está escrito o nome de Jesus, a chave e o pagamento que nos leva aos céus. E Jesus só é conhecido por aquele que nele crê e quer viver.
As cartas escritas são grandes exortações a nós cristãos a não nos desviarmos do caminho que nos conduz aos céus, considerando bem-aventurado aquele que permanecer fiel às promessas de Deus, cumpridas em Jesus Cristo.

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Notas de Rodapé:
[i] ROTTMANN, p. 80.

(Rev. Clóvis Prunzel)

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