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segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Lc 17.11-19 - Voltemos para agradecer

Certo dia, Deus enviou um anjo à terra, com uma grande cesta, para recolher todos os pedidos e súplicas das pessoas no mundo. O anjo demorou para dar a volta ao mundo, e retornou cansado, com a cesta transbordante de pedidos e súplicas. Deus atendeu um a um a todos os pedidos. E depois de certo tempo, tornou a enviar o anjo de volta ao mundo, agora para recolher todos os agradecimentos, os muito-obrigados. O anjo deu a voltou ao mundo num instante, e voltou descansado e com a cesta praticamente vazia!

Clamamos a Deus na hora do aperto, nas enfermidades, secas e necessidades! Suplicamos porque ele nos mandou invocá-lo na angústia e prometeu nos ajudar. Mas nós, muitas vezes, não nos esquecemos de agradecer?

Dez leprosos suplicaram a Jesus por compaixão. Jesus se compadeceu deles e os curou a todos. Nove deles, porém, se esqueceram de agradecer. Somente um estrangeiro, um samaritano, voltou, dando glórias a Deus em alto voz. Prostrou-se aos pés de Jesus e lhe agradeceu. “Então, Jesus lhe perguntou: Não eram dez os que foram curados? Onde estão os nove? Não houve, porventura, quem voltasse para dar glórias a Deus, senão este estrangeiro? E disse-lhe: Levanta-te e vai; a tua fé te salvou” (Lc 17.17-19).

Voltemos para agradecer! Na Festa da Colheita nos recordamos de todos os benefícios do Senhor para conosco, das sus bênçãos materiais e espirituais, e somos puxados de volta para agradecer!

1. Jesus ouve o clamor e socorre na dor! – Jesus curou os dez leprosos porque eles clamaram por sua compaixão. Jesus se compadeceu deles. Jesus curou os dez.

A lepra era um doença grave e incurável nos tempos bíblicos, praticamente como o são a AIDS e o CÂNCER hoje! Os leprosos sofriam fisicamente. A pele deles, doente e ferida, apodrecia de sobre os seus corpos. Mesmo vivos, eram cadáveres ambulantes! A única certeza que tinham era a morte iminente!

Eles também sofriam emocionalmente. Por sua doença ser contagiosa, eram separados da família, da esposa e filhos, dos pais, parentes e amigos; eram excluídos da sociedade, da cidade, igreja e cultos.

A única companhia que eles podiam desfrutar era a de pessoas infelizes que tinham a mesma sorte deles, a mesma doença, para “viverem” a sua deplorável situação.

Quando eles se encontravam com outras pessoas, de longe já deviam gritar: “Imundo, imundo!”, a fim de as pessoas se desviarem deles para não se contagiarem.

Os leprosos, portanto, tinham uma vida sofrida e um morte dolorida. Sentiam-se excomungados e malditos de Deus e dos homens. Era uma situação deveras desesperadora!

Agora podemos compreender por que eles ficaram parados de longe e clamaram: “Senhor, tem compaixão (piedade) de nós”! Nada tinham para dar. Tudo tinham para pedir. Eram pobres e necessitados!

E agora também podemos entender por que Jesus, que veio trazer vida, ajuda e esperança a este mundo em morte, os curou a todos! Porque a sua compaixão e o seu amor para com o pobre e necessitado não conhecem limites e fronteiras! Ele sente toda a dor deste mundo mortal – a sua e minha também!

Um estrangeiro, o samaritano curado, aquele UM dos dez, percebeu a grandeza deste inefável amor divino. Não pôde mais se conter. Sentiu-se puxado de volta. Ele VOLTOU PARA AGRADECER!

2. Somos aqueles DEZ! – Nós temos muitos e grandiosos motivos para sempre VOLTARMOS AO SENHOR PARA AGRADECER! Somos aqueles DEZ, e muito mais do que aqueles DEZ!

Só o fato de não termos uma doença terminal, incurável, é presente do puro e inefável amor de nosso Deus e Pai! Ele nos dá saúde, alegria e disposição para vivermos e usufruirmos suas boas dádivas.

Podemos viver com a nossa família e conviver com os irmãos na congregação; podemos render culto a Deus na companhia dos irmãos e das pessoas da nossa família, dos filhos e dos parentes e amigos.

Podemos ira à cidade, fazer nossas comprar, usufruir as diversões sadias, os eventos festivos e os esportes e passeios.

E como se tudo isso não bastasse, eis aí bênçãos sobre bênçãos: colheitas, campos, gado, vestimenta, carros, casa, luz elétrica, geladeira, computador, estradas asfaltadas, ruas calçadas, ar para respirar, praias para deliciar, empregos e colheitas, entre muitas outras bênçãos!

Tudo provém das mãos benevolentes do nosso Pai de amor. Somos benditos de Deus. Somos aqueles DEZ, muito mais do que aqueles DEZ!

Conheci uma pessoa que faleceu na casa dos seus 40 anos! Somente depois de ter perdido a sua saúde e se arrastado sobre muletas por alguns anos, ele se deu conta do tesouro precioso que é a saúde!

Somente depois que perdemos os preciosos presentes de Deus, como saúde e bens, nós nos damos conta do valor que eles têm. Somente então percebemos o valor das dádivas de Deus e a falta que elas nos causam!

Uns bons anos atrás, vimos, na TV, pessoas enfrentando filas enormes a fim de conseguirem um emprego para ganharem o seu sustento. Eram pessoas que queriam trabalhar honestamente, mas não conseguiam o seu emprego para sustentarem a si mesmos e as suas famílias!

Tendo nós o nosso emprego, nossas colheitas e sustento, é difícil nos imaginarmos na situação deles!

Somos aqueles abençoados DEZ! Muito mais do que aqueles DEZ!

3. Não somos, porventura, os NOVE? – DEZ leprosos pediram ajuda e receberam, mas NOVE deles não voltaram para agradecer! Eles se lembraram de pedir, mas se esqueceram de agradecer!

Nós somos aqueles NOVE ingratos quando não reconhecemos os benefícios do Senhor para conosco!

Somos aqueles NOVE quando nos sentamos à mesa farta, com os pratos cheios de comida, mas nos esquecemos de agradecer, em oração, pela alimento recebida das divinas mãos!

Somos aqueles NOVE quando, de noite, antes de dormir, nos esquecemos de agradecer a Deus, em oração, pela proteção de mais um dia vivido.

Somos aqueles NOVE quando, de manhã cedo, ao levantarmos para um novo dia, nos esquecemos de agradecer pela proteção dos perigos da noite que passou!

Somos aqueles NOVE quando pedimos chuvas, boas colheitas, mas depois – e, em especial, na Festa da Colheita – nos esquecemos de agradecer com o melhor, mas apenas com o restolho, as sobras e migalhas.

Somos aqueles NOVE porque já nos endividamos com a reforma da casa, com a compra do carro novo, da motocicleta nova, e o Doador ficou fora dos nossos planos e agradecimentos.

Somos aqueles NOVE quando trocamos o dia de render culto – de louvar, agradecer e bendizer a Deus! –  pelos passeios, festas, alegrias e diversões terrenas, pelos torneios e por outras atrações e afazeres.

Assim demonstramos claramente que amamos mais os bens do que o Doador de todas as boas dádivas. Demonstramos que nos apegamos mais às dádivas, ao dinheiro, em vez de ao Doador de todos os bens, Deus, nosso Pai Todo-poderoso, que nos criou, preserva e guarda!

Assim, nos tornamos idólatras. Os bens se tornam o nosso deus, porque amamos mais as doações do que o Doador. Merecemos castigos nesta vida e na eternidade. Somos indignos das misericórdias de Deus!

Havia um fazendeiro rico, mas ele nunca queria dar um garrote sequer para a festa de aniversário da sua modesta igreja. Queria, antes, movido pela ambição e ganância, que Deus lhe desse mais prosperidade, a fim de ser o fazendeiro mais rico da região! Num belo dia, passando pelo seu campo, achou apenas os mocotós e as cabeças de dezenas de bois que lhe haviam sido roubados. Depois, teve ainda suas fazendas invadidas por vândalos.

Deus pode disciplinar, com todo rigor, o materialista, ganancioso e egoísta, conforme diz Deus em Malaquias 3: “Com maldição sois amaldiçoados, porque a mim me roubais...”! Deus pode trancar as janelas dos céus a fim de reconhecermos o nosso materialismo e o merecido “puxão de orelhas”!

Não somos, porventura, aqueles NOVE, que se lembraram de pedir mas se esqueceram de agradecer?

Havendo “puxões de orelhas” em nossa vida, secas, perdas, enfermidades e carestias, humilhemo-nos sob poderosa mão de Deus, para que ele, a seu tempo, nos exalte! Voltemos a Deus em verdadeiro reconhecimento da nosso culpa e com uma sincera confissão de pecados nos lábios.

E não desesperemos! O Senhor nos trata como filhos, com dura disciplina muitas vezes, para o nosso bem eterno. Isso mostra que não somos órfãos de jeito nenhum, mas que temos um GRANDE PAI! Ele corrige a quem ama (Hb 10)! Ele quer que todos se arrependam e se apeguem a Jesus, o Salvador, o caminho seguro para a vida eterna. Pois o Pai “não poupou o seu próprio Filho, antes, por todos nós o entregou, porventura não nos dará, com ele, graciosamente, todas as coisas?” (Rm 8).

4. Sejamos aquele UM! – UM dos DEZ, vendo que fora curado, não pôde mais se conter. Sentiu-se puxado de volta! Voltou dando glórias a Deus em alto voz, e prostrou-se aos pés de Jesus, agradecendo-lhe! E este era um estrangeiro samaritano! Ao contrário dos NOVE, este nem do povo de Israel era!

Prezados irmãos! Desde o Antigo testamento, o povo de Deus celebra a Festa da Colheita. Também nós, “povo de propriedade exclusiva de Deus” (1 Pe 2.9) no Novo Testamento, nos reunimos aqui para dar glórias a Deus em alta voz, prostrar-nos aos pés do bom Senhor e agradecer-lhe por todos os seus benefícios para conosco.

Carl F. W. Walther, pastor, teólogo e fundador da Igreja Luterana Sínodo de Missouri dos Estados Unidos, baseado em Lutero, afirma que a RELIGIÃO CRISTÃ é, por excelência, uma RELIGIÃO DE GRATIDÃO: “Por este motivo, Lutero diz que a  religião cristã é, em resumo, uma religião de gratidão. Todo o bem que o cristão realiza, ele não o realiza para merecer algo. Nós também nem saberíamos o que fazer para merecer algo. Tudo já nos foi dado: justiça, nossa herança eterna, nossa salvação. O que nos resta fazer é agradecer a Deus.” (C. F. W. Walther: Lei e Evangelho, Concórdia Editora, 2o Edição, p. 68).  

Somos aqueles abençoados DEZ! Não sejamos aqueles NOVE ingratos! Sejamos aquele UM agradecido, estrangeiro, samaritano!  VOLTEMOS PARA AGRADECER – SEMPRE! Amém.

(Pastor Juarez Borcarte - Festa  da Colheita, agosto e setembro 2008 – Itarana, ES)

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