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segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Lc 17.11-19 - Voltemos para agradecer

Certo dia, Deus enviou um anjo à terra, com uma grande cesta, para recolher todos os pedidos e súplicas das pessoas no mundo. O anjo demorou para dar a volta ao mundo, e retornou cansado, com a cesta transbordante de pedidos e súplicas. Deus atendeu um a um a todos os pedidos. E depois de certo tempo, tornou a enviar o anjo de volta ao mundo, agora para recolher todos os agradecimentos, os muito-obrigados. O anjo deu a voltou ao mundo num instante, e voltou descansado e com a cesta praticamente vazia!

Clamamos a Deus na hora do aperto, nas enfermidades, secas e necessidades! Suplicamos porque ele nos mandou invocá-lo na angústia e prometeu nos ajudar. Mas nós, muitas vezes, não nos esquecemos de agradecer?

Dez leprosos suplicaram a Jesus por compaixão. Jesus se compadeceu deles e os curou a todos. Nove deles, porém, se esqueceram de agradecer. Somente um estrangeiro, um samaritano, voltou, dando glórias a Deus em alto voz. Prostrou-se aos pés de Jesus e lhe agradeceu. “Então, Jesus lhe perguntou: Não eram dez os que foram curados? Onde estão os nove? Não houve, porventura, quem voltasse para dar glórias a Deus, senão este estrangeiro? E disse-lhe: Levanta-te e vai; a tua fé te salvou” (Lc 17.17-19).

Voltemos para agradecer! Na Festa da Colheita nos recordamos de todos os benefícios do Senhor para conosco, das sus bênçãos materiais e espirituais, e somos puxados de volta para agradecer!

1. Jesus ouve o clamor e socorre na dor! – Jesus curou os dez leprosos porque eles clamaram por sua compaixão. Jesus se compadeceu deles. Jesus curou os dez.

A lepra era um doença grave e incurável nos tempos bíblicos, praticamente como o são a AIDS e o CÂNCER hoje! Os leprosos sofriam fisicamente. A pele deles, doente e ferida, apodrecia de sobre os seus corpos. Mesmo vivos, eram cadáveres ambulantes! A única certeza que tinham era a morte iminente!

Eles também sofriam emocionalmente. Por sua doença ser contagiosa, eram separados da família, da esposa e filhos, dos pais, parentes e amigos; eram excluídos da sociedade, da cidade, igreja e cultos.

A única companhia que eles podiam desfrutar era a de pessoas infelizes que tinham a mesma sorte deles, a mesma doença, para “viverem” a sua deplorável situação.

Quando eles se encontravam com outras pessoas, de longe já deviam gritar: “Imundo, imundo!”, a fim de as pessoas se desviarem deles para não se contagiarem.

Os leprosos, portanto, tinham uma vida sofrida e um morte dolorida. Sentiam-se excomungados e malditos de Deus e dos homens. Era uma situação deveras desesperadora!

Agora podemos compreender por que eles ficaram parados de longe e clamaram: “Senhor, tem compaixão (piedade) de nós”! Nada tinham para dar. Tudo tinham para pedir. Eram pobres e necessitados!

E agora também podemos entender por que Jesus, que veio trazer vida, ajuda e esperança a este mundo em morte, os curou a todos! Porque a sua compaixão e o seu amor para com o pobre e necessitado não conhecem limites e fronteiras! Ele sente toda a dor deste mundo mortal – a sua e minha também!

Um estrangeiro, o samaritano curado, aquele UM dos dez, percebeu a grandeza deste inefável amor divino. Não pôde mais se conter. Sentiu-se puxado de volta. Ele VOLTOU PARA AGRADECER!

2. Somos aqueles DEZ! – Nós temos muitos e grandiosos motivos para sempre VOLTARMOS AO SENHOR PARA AGRADECER! Somos aqueles DEZ, e muito mais do que aqueles DEZ!

Só o fato de não termos uma doença terminal, incurável, é presente do puro e inefável amor de nosso Deus e Pai! Ele nos dá saúde, alegria e disposição para vivermos e usufruirmos suas boas dádivas.

Podemos viver com a nossa família e conviver com os irmãos na congregação; podemos render culto a Deus na companhia dos irmãos e das pessoas da nossa família, dos filhos e dos parentes e amigos.

Podemos ira à cidade, fazer nossas comprar, usufruir as diversões sadias, os eventos festivos e os esportes e passeios.

E como se tudo isso não bastasse, eis aí bênçãos sobre bênçãos: colheitas, campos, gado, vestimenta, carros, casa, luz elétrica, geladeira, computador, estradas asfaltadas, ruas calçadas, ar para respirar, praias para deliciar, empregos e colheitas, entre muitas outras bênçãos!

Tudo provém das mãos benevolentes do nosso Pai de amor. Somos benditos de Deus. Somos aqueles DEZ, muito mais do que aqueles DEZ!

Conheci uma pessoa que faleceu na casa dos seus 40 anos! Somente depois de ter perdido a sua saúde e se arrastado sobre muletas por alguns anos, ele se deu conta do tesouro precioso que é a saúde!

Somente depois que perdemos os preciosos presentes de Deus, como saúde e bens, nós nos damos conta do valor que eles têm. Somente então percebemos o valor das dádivas de Deus e a falta que elas nos causam!

Uns bons anos atrás, vimos, na TV, pessoas enfrentando filas enormes a fim de conseguirem um emprego para ganharem o seu sustento. Eram pessoas que queriam trabalhar honestamente, mas não conseguiam o seu emprego para sustentarem a si mesmos e as suas famílias!

Tendo nós o nosso emprego, nossas colheitas e sustento, é difícil nos imaginarmos na situação deles!

Somos aqueles abençoados DEZ! Muito mais do que aqueles DEZ!

3. Não somos, porventura, os NOVE? – DEZ leprosos pediram ajuda e receberam, mas NOVE deles não voltaram para agradecer! Eles se lembraram de pedir, mas se esqueceram de agradecer!

Nós somos aqueles NOVE ingratos quando não reconhecemos os benefícios do Senhor para conosco!

Somos aqueles NOVE quando nos sentamos à mesa farta, com os pratos cheios de comida, mas nos esquecemos de agradecer, em oração, pela alimento recebida das divinas mãos!

Somos aqueles NOVE quando, de noite, antes de dormir, nos esquecemos de agradecer a Deus, em oração, pela proteção de mais um dia vivido.

Somos aqueles NOVE quando, de manhã cedo, ao levantarmos para um novo dia, nos esquecemos de agradecer pela proteção dos perigos da noite que passou!

Somos aqueles NOVE quando pedimos chuvas, boas colheitas, mas depois – e, em especial, na Festa da Colheita – nos esquecemos de agradecer com o melhor, mas apenas com o restolho, as sobras e migalhas.

Somos aqueles NOVE porque já nos endividamos com a reforma da casa, com a compra do carro novo, da motocicleta nova, e o Doador ficou fora dos nossos planos e agradecimentos.

Somos aqueles NOVE quando trocamos o dia de render culto – de louvar, agradecer e bendizer a Deus! –  pelos passeios, festas, alegrias e diversões terrenas, pelos torneios e por outras atrações e afazeres.

Assim demonstramos claramente que amamos mais os bens do que o Doador de todas as boas dádivas. Demonstramos que nos apegamos mais às dádivas, ao dinheiro, em vez de ao Doador de todos os bens, Deus, nosso Pai Todo-poderoso, que nos criou, preserva e guarda!

Assim, nos tornamos idólatras. Os bens se tornam o nosso deus, porque amamos mais as doações do que o Doador. Merecemos castigos nesta vida e na eternidade. Somos indignos das misericórdias de Deus!

Havia um fazendeiro rico, mas ele nunca queria dar um garrote sequer para a festa de aniversário da sua modesta igreja. Queria, antes, movido pela ambição e ganância, que Deus lhe desse mais prosperidade, a fim de ser o fazendeiro mais rico da região! Num belo dia, passando pelo seu campo, achou apenas os mocotós e as cabeças de dezenas de bois que lhe haviam sido roubados. Depois, teve ainda suas fazendas invadidas por vândalos.

Deus pode disciplinar, com todo rigor, o materialista, ganancioso e egoísta, conforme diz Deus em Malaquias 3: “Com maldição sois amaldiçoados, porque a mim me roubais...”! Deus pode trancar as janelas dos céus a fim de reconhecermos o nosso materialismo e o merecido “puxão de orelhas”!

Não somos, porventura, aqueles NOVE, que se lembraram de pedir mas se esqueceram de agradecer?

Havendo “puxões de orelhas” em nossa vida, secas, perdas, enfermidades e carestias, humilhemo-nos sob poderosa mão de Deus, para que ele, a seu tempo, nos exalte! Voltemos a Deus em verdadeiro reconhecimento da nosso culpa e com uma sincera confissão de pecados nos lábios.

E não desesperemos! O Senhor nos trata como filhos, com dura disciplina muitas vezes, para o nosso bem eterno. Isso mostra que não somos órfãos de jeito nenhum, mas que temos um GRANDE PAI! Ele corrige a quem ama (Hb 10)! Ele quer que todos se arrependam e se apeguem a Jesus, o Salvador, o caminho seguro para a vida eterna. Pois o Pai “não poupou o seu próprio Filho, antes, por todos nós o entregou, porventura não nos dará, com ele, graciosamente, todas as coisas?” (Rm 8).

4. Sejamos aquele UM! – UM dos DEZ, vendo que fora curado, não pôde mais se conter. Sentiu-se puxado de volta! Voltou dando glórias a Deus em alto voz, e prostrou-se aos pés de Jesus, agradecendo-lhe! E este era um estrangeiro samaritano! Ao contrário dos NOVE, este nem do povo de Israel era!

Prezados irmãos! Desde o Antigo testamento, o povo de Deus celebra a Festa da Colheita. Também nós, “povo de propriedade exclusiva de Deus” (1 Pe 2.9) no Novo Testamento, nos reunimos aqui para dar glórias a Deus em alta voz, prostrar-nos aos pés do bom Senhor e agradecer-lhe por todos os seus benefícios para conosco.

Carl F. W. Walther, pastor, teólogo e fundador da Igreja Luterana Sínodo de Missouri dos Estados Unidos, baseado em Lutero, afirma que a RELIGIÃO CRISTÃ é, por excelência, uma RELIGIÃO DE GRATIDÃO: “Por este motivo, Lutero diz que a  religião cristã é, em resumo, uma religião de gratidão. Todo o bem que o cristão realiza, ele não o realiza para merecer algo. Nós também nem saberíamos o que fazer para merecer algo. Tudo já nos foi dado: justiça, nossa herança eterna, nossa salvação. O que nos resta fazer é agradecer a Deus.” (C. F. W. Walther: Lei e Evangelho, Concórdia Editora, 2o Edição, p. 68).  

Somos aqueles abençoados DEZ! Não sejamos aqueles NOVE ingratos! Sejamos aquele UM agradecido, estrangeiro, samaritano!  VOLTEMOS PARA AGRADECER – SEMPRE! Amém.

(Pastor Juarez Borcarte - Festa  da Colheita, agosto e setembro 2008 – Itarana, ES)

Quem vê cara, não vê coração - Estudo Bíblico

Introdução

            Como o mundo está escolhendo as pessoas?

            Beleza, aparência (olimpíadas, a menina que cantou na abertura, só imitava a voz, a verdadeira cantora não pode se apresentar, por causa da beleza).

            Qual é a maior preocupação dos dias atuais?

            Dr. Hollywood (beleza, estética) Na verdade, a linha de cosméticos é a que mais cresce no mundo. Todos querem arrumar alguma coisa no corpo que não se agradam. Mas há uma parte no corpo que médico humano nenhum pode arrumar. O que será?

 

Desenvolvimento

            Porém o Senhor disse a Samuel: Não atentes para a sua aparência, nem para a sua altura, porque o rejeitei; porque o Senhor não vê como vê o homem. O homem vê o exterior, porém o Senhor, o coração” (1Sm 16.7).

            O homem só consegue ver e julgar pela cara. Como diz um ditado: “não julgue o livro pela capa,” mas a grande maioria faz isso.

            Quando os jovens solicitaram esse versículo, que está escrito atrás das camisetas do grupo, disse a eles que atacaria um assunto que nem todos gostam de discutir e ouvir. O preconceito. Na abertura das olimpíadas, houve uma fraude, uma menina cantou, mas outra fez a imitação e apareceu. Por quê? Por causa da sua beleza. A China quando questionada pela imprensa, não disse nada sobre o preconceito, apenas disse que pensam no bem da China, do governo chinês.

As pessoas estão atraídas por uma falsa beleza. Em busca da beleza, que o mundo julga e diz que são as magras, estamos vendo muitos casos de morte por anorexia. Por não se aceitar algumas gordurinhas localizadas, muitos procuram as clinicas de lipoaspiração, e muitas estão sofrendo as conseqüências de cicatrizes, uma mulher precisou amputar os dois braços devido a super-bactéria. Super-bactéria que é o freio do momento, vamos com calma. A super-bactéria passou a criar problemas devido a procura excessiva das clinicas, e assim não se teve mais tempo para esterilizar corretamente os equipamentos. O mundo e a sua preocupação com uma falsa beleza. Um mundo que só vê cara, não vê coração.

            Diz o Sl 139: “graças te dou, visto que por modo assombrosamente maravilhoso me formaste; as tuas obras são admiráveis, e a minha alma o sabe muito bem” (139.14).

Primeiro ponto: Cabe nos aceitar nossa aparência.

Muitos não aceitam ser carecas, mas é importante lembrar o que disse Jesus: “e, quanto a vós outros, até os cabelos todos da cabeça estão contados” (Mt 10.30). Se somos carecas podemos dizer que Deus o permitiu a queda dos nossos cabelos.

Segundo ponto: O mundo está fora de rumo.

Se preocupa muito com o exterior, com a aparência, se julga e se vive por ela. Deus disse a Samuel: “Não atentes para a sua aparência, nem para a sua altura, porque o rejeitei; porque o Senhor não vê como vê o homem. O homem vê o exterior, porém o Senhor, o coração” (1Sm 16.7).

Por que podemos dizer que o mundo está fora de rumo? Por causa da dureza do seu coração. O homem se tornou e está se tornando cada vez mais egocêntrico. Está se fechando para Deus e par o seu próximo. Dt 10.16; Jr 4.4; Mc 10. 5; 16.14; Rm 2.5; Esse é o homem pecador, dominado pela natureza humana, duro de coração. Onde se faz e comete vários erros devido ao coração dominado pelo pecado. Mas a promessa de Deus não falha, Ez 36. 26-27.

Terceiro ponto: Deus conhece corações e purifica pela Fé.

Vejamos Jr 17.9-10. Nosso coração é como uma cebola. Vai se tirando casca por casca, sem saber quando é a última. Somente Deus conhece nossos corações. E quer nos tornar um, Ef 4.1 – 6. Chega de preconceito. Estão separando as pessoas pela cara, mas é Deus quem vê nosso coração. Ele conhece nosso coração, e muda o coração de cada um para que sejamos um no Senhor.

Sobre o Deus que conhece o nosso coração, vale lembrarmos a confissão numa oração da assembléia reunida em Jerusalém para escolher mais um líder, At 1.24; E ainda diante da questão da circuncisão, os presbíteros e discípulos disseram: “Ora, Deus, que conhece corações, lhes deu testemunho, concedendo o Espírito Santo a eles, como também a nós nos concedera” (At 15.8). E a mais importante de todas as respostas: “E não estabeleceu distinção alguma entre nós e eles, purificando-lhes pela fé o coração” (At 15.9).

Quarto ponto: Deus revela o que está escondido no coração.

O Deus onisciente conhece e revela a nós pela sua Palavra o que esta em nosso coração e muitas vezes nos atrapalha no melhor servir. 1Co 4.5; Rm 10.4; At 2.37; Cl 3.15; Hb 13.9; 1Tm 1.5;

Quinto ponto: Deus continua semeando sua Palavra e nos auxiliando com seu Espírito para que sejamos um povo unido na mesma comunhão para servirmos uns aos outros em amor.

Mt 13.15 – 23; Mt 10. 28; Lc 12.34; Rm 8.27; 1Ts 2.4; Cristo mudou nosso coração: Ef 1.18-19; 2Co 4.6; 1.21-22; Gl 4. 6-7; Rm 5.5; Rm 6. 17-18; 2Ts 3.5; Hb 10.22;

Mantenhamos comunhão uns com os outros – Deus vê cara e coração, 1Jo 1.7; Ef 3.17-21.

Conclusão

            O mundo pode até continuar julgando pela cara. Mas o importante é saber e reconhecer que Deus conhece e muda nossos corações. Deus enviou seu Filho por nos amar profundamente. Foi um amor de coração pra coração.

            Mesmo que o mundo esteja preocupado somente com a estética, estejamos nós preocupados em continuar recebendo o alimento que Deus nos dá em sua Palavra e Sacramento. Estejamos nós alimentados e fortalecidos em tudo o que Deus faz por nós, para que o mundo veja em nossa cara aquilo que o coração revela. Somos amados por Deus – e pelo nosso servir, aos irmãos da fé, tanto aos que ainda não são irmãos na fé, as pessoas verão em nossa cara aquilo que o coração está gritando pelo nosso agir. Amém!

 

Pr Edson Ronaldo Tressmann
Alto Parnaíba – MA

Mt 18.15-20 - Admoestação Fraternal

Na Igreja cristã se fala muito de missão. Fazer missão. Testemunhar de Cristo. Ganhar outros para Cristo. Isto implica em dois trabalhos distintos: a) Um, é convidar pessoas a conhecerem Cristo e se filiarem à Comunidade; b) outro, instruir e admoestar irmãos na fé, tentados a voltarem ao mundo, ao pecado, abandonando a fé cristã. Desta última ação trata nosso texto. E, diga-se de passagem, é uma tarefa difícil que requer cuidado, paciência e amor. 

Jesus veio ao mundo para salvar o que estava perdido. Ele se mostrou amigo dos pecadores, a fim de chamá-los ao arrependimento e anunciar-lhes o evangelho, a boa nova do perdão dos pecados. Ele anunciou o perdão dos pecados a pecadores arrependidos e se entristecia quando pessoas rejeitavam a palavra de Deus. As palavras que antecedem nosso texto o expressam de forma muito clara: Assim, pois, não é da vontade de nosso Pai celestial que pereça um só destes pequeninos (v.14). E o apóstolo Paulo afirma: Deus deseja que todos cheguem ao conhecimento da verdade e vivam. (2 Tm 2.4) Para isso Jesus deu para sua igreja aqui na terra o Ofício das Chaves.

Ele instruiu seus discípulos de como deveriam agir diante de um irmão faltoso, de um irmão na fé que tentado caiu em pecado, vive em pecado, corre o risco de perder a fé ou já a perdeu. Não se trata por tanto de qualquer pecado de fraquezas, mas num pecado grave e público, uma transgressão dos mandamentos de Deus, quer seja da primeira ou da segunda tábua da lei de Deus. Como agir com um irmão faltoso, que enveredou pelo caminho do pecado. Ouçamos as instruções de Jesus.

1. Quanto teu irmão na fé pecar. Quando ele transgredir aberta e publicamente um mandamento de Deus, quando ele comete um pecado e isto chegou a teus ouvidos; ou se ele pecou contra ti. Ele te ofendeu, enganou, caluniou, você sentiu isso na própria carne. O que fazer? Melhor, o que fazemos normalmente? Normalmente, comentamos e fato com nossos amigos, dizendo? Você já ouviu que nosso irmão na fé fez? Que horror! Como pode? E difamamos a pessoa. Ou se o assunto nos toca pessoalmente, enraivecemos e procuramos vingança. Nós o julgamos e o condenamos violentamente. Ou nos afastamos dele, dizendo: Não quero nada com esse tipo de gente, e assim por diante Todos nós conhecemos isso e em grau maior ou menor já passamos por isso.

2. Vai e fale com ele. Jesus nos diz? Vai e fale com ele. Alias, todos nós conhecemos estas palavras de Jesus, mas precisamos ouvi-las sempre de novo para que ela oriente a nossa vida.

Vai e fala com ele. Não no mercado em público ou na rua, abertamente. Fale com ele em particular, entre 4 olhos, só tu e ele, sem testemunhas. Então indaga a respeito do pecado sobre o qual ouviste ou sofreste.

Ouvida a explicação e confirmado o erro, mostrara lhe pela palavra Deus o seu pecado, o caminho errado pelo qual enveredou. Mas cuidado com a maneira como o farás. Não de uma maneira orgulhosa, de cima para baixo, mas com humildade, de alguém que não tem nada a se orgulhar ou se sobrepor, pois somos todos pecadores que dependemos diariamente da graça de Cristo. Por isso agiremos com paciência e amor, para ganhar o irmão.

No caso em que você sofreu a ação pecaminosa do irmão, cuidado. Não fale com ele de forma justiceira, raivosa e vingativa. Peça a orientação do Espírito Santo, para que você possa lhe falar como Jesus o faria, com amor, para ganhar o irmão. Você e admoestará de forma cordial, com bondade e brandura, no espírito de Cristo.

Pode ser que na primeira admoestação o irmão não te ouça ou mostre até certa agressividade. Você agirá com calma. Na admoestação precisamos de paciência e oração. Escolher bem as palavras que iremos usar e tentaremos novamente. Por vezes são necessárias várias tentativas intercaladas por certos espaços.

3. Se teu irmão te ouvir, ganhaste o teu irmão. Livraste-o do mal que o queria desgraçar. Pode haver algo mais sublime do que isto?

Mas, se ele não te ouvir? As razões podem ser várias, até certa antipatia. Então está na hora de buscar ajuda e envolver mais pessoas. A admoestação, agora, não pode mais depender unicamente de você.

4. Toma contigo uma ou duas pessoas. Por isso Jesus disse: Toma ainda contigo uma ou duas pessoas. Eles examinarão contigo a situação. Se eles concordarem com o julgamento de você, então vão juntos e falem com ele.

Normalmente tomaremos uma ou duas pessoas, irmãos na fé, e marcamos uma visita e o assunto será exposto e examinado com o irmão. Se o assunto for atrito entre duas pessoas, cada uma poderá escolher ainda alguém de suas relações de amizade da comunidade para ajudarem a solucionar o caso. Não há pressa nisso. Talvez haja necessidade de várias reuniões para se compreender o problema e poder ajudar e admoestar. As testemunhas procurarão com calma e amor, mostrar ao irmão faltoso o seu pecado para que se arrependa, receba o perdão, e consolo e corrija sua vida.

5. Se ele não os atender, dize-o à igreja. Isto é algo triste quando alguém não quer dar ouvidos à palavra de Deus e seguir seu caminho no pecado. Então disse Jesus: Dize-o à igreja. Entrega-o ao mais alto tribunal, a igreja? À que Igreja? A Comunidade a qual ele pertence. A Comunidade por sua diretoria ou comissões examinará mais uma vez o caso, falará com o culpado e se ele não der ouvidos à admoestação, o assunto será levado à Assembléia dos membros votantes da Comunidade que tentará convencer o irmão da retidão do processo. Ele será mais uma vez admoestado com amor e paciência. Isto poderá delongar-se por duas ou mais Assembléias, pois nada é feito às pressas, mas com amor. Se não der ouvidos à Igreja, à Assembléia dos membros votantes de sua Comunidade, diz Jesus, considera-o como gentio e publicano, isto é, uma pessoa impenitente que caiu da fé. Ele será excluído da Comunidade por voto unânime. Nota: Poderá acontecer que membros na Assembléia, por simpatia ou política ou por não tomarem o assunto a sério, votarem contra a disciplina, não chegando a assembléia a uma unanimidade. Então a assembléia precisará examinar o voto ou os votos contrários dessas pessoas, e se notar falta de sinceridade, deverão ser também disciplinados. 

Esta exclusão, por estranho que pareça, é um ato de amor. Isto é dito e ordenado por Jesus. Ao a Comunidade agir conforme a palavra de Deus, de forma unânime, está dizendo ao irmão caído: Reconheça seu erro. Veja, unanimemente examinamos o caso. Não é voz de um e de outro, mas de todos nós. Reconheça, arrependa-se e volte. Saiba se você não o reconhecer e não se arrepender, você está rumando para a condenação, a porta do céu está fechada para ti. Pois ao te excluirmos conforme a ordem de Jesus, a porta do céu se fecha para você, pois Jesus, conforme sua palavra e ordem, dirá o Amém a isto.

Muitas vezes, no entanto, acontece que a pessoa impenitente e incrédula já antes do último passo diz, em sua incredulidade: Podem me riscar. Não quero saber mais nada desta Comunidade e se exclui a si mesmo.

Mas se durante o processo a pessoa der lugar à palavra de Deus, ou mesmo depois de excluída, - não importa se tenha passado um ou mais meses ou um ou mais anos, - no momento em que a pessoa cair em si e vier pedir perdão, a Comunidade, sem titubear, lhe estenderá novamente a destra da Comunhão, lhe perdoará e o receberá como irmão. E haverá jubilo no céu por um pecador que se arrepende.

Tal poder, direito e dever de abrir e fechar o céu, o Salvador conferiu a sua igreja, aqui na terra. Chamamos isso de o Ofício das Chaves, o poder especial que Cristo deu a sua igreja na terra, para perdoar os pecados aos pecadores penitentes e retê-los aos impenitentes, enquanto não se arrependem.

Que Deus em sua graça nos conceda a habilidade, amor e paciência nesta luta de nos empenharmos por irmãos que estão no caminho de se desviarem, a fim de ganhá-los de volta e firmá-los na fé. Amém

 

São Leopoldo, 25/08/2008
Horst R. Kuchenbecker

Ez 33.7-9 - Servindo ao Senhor cuidando de mim e do outro

Introdução

Na segunda feira, dia 25 de agosto, pela manhã no Fala Brasil da Rede Record mostraram uma reportagem sobre uma Rua em Curitiba, que está ficando conhecida como a rua da cirene. Se alguém ouve ou percebe algo estranho soa o alarme. Em todas as casas foram instalados o mesmo alarme, com o mesmo som. Se for um ladrão será banido pelo barulho do alarme. Segundo o repórter a atitude não é cuidar da vida do outro, mas sim, um cuidar do outro.

Um cuidar do outro. Interessante que se não fosse o profeta Ezequiel no meio do povo e Daniel no palácio, com certeza o povo de Deus, de quem nasceria Jesus iria acabar. Tanto entre o povo, como dentro do palácio, esses dois homens de Deus foram necessários para preservar um povo, cujo qual nasceria o salvador.

Em Ez 33.7-9, vemos que Deus chamou e escolheu Ezequiel para ser vigia sob o povo de Israel, com o objetivo de cuidar do povo, proteger os que estavam dentro dos muros e alertar para que os que estavam fora dos muros pudessem se salvar. E como vigia, duas funções eram importantíssimas, OUVIR bem e FALAR da parte de Deus.

Por isso, quero convidar a você querido ouvinte e leitor a refletir no tema: Servindo ao Senhor cuidando de mim e do outro.

Desenvolvimento

1 - Servindo ao Senhor cuidando de mim e do outro. Pelo OUVIR.

         Baseados no texto do profeta Ezequiel 33.7-9, quero que vocês pensem no nosso servir a Deus pela função de vigia.

Para um vigia é muito importante ter bons ouvidos. Ele precisa estar atento para qualquer barulho estranho, e ao perceber alguma anormalidade, pode se proteger e principalmente proteger as pessoas que o cercam.

Naquela época todas as cidades eram cercadas com muros altos, isso era certeza de proteção. Antes da guerra um vigia era escolhido pelo povo, para que de cima do muro, pudesse avisar os habitantes sobre o perigo, e alertar os que estavam fora para entrarem e se protegerem. Aqui, no entanto, o profeta não é escolhido pelo povo, Deus chama. E cada profeta, ou cada cristão, pois como diz Pedro: “Mas vocês são a raça escolhida, os sacerdotes do Rei, a nação completamente dedicada a Deus, o povo que pertence a ele...” (1Pe 2.9a), é chamado para exercer seu papel de vigia, cuidador. E esse cuidado inicia-se dentro do lar. Primeiro pelo OUVIR ao Senhor, na sua Palavra, pela devoção diária, leitura da Bíblia.

O profeta Ezequiel responsável por cuidar precisava estar alerta. Contra quem? O próprio Deus. Sim! Deus deixa claro que mesmo o povo estando exilado, longe de sua pátria, continua provocando a Deus. Não aprenderam a lição, não se arrependeram de seus pecados. Além do mais perderam suas esperanças de um retorno e de salvação, deixaram de ouvir a Deus, tanto as suas repreensões como suas promessas de amparo e cuidado.

Por meio do seu vigia colocado para cuidar, Deus quer restaurar as esperanças de seu povo. Ainda hoje renova nossas esperanças pela certeza que ele nos dá na sua Palavra: “Ele quer que todos sejam salvos e venham conhecer a verdade” (1Tm 2.4), por isso, o que cuida é convidado a ouvir e depois informar o povo. Dos cap. 1 - 32, Ezequiel alerta o povo sobre os perigos e a partir do cap. 33, renova suas esperanças de retorno e salvação.

Ezequiel, colocado para cuidar do povo precisava OUVIR. Na R.A. diz: “A ti, pois, ó filho do homem, te constitui por atalaia sobre a casa de Israel; tu, pois ouvirás a palavra da minha boca...” (Ez 33.7a).

Servindo ao Senhor cuidando de mim e do outro. Pelo OUVIR.

Muitas vezes é importante ouvir mais e melhor. Se ouvirmos bem, nos protegeremos melhor, não nos desesperaremos por qualquer barulho estranho, não balançaremos por qualquer doutrina estranha. Não acontecerá aquilo que estava acontecendo com os Gálatas aos quais Paulo escreve: “Estou muito admirado com vocês, pois estão abandonando tão depressa aquele que os chamou por meio da graça de Cristo e estão aceitando outro evangelho. Na verdade, não existe outro evangelho, porém eu falo assim porque há algumas pessoas que estão perturbando vocês, querendo mudar o evangelho de Cristo” (Gl 1.6-7).

Grave problema esse, não querer ouvir. Por isso, muitas vezes é necessário fazer uso do cotonete que limpa nossos ouvidos, a Palavra de Deus, por meio de lei e evangelho. E esse alerta é dado pelos seus vigias, que somos nós, conhecedores da Palavra. E para continuarmos alertas e alertando, é importantíssimo OUVIR. Ouvir a voz daquele que quer o nosso bem, a nossa salvação.

Quando Deus coloca um profeta para cuidar a casa de Israel, dá como primeira recomendação o OUVIR. E nós, chamados por Deus pelo evangelho, como está o nosso ouvir? Devido às muitas ocupações, a correria do dia-a-dia, a competitividade, o individualismo, o egoísmo, muitos não estão tirando mais tempo pra ouvir. Outros, no entanto, quando vem para ouvir, não conseguem se desfazer de suas preocupações, outras vezes se distraem ou são distraídos por alguma coisa. Ouvir é importante, Jesus no final de suas parábolas sempre disse: “Quem tem ouvidos para ouvir, ouça”. Em alerta sobre o ouvir, Jesus na parábola do semeador diz: “as sementes que foram semeadas onde havia muitas pedras são as pessoas que ouvem a mensagem e a aceitam logo com alegria, mas duram pouco porque não têm raiz. E, quando por causa da mensagem chegam os sofrimentos e as perseguições, elas abandonam a sua fé” (Mt 13.20-21). Também no evangelho de hoje, Jesus dá a nós cuidadores um grande ensinamento: “Se o seu irmão pecar contra você, vá e mostre-lhe o seu erro. Mas faça isso em particular, só entre vocês dois. Se essa pessoa ouvir seu conselho, então você ganhou de volta seu irmão” (Mt 18.15). O que cuida não tem a finalidade de bisbilhotar, de ser falso moralista, mas olhar para fora de si mesmo, e ver a situação perigosa na qual o outro se encontra e conversar, para ganhar essa pessoa. Ganhar, essa é a palavra correta. Quando um cuida do outro, a expectativa é sempre que o outro ouça o alerta, se corrija e volte a Jesus. E para cuidarmos melhor de nós e dos outros somos convidados a ouvir a voz de Deus: “Porque o que é claramente revelado se torna luz. E é por isso que se diz: ‘Você que está dormindo, acorde! Levante-se da morte, e Cristo te iluminará.Portanto, prestem atenção na maneira de viver. Não vivam como os ignorantes, mas como os sábios. Os dias em que vivemos são maus; por isso aproveitem bem todas as oportunidades que vocês têm.” (Ef 5.14-16).

Se você querido(a) amigo(a), não aceita conselhos, não quer ouvir, Salomão diz: “O tolo pensa que sempre está certo, mas os sábios aceitam conselhos” (Pv 12.15). Ninguém, a não ser a Palavra de Deus, possui a verdade. Nós nem sempre estamos com a razão, é importante ter humildade, reconhecer os erros, se arrepender e pedir perdão.

Jesus o bom pastor quer todas as suas ovelhas. Ele não deseja que nenhuma se perca. Por isso, nos dá essa bela lição do sabermos ouvir. Jesus diz: “O porteiro abre a porta para ele. As ovelhas reconhecem a sua voz quando ele as chama pelo nome, e ele as leva para fora do curral. Quando todas estão do lado de fora, ele vai na frente delas, e elas o seguem porque conhecem a voz dele” (Jo 10.3-4). A voz do bom pastor Jesus nos chama pelo nome. E quando nos chama pelo nome é para cuidar, amparar, proteger.

Ouça a voz do bom pastor, e assim você estará seguro contra as armadilhas do inimigo que quer te afastar desse Deus da Salvação. Pelo ouvir a voz de Jesus estaremos seguros com a certeza da vida eterna. O ouvir a Palavra de Deus é tão importante que Deus nos deixou registrado no 3° Mandamento: “Santificarás o dia do Descanso” e Lutero explica: “...devemos considerá-la santa, gostar de ouvir e estudar”. Por isso, Paulo completa: “...as Escrituras Sagradas, as quais lhe podem dar a sabedoria que leva à salvação, por meio da fé em Cristo Jesus” (2Tm 3.15). E se alguém quiser lhe impedir de ouvir a mensagem de Deus, diga como Pedro: “Quem é que nós vamos seguir? O Senhor tem as palavras que dão a vida eterna!” (Jo 6.68).

Segurança verdadeira só no ouvir a Palavra de Deus que nos dá a certeza de que todas suas promessas foram, são e serão cumpridas. Continuemos a servir ao Senhor cuidando de mim e do outro, primeiramente pelo OUVIR a Palavra de Deus.

 

2 – Servindo ao Senhor cuidando do outro. Pelo FALAR da parte de Deus.

Certa vez em uma dessa conversas de rua, um homem me falou o seguinte: “Pastor, quem me garante que é Deus mesmo quem está falando. Geralmente os pregadores dizem: Deus diz... Mas, quem me garante que é Deus mesmo?

Uma observação feita por alguém que não freqüenta igreja nenhuma. Não tem tempo para ouvir aquilo que Deus diz. Seu álibi: “quem me garante que é Deus mesmo?

Servimos ao Senhor cuidando do outro, falando da parte de Deus. Claro que assim como esse homem aqui em Alto Parnaíba, existem outros milhares em nosso país. Pessoas que duvidam que é realmente a Palavra de Deus que está sendo anunciada. A dúvida existe até por causa dos muitos falsos pregadores espalhados pelo Brasil. Cabe a nós falar da parte de Deus e não nos calar.

O texto de Ezequiel e também o do Evangelho de Mateus mostram duas atitudes diante do falar da parte de Deus: Interessados e Desinteressados. A cada cristão cumpre continuar falando da parte de Deus, pois o importante é anunciar, havendo interessados ou não, mas não nos esqueçamos da promessa de Deus: “assim será a palavra que sair da minha boca: não voltará para mim vazia, mas fará o que me apraz e prosperará naquilo que designei” (Is 55.11).

Falar da parte de Deus a todas as pessoas, “Ide, por todo o mundo...”. Assim como fez Pedro diante das pessoas na casa de Cornélio: “Jesus mandou anunciar o evangelho ao povo e testemunhar que ele foi posto por Deus como juiz dos vivos e dos mortos. Todos os profetas falaram a respeito de Jesus, dizendo que os que crêem nele recebem, por meio dele, o perdão dos pecados” (At 10.42). Falemos aos outros àquilo que nós ouvimos. Servimos ao Senhor cuidando de mim e do outro no ouvir e no falar da parte de Deus.

Falar da parte de Deus, a qualquer raça, nível social: “Assim como Cristo veio e anunciou a todos a boa noticia de paz, tanto a vocês, os não-judeus que estavam longe de Deus, como aos judeus, que estavam perto dele. É por meio de Cristo que todos nós, judeus e não-judeus, podemos ir, pelo poder de um só Espírito, até a presença do Pai” (Ef 2.17-18).

Se diante do nosso testemunho, como vigias de Cristo, encontrarmos pessoas que nos desafiam dizendo que não acreditam, pois ninguém pode lhe garantir que é a Palavra de Deus, pense em Paulo que deixou registrado o seguinte: “Mas nós anunciamos o Cristo crucificado – uma mensagem que para os judeus é ofensa e para os não-judeus é loucura” (1Co 1.23). Não nos envergonhemos, nem nos calemos, “Eu não me envergonho do evangelho, pois ele é poder de Deus para salvar a todos os que crêem, primeiro os judeus e também os não judeus” (Rm 1.16), pois “Portanto, estamos aqui falando em nome de Cristo, como se o próprio Deus estivesse pedindo por meio de nós. Em nome de Cristo nós pedimos a vocês que deixem que Deus os transforme de inimigos em amigos dele” (2Co 5.20).

Sim, querido(a) amigo(a), falemos, pois “As Escrituras Sagradas dizem: ‘Eu cri e por isso falei.’ Pois assim nós, que temos a mesma fé em Deus, também falamos porque cremos” (2Co 4.13). Nós conhecemos esse amor, porque sempre houve no passado vigias fiéis no ouvir e no falar, como disse Pedro: “Foi a respeito dessa salvação que os profetas perguntaram e procuraram saber com muito cuidado. Eles profetizaram a respeito da salvação que Deus ia dar a vocês e procuraram saber em que tempo e como essa salvação ia acontecer....Quando os profetas falaram a respeito das verdades que vocês têm ouvido agora, Deus revelou a eles que o trabalho que faziam não era para beneficio deles, mas para o bem de vocês...” (1Pe 1.10-12a).

Portanto, assim como Deus fez a Ezequiel: “A ti, pois, ó filho do homem, te constitui por atalaia sobre a casa de Israel; tu, pois, ouvirás a palavra da minha boca e lhe darás aviso da minha parte” – fez a cada um de nós, nos chamou e chama pelo evangelho e nos torna como aquele que cuida pelo acolhimento e perdão. Assim como nós fomos cuidados por Deus em Jesus, que veio nos falar da parte de Deus e nos acolher e perdoar.

 

Conclusão

Ezequiel Ouviu as promessas de restauração e falou incessantemente ao povo. Se não fosse seu OUVIR e FALAR, se não fosse a Palavra de Deus entre o povo, todos estaríamos perdidos. Continuemos nós, servindo ao Senhor cuidando de mim e do outro. Ouvindo e me alimentando na Palavra de Deus e Falando ao outro todo o amor e o cuidado que Deus tem pelos seus.

Façamos como os moradores de Curitiba, tornemos a nossa casa, nossa rua em uma cirene, que transmite a palavra de Deus. Que transmite aquilo que OUVE, que transmite o perdão que recebe. Amém!

 

Pr Edson Ronaldo Tressmann
Alto Parnaíba – MA 

Crise de Confiança

Deve ser bem complicado para um candidato sério fazer campanha política, quando, segundo pesquisa, apenas uma entre cinco pessoas acredita naquilo que os políticos prometem. Assim como extremamente penoso para alguém com boas intenções entrar na política e manter-se íntegro sem seguir o caminho fácil dos conchavos. Não posso falar muito, pois as coisas também não andam boas para o meu lado. Quase a metade das pessoas não acredita nas promessas dos religiosos. É uma crise de credibilidade que afeta outras instituições: o casamento, a economia, a polícia, seguindo uma lista bem espichada. Interessante que a profissão que mais inspira confiança é do Corpo de Bombeiros. Isto tem explicação, afinal, eles colocam a própria vida em risco para salvar a dos outros.

       

            Martinho Lutero (1483-1546) disse que política é “o esforço racional permanente e paciente para estabelecer e preservar uma ordem social compatível com os valores do cristianismo”. Fico matutando nesta definição: se os valores morais da igreja são os mesmos da política, e se o maior valor destas instituições é a verdade, então porque tanta mentira em nosso país onde o cristianismo abrange 90% da população?  90% dos políticos não deveriam ser honestos? Aí pode estar a resposta para a falta de fé nas promessas dos políticos: a falta de fé de muitos “cristãos” nas promessas de Deus. E quando não existe fé, não existem obras - é coisa morta (Tiago 2.17); extingue-se a luz do mundo, fica insípido o sal da terra (Mateus 5.13,14). 

 

            No século 16, Europa, a corrupção no governo e na igreja convivia sob a tolerância do povo. No escrito Da Autoridade Secular, Lutero fala dos fundamentos da ética para o o poder estatal e religioso quando os dois estavam promiscuamente acasalados. Lembra que estado e igreja são regimentos de Deus, mas com propósitos diferentes. O poder espiritual tem a função de garantir o perdão dos pecados e a salvação eterna em Cristo, e o secular exerce o propósito de manter o convívio das pessoas na sociedade e conceder seu bem-estar físico. “Por isso tem que se distinguir e separar cuidadosamente esses dois regimes e deixá-los vigorar; um que torna justo (cristão), o outro que garante a paz exterior e combate as obras más”.

 

            Seis séculos antes de Cristo a situação não era diferente, e por isto a reclamação divina: Vocês maltratam as pessoas honestas, aceitam dinheiro para torcer a justiça e não respeitam os direitos dos pobres. Não admira que num tempo mau como este as pessoas que tem juízo fiquem de boca fechada (Amós 5.12,13).Hoje, permanecer de boca fechada continua sendo um ato prudente, mas tal tolerância pode aumentar a crise de confiança. Um joguinho cínico do “eu sei que você sabe, você sabe que eu sei, mas vamos fazer de conta que ninguém sabe”.

   

            Sem dúvida, deve ser muito complicado hoje convencer as pessoas com promessas. O único caminho continua aquele indicado por Jesus: pelos frutos a gente conhece quem é quem (Mateus 7.16).

 

 

Marcos Schmidt

marsch@terra.com.br

Rm 12.1-2 - Peço que vocês se ofereçam

         O corpo humano tem sido um instrumento muito dilacerado nos últimos tempos. O que se faz com o corpo humano nestes tempos modernos é coisa fora de série. A medicina avançou tanto ao ponto de se poder fazer enxertos de peles de um lugar para o outro. É possível receber órgãos de outras pessoas.

No esporte o homem e seu corpo conseguem recordes a cada dia, a cada nova competição. Na violência o corpo é um simples instrumento de brinquedo, onde se tiram vidas sem remorsos. A propaganda, no Brasil, não subsiste sem exibir o corpo de um homem ou de uma mulher, vestido sensualmente ou desvestidos, sem falar da pornografia para a qual o corpo é oferecido.

O apóstolo Paulo no texto acima referido também fala do corpo. Do nosso corpo físico. Na outra bíblia, ele usa a expressão: “apresenteis os vossos corpos como sacrifício vivo”. Paulo não instiga abusos, não incentiva os excessos, mas quer mostrar a necessidade e o proveito de usar o corpo para a glória de Deus.

Paulo quer nos mostrar a necessidade e espontaneidade em servir a Deus com e no corpo. O mesmo Paulo vem dizer aos corintios: “Será que vocês não sabem que o vosso corpo é o templo do E. Santo, que vive em vocês e lhes foi dado por Deus. Vocês não pertencem a vocês mesmos, mas a Deus”.

Peço que vocês ofereçam. A linguagem é tirada do AT, onde as pessoas ofereciam animais para sua oferta. Todo o culto girava em torno do oferecer animais e alimentos no templo como serviço de culto e adoração a Deus.

Agora, todo este processo mudou. Cristo se ofereceu em seu corpo, em carne e sangue para o mundo pecador, e com ele remiu e salvou os homens. Ao assistir o filme “A paixão de Cristo”, percebemos o quanto Jesus sofreu no corpo, na carne, nas mãos do povo, dos soldados e das autoridades de então.

O povo de Deus hoje oferece a si mesmo, no corpo como um sacrifício vivo, santo e agradável a Deus. Toda conseqüência do pecado teve seus reflexos no físico do ser humano. Suor, dores, trabalho, e morte. Não há como fugir desta realidade.

Embora temos recursos de estética e beleza para o corpo, ainda não podemos evitar que este corpo a moda “Gisele Bundchen” morra ou não sofra dores.

         O que se pode é deixar que a alma seja salva. O que se deve é evitar, mediante a redenção em Cristo, a morte ou condenação da alma. E isto acontece e é possível mediante o cuidado de não permitir que o corpo se contamine com o mundo, com o profano, com os modismos. Afinal o que importa para Deus é a alma, como diz Jesus: “Esta noite te pedirão a tua alma”. Ou na palavra de Paulo: “Não vivam como vivem as pessoas deste mundo”.

         É neste sentido que Paulo mexe conosco e questiona sobre nossa apresentação do corpo para o culto. “Peço que vocês se ofereçam”. Interessante seria podermos pela internet fazer nossos acertos com Deus. Tudo se faz pela rede de computadores. Aqui, neste caso, não há como fazê-lo. Há um chamado muito expresso de colocar ao lado, de separar o corpo, os dons para o serviço para Deus e na igreja.

O evangelho de hoje fala de levar a cruz. É um sacrifício corporal também. É uma missão. Pesada para Jesus. Muito. Disse Ele no jardim: “Pai, sê possível passa de mim este cálice”. Ou quem sabe ecoa em nós o pedido de Jeremias no texto de hoje: “Por que continuo a sofrer? Por que as minhas feridas doem sem parar? Por que elas não saram? Será que não posso confiar em ti? Será que és como um riacho que seca no verão”.

         E Deus responde a ele: “Se você disser coisas que se aproveitem e não palavras inúteis você será de novo meu profeta. Eu estarei com você para protege-lo e salva-lo”. Aqui está o evangelho. Aqui está a palavra de poder. Aqui está o motivo, a razão de apresentar, de oferecer, de ofertar a Deus o nosso corpo, a nossa vida, o nosso viver.

         Lemos no Salmo 100: “Entrem pelos portões do templo com ações de graças, entrem nos seus pátios com louvor”. Uma igreja viva se caracteriza por ações, por gestos, por abraços, por orações, com o uso do corpo, mostrando que dentro dele há uma alma redimida pelo sangue de Jesus.

         Qual não é a riqueza de dons no corpo de Cristo. Somos todos tão diferentes, tão aparelhados de capacidades, de mãos, pés, etc. São os luxos da igreja. Nada de esconder nos lenços, de negação. Jesus serviu com o que tinha, em seu corpo. Ele se apresentou, ele viveu, ele sofreu, ele morreu. Mas Ele vive para sempre.

         Ele quer uma igreja viva, que sacrifica tempo, dons e dinheiro. Uma igreja que não se esconde. E nós fazemos parte dela. Desta igreja. Que bênção ser igreja de Cristo e poder levar ao mundo a salvação. Há uma canção da juventude que diz: “Eu quero apresentar meu corpo, em sacrifício vivo ao meu Senhor”. Amém.

Rev. Ilmo Riewe
Gramado - RS

Mt 16.21-28 - Tome sua cruz

Introdução

Fala-se muito de fé. “Há, eu tenho muita fé.” Ouvimos também muito sobre a fé cristã. Quando afirmam: “Isto é o poder da fé em Cristo.” Mas o que vem a ser a fé cristã? Na leitura que antecede ao nosso texto, ouvimos Jesus dizer ao apóstolo Pedro: Não foi carne e sangue quem to revelou, mas eu Pai que está nos céus. (v. 17) A fé não é obra humana. Ela é um dom de Deus, isto é, um presente de Deus. É uma revelação, algo que alguém recebe.

     Jesus havia instruído seus discípulos, e, pela primeira vez que ele os perguntado pela fé. Pedro respondeu em nome deles corretamente: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo. Assim o primeiro objetivo de Jesus com respeito a seus discípulos fora alcançado: Eles reconheceram que Cristo era o verdadeiro Filho de Deus. Disto, no entanto, não deveriam tirar falsas conclusões, tão próprias à nossa natureza carnal, tão fortemente presentes no povo de Israel que esperavam que o Messias levaria a nação judaica a uma esplendida potência mundial, e que esta verdade lhes traria uma vida material feliz aqui na terra. Sim, os discípulos precisavam aprender ainda muito sobre a obra redentora de Cristo. Jesus iniciou este trabalho. Lemos: Começou Jesus Cristo a mostrar a seus discípulos que lhe era necessário seguir par Jerusalém e sofrer muitas coisas dos anciãos, dos principais sacerdotes e dos escribas, ser morto e ressuscitado no terceiro dia. (Mt 16.21) Vamos acompanhar suas instruções.

É necessário

Era necessário. Jesus não faz simplesmente uma revelação do que estava pela frente, mas mostrou a razão disso. Era necessário. Sem isto, não haveria salvação para a humanidade. O sofrer, padecer e morrer era necessário.

Estes fatos, na verdade, já foram anunciados amplamente por Moisés e os profetas, mas não compreendidos. Liam as Escrituras diariamente no templo, mas só viam, com seus olhos carnais, as mensagens sobre a glória do Messias. Deste veneno, os discípulos também estavam embevecidos. Por isso não entenderam as palavras de João Batista: Eis o Cordeiro de Deus que tira os peados do mundo, (Jo 1.29) nem as palavras de Jesus: Uma geração má e adúltera pede um sinal: e nenhum sinal lhe será dado, senão o de Jonas (Mt 16.4) Por isso Jesus lhes diz com palavras bem claras. É necessário... ser morto, e ressuscitar no terceiro dia. (v.31) Jesus conhecia o número preciso e o grau das atrocidades destes sofrimentos. Eles não entenderam.

Um choque

Esta notícia foi um choque violento para os discípulos. Vemos isto pela reação do apóstolo Pedro. Jesus, o Messias, o Filho do Deus vivo morrer. Impossível. Jamais. Isto causou um curto na mente dos discípulos, um black out. Como ainda hoje permanece loucura e escândalo para a razão carnal. (1 Co 1.23) Este choque foi tão forte que nem se aperceberam da palavra final: E ressuscitado no terceiro dia.

Pedro toma Jesus para o lado e lhe diz: Tem compaixão de ti, Senhor; isso de modo alguém te acontecerá. Pedro amava Jesus. Queria o bem dele. O disse em profundo amor, mas segundo a mente humana. Quantas vezes nós temos agido assim nas coisas de Deus? Seguimos nossa razão e não damos devida atenção à palavra de Deus. Jesus reprova a Pedro com veemência, ao lhe dizer: Arreda! Satanás; tu és para mim pedra de tropeço, porque não cogitas das coisas de Deus, e, sim das dos homens. Jesus via nisto a ação de Satanás, valendo-se da fraqueza de Pedro, para dificultar a caminhada de Jesus para cruz. Não podemos nem imaginar o impacto que isto deve ter causado sobre Pedro e os demais.

Há pouco fora considerado bem-aventurado por sua confissão. Jesus lhes entregada o Ofício das Chaves, o sublime encargo de pregar o Evangelho. E agora precisa ouvir as palavras: Arreda! Satanás. Mas assim somos nós cristãos. Estamos na fé, mas temos esta fé em vasos de barro, em nossa natureza carnal, que não cogita, nem as compreende as coisas de Deus. Por isso precisamos ouvir sempre lei e evangelho, repreensão e consolo.

Tome sua cruz

Para evitar ilusões, Jesus mostrou o que os discípulos poderiam esperar no seguir a Jesus. Não glória, mas a cruz. Então disse Jesus a seus discípulos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me. (v.24)

Se alguém, Jesus se refere a todos os cristãos em todos os tempos, também a nós. Se alguém quer vir após mim. Ninguém é forçado. São convidados. Só pela graça, isso não exclui ninguém, mas a graça é resistível. Os que seguem, são voluntários. E os que seguem precisam negar-se a si mesmos. Só posso negar uma coisa que conheço. Neste caso, a mim mesmo. Em que sentido?

Permitam citar uma ilustração: Quando empreendemos uma viagem, três coisas são necessárias: a) dizer a Deus, b) tomar a bagagem, c) seguir firme para o alvo. É isto que Jesus mostra a seus discípulos.  

Crês em Cristo? Queres segui-lo e ser salvo? Sem dúvida que sim. Pois bem, é preciso:

a) Negar-se a si mesmo. Tu precisas dizer um não, um adeus a ti mesmo, ao teu “eu” natural corrompido pelo pecado, que se opõe à Deus e à sua Palavra. Este “eu” chamamos de nosso velho homem ou velho Adão, nossa natureza carnal, nossa índole natural, o pecado original em nós, inclinado para todo o mal, cego em coisas espirituais, inimigo de Deus, de onde brotam todos os pecados: egoísmo, avareza, ciúmes, paixões mundanas, cobiça, etc. A isto temos que dizer diariamente um não, por contrição e arrependimento.

Mas, nem o conseguimos por nós mesmos. Para isso precisamos da luz da palavra de Deus, pela  qual o Espírito Santo nos ilumina.

b) Tome a sua cruz. Quando surge a fé, e o Espírito Santo vem ao coração para nos guiar, então nossa vida será dirigida pelo Espírito Santo, que nos dirige pela palavra de Deus. Já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim. Temos prazer na lei de Deus. Procuramos iluminar e orientar toda nossa vida pela palavra de Deus. Mas por vivermos ainda neste mundo em trevas, notaremos que precisamos lutar contra nossa própria natureza carnal, contra as tentações do mundo e as ciladas de Satanás. E, assim como os altos dirigentes da Igreja da época, nem o povo simples gostaram de ter Jesus em seu meio, mundo zomba, repudia, despreza os cristãos hoje. Não queremos nos retrair ou negar Jesus, antes confessá-lo por palavras e obras. Este é o ônus que temos que tomar sobre nós ao seguir a Cristo. Isto não é fácil. No palácio do Sumo sacerdote, o tão corajoso Pedro, foi tomado de medo e negou Jesus três vezes. Ele se arrependeu profundamente desse erro. Mas quem o nega persistentemente, Jesus o negará o no do juízo final. Não queremos nos envergonhar de Cristo e de sua palavra, antes confessá-la ousadamente. Que Deus Espírito Santo nos fortaleça nisto.

c) E siga-me. Fielmente queremos segui-lo ao lar celestial. Aqui somos peregrinos. Queremos segui-lo em nosso lar, no trabalho, na sociedade, apegados à palavra de Deus, confessando ousadamente seu nome, mesmo que isto nos traga o desprezo do mundo, prejuízos materiais, a perda de nossos bens, da família e da vida, como cantamos: Se vierem roubar os bens, vida e o lar – que tudo se vá! Proveito não lhes dá. O céu é nossa herança. (HL 165.4)

E Jesus disse uma palavra surpreendente: Em verdade vos digo que alguns aqui se encontram que de maneira nenhuma passarão pela morte até que veja vir o Filho do homem no seu reino. O julgamento final começou com o julgamento do povo de Israel: a destruição do tempo e a dispersão do povo. Isto testemunhou de que Jesus é Rei dos reis, Senhor dos senhores, que está à direita do Pai e em breve virá em glória para julgar vivos e mortos.  Nesta época alguns ainda estavam vivos, como o apóstolo João, por exemplo. Assim a destruição de Jerusalém é tida como o início do juízo final, que se completará com a vida de Cristo em glória, quando todos os mortos ressuscitarão, e Jesus criará novo céu e nova terra, onde habitará justiça.

Os discípulos custaram em compreender a obra redentora de Cristo. Só a compreenderam no dia de Pentecostes, quando o Espírito Santo os iluminou para compreenderem os mistérios da salvação e proclamá-la ao mundo. De fato, ninguém pode dizer Senhor Jesus, com fé, na compreensão da pessoa e obra de Cristo, da justificação do pecador, se não pelo Espírito Santo.

Sejamos agradecidos a Deus por nos ter levado e conservado na fé. Sejamos fervorosos na proclamação do Evangelho, tomemos sobre nos a nossa cruz, que é por curto tempo. Eterna é a recompensa pela graça de Cristo. Amém.

São Leopoldo, 18/08/2008
Rev. Horst R. Kuchenbecker

Rm 12.1-8 - Alcançados pela misericórdia de Deus, Servimos ao Senhor

Alcançados pela misericórdia de Deus, servimos ao Senhor
1 – Prestando culto racional, cuidando e preservando nosso corpo;
2 – Usando os nossos dons para o bem comum;

Introdução

            O que é culto? Por que viemos ao culto?

            Um culto genuinamente cristão é quando se aceita e se recebe alegremente o que Deus faz para e por nós. Isso é claro por meio da Palavra e do Sacramento. Sendo isso o culto, quando nós cristãos estamos reunidos em torno da Palavra e do Sacramento, apenas recebemos aquilo que Deus nos dá na sua Palavra e no Sacramento, perdão, vida e salvação. Esse perdão, vida e salvação nos é dado por Deus, devido a sua misericórdia por nós pobres e miseráveis pecadores. Por falar em misericórdia, lembremos que o apóstolo Paulo em sua carta aos Romanos, nos capítulos 1 até o 11 fala sobre a misericórdia de Deus. E no v. 1 do cap. 12 solicita: “..., por causa da grande misericórdia divina, peço que vocês se ofereçam completamente a Deus como um sacrifício vivo, dedicado ao seu serviço e agradável a ele. ...

Paulo aponta para aquilo que Deus mostrou em seu filho Jesus Cristo, sua misericórdia. O Filho veio para nos salvar e o Espírito Santo através do evangelho veio nos tornar membros da família de Deus. E é uma boa notícia saber que somos alcançados pela misericórdia de Deus. Por isso nesse momento os convido a reflexão no tema: Alcançados pela misericórdia de Deus, servimos ao Senhor. Como?

            1 – Prestando culto racional

            Deus em Jesus Cristo mostrou sua misericórdia, seu amor pelo pecador que estava sujeito a condenação eterna. O próprio apóstolo Paulo no capítulo 5 diz: “Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm 5.8). Esse é o nosso Deus misericordioso. É esse Deus, ou por amor a esse Deus, que nos amou tanto, que somos convidados a SERVIR. E esse servir pode ser feito através do nosso oferecer-se como sacrifício vivo. O que é esse oferecer-se como sacrifício vivo?

            Oferecer-se como sacrifício vivo, consiste na verdadeira adoração como diz a NTLH, ou culto racional como diz a RA. O culto racional do qual o apóstolo Paulo nos fala para prestarmos como sacrifício vivo é o culto oferecido de mente e coração. Esse culto de mente e coração não é somente a reunião das pessoas dentro do templo, em torno da Palavra e do Sacramento, vai além dessas paredes, esse culto racional está presente no lar, no trabalho, no dia-a-dia. Nosso culto diário, ou nosso adorar diário, como diz Paulo pode e precisa ser realizado através do cuidar do nosso corpo, “portanto, quando vocês comem, ou bebem, ou fazem qualquer outra coisa, façam tudo para a glória de Deus” (1Co 10.31). Quando criancinhas fomos alcançados pela misericórdia de Deus, que por meio de sua Palavra ligada a água nos renovou e regenerou pelo batismo. E por essa renovação e regeneração fomos feitos mordomos de Deus. E como mordomos de Deus, exercemos nossa mordomia pelo cuidar bem do nosso corpo.

(Se quiser acrescentar - Corpo – Conforme os textos Pv 23.21; 21.17; Dt 21-18-21; Lc 16.19; 21.34; 15.13, o que causa prejuízo ao corpo. Por que usar bem nosso corpo? Lc 15.31. O que nos encoraja a usarmos bem nosso corpo? Js 1.9; 24.17. Como o cristão pode usar bem o seu corpo, aonde quer que ele esteja?

            Alcançados pela misericórdia de Deus, servimos ao Senhor. Como? Prestando Culto racional, cuidando e preservando nosso corpo;

            O apóstolo Paulo sabe que muitos gregos, leitores e ouvintes da carta, foram educados conforme o pensamento platônico. Sendo assim, o corpo era considerado um estorvo constrangedor. O slogan da época era: “o corpo é uma tumba”. É o fim de tudo. Muitos hoje, pensam que o corpo é apenas uma passagem, e assim vamos de corpo em corpo. Outros usam o corpo como uma ferramenta de trabalho, o usam para ganhar dinheiro. Outros destroem seus corpos com excesso de trabalho, ou até mesmo com excesso de lazer, vícios, etc. Para alertar sobre o uso do corpo, Paulo que o uso correto do corpo é parte da adoração a Deus. Prestamos culto racional, de coração e mente, cuidando bem do nosso corpo, e de todos aqueles que nos cercam, alimentando, educando. Em Rm 3.13 - 14 Paulo diz: “...da língua deles saem mentiras perversas, dos lábios saem palavras de morte,...A boca deles está cheia de terríveis maldições.” O corpo criado para a glória de Deus foi contaminado pelo pecado, por isso, a língua que deveria confessar o nome de Jesus, acaba prejudicando o próximo pelo seu falso testemunho, por mentiras e calúnias. Os lábios que deveriam cantarolar hinos a Deus, amaldiçoam seu próximo. A boca que ao se abrir deveria pronunciar bênçãos, acaba desejando mal ao próximo para que o outro seja prejudicado. O corpo sofre por causa do pecado, mas é justamente para nos resgatar do pecado que Deus Pai enviou seu Filho, e nos alcançou com sua misericórdia. Por isso Paulo pergunta: “Quem nos separará do amor de Cristo? Será tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada? ...Em todas estas coisas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou” (Rm 8. 35, 37).

            Em Jesus Cristo fomos alcançados pela misericórdia de Deus e assim servimos ao Senhor. Pela misericórdia de Deus, sou membro da sua família, sou capacita através do reunir-me em torno da Palavra e do Sacramento para me oferecer como sacrifício vivo a Deus, prestando culto racional, de mente e corpo, vivendo e demonstrando minha fé dentro do meu lar, no meu trabalho, na minha escola, na rua, no futebol, na pescaria, no passeio, etc.

            Deus Pai enviou seu filho Jesus por amor a mim. Jesus morreu pela minha alma, mas também pelo meu corpo que no céu será majestoso e glorioso. Honremos a Deus prestando culto racional usando bem o nosso corpo.

Alcançados pela misericórdia de Deus, servimos ao Senhor. Como?

            Usando nossos dons para o bem comum;

            Muitas são as conseqüências do pecado sentidos no corpo. Doença e a própria morte. Muitas outras coisas ruins são ocasionadas por nossa irresponsabilidade e por não querermos abandonar uma vida de pecado. O corpo muitas vezes sofre por doenças contagiosas por uma vida sexual desenfreada. Outras vezes sofre pelo câncer devido à vida de fumante. Outras vezes o corpo sofre de cirose pelo uso exagerado e desenfreado de bebidas alcoólicas, etc.

            Paulo quando fala do prestar culto racional a Deus pelo cuidar do nosso corpo, quer abranger duas coisas: o cuidar do nosso corpo físico, e também quer alertar para que o corpo de Cristo, a igreja, não sofra devido ao comodismo, ao individualismo e egocentrismo com respeito aos dons dispensados pelo próprio Deus.

            Esse corpo alvo do amor de Deus, alcançado pela misericórdia de Deus para a vida eterna, também foi abençoado com dons, assim é a nossa compreensão do terceiro artigo do Credo Apostólico: “Creio que por minha própria razão ou força não posso crer em Jesus Cristo, meu Senhor, nem vir a ele. Mas o Espírito Santo me chamou pelo evangelho, iluminou com seus dons, ...”. Dons que são distribuídos para o bem comum de todas as pessoas, para um melhor SERVIR no e do corpo de Cristo. Sim! A igreja é o corpo de Cristo, Jesus Cristo é o cabeça desse corpo, ou seja, ele é o guia. E é em torno dele, sua Palavra, seu corpo e sangue que a igreja está reunida.

            Paulo ataca o individualismo e o egocentrismo. Pois essas duas atitudes acabam por nos afastar das pessoas, e nos faz agir sem gratidão àquele que derramou sobre nós ricos dons. Os dons nos foram distribuídos para aproximação e crescimento e para que todos individualmente e propositalmente auxiliem o bem estar de todos. E essa ação em prol de todos é uma ação possibilitada pelo poder de Deus, é a graça divina efetuando em nós o querer e o realizar de Deus em palavras e ações.

            O Espírito Santo me reúne numa igreja cristã. E na igreja cristã, no culto realizado em torno da Palavra e do Sacramento, me santifica dia-a-dia através do perdão dos meus pecados, renova minha mente para viver melhor aqui neste mundo. Deus me dá tudo o que eu necessito na vida material dia após dia, e ainda me dá o suficiente para a vida espiritual no culto. E o culto iniciado em Deus por mim termina no próximo através do meu culto racional de mente e coração. Deus me capacita a viver bem nesse mundo com meu corpo, se preocupou em me dar a vida eterna de corpo e alma. E essa vida eterna é minha por causa da obra de Cristo na cruz. Fui alcançado pela misericórdia de Deus e assim posso SERVI-LO cuidando bem do meu corpo e usando meus dons em beneficio de todos.

Conclusão

            Alcançados pela misericórdia de Deus, servimos ao Senhor. Que o nosso servir seja um servir de mente e coração, nos oferecendo como sacrifício vivo a Deus, oferecendo culto diário cuidando bem do nosso corpo e não deixando de usar nossos dons para o bem comum. Amém.

 

Edson Ronaldo Tressmann.

Alto Parnaíba – MA