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quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Jo 8.11 - A função da Lei (Introdução aos Mandamentos)

Pois eu também não condeno você. Vá e não peque mais! (Jo 8.11)
Caros irmãos e irmãs no Salvador Jesus.
Talvez o que mais exista em todo o mundo sejam leis. Existem leis para todas as coisas, algumas delas muito estranhas, como uma existente no Estados Unidos que diz que os homens não podem pescar se estiverem montados em zebras ou girafas. Também no Brasil existem leis dos mais diferentes tipos e, quando foi redigida a nossa atual constituição federal, um brilhante deputado quis incluir nela a resguarda do direito de só a mulher poder ser mãe.
Estes são alguns itens interessantes nas leis humanas. Mas elas não são as únicas leis existentes. Muito antes dos homens criarem suas leis, Deus já as havia criado. Na verdade, as leis de Deus resumiam-se em uma única ordem: Você pode comer as frutas de qualquer árvore do jardim, menos da árvore que dá o conhecimento do bem e do mal. Não coma a fruta dessa árvore; pois no dia em que você a comer, certamente morrerá. (Gn 2.16-17)
É interessante observar que Deus deu uma única lei ao homem e, junto com ela mostrou as conseqüências da desobediência desta lei: certamente morrerá. E ao dizer que o ser humano morreria se comece do fruto proibido, Deus não quis dizer apenas que sua vida neste mundo teria um fim, mas que o ser humano ao transgredir a lei divina estava fadado à morte eterna, ao inferno.
Hoje, em pleno século XXI, nós cristãos costumamos dizer que vivemos em outros tempos. Nós desde pequenos aprendemos que Cristo veio a este mundo para morrer pelos nossos pecados e, assim, por causa do sacrifício de Cristo em nosso favor, nós não estamos mais sob o domínio da Lei. E, infelizmente, muitos cristãos interpretam isso de uma maneira totalmente errada, vendo na liberdade que Cristo nos conquistou, um motivo para a libertinagem, para viver a vida da maneira como bem entendemos. E para constatarmos isto, basta olharmos para nossa vida e fazer um balancete: quantas vezes ao dia eu deixo de cumprir a lei de Deus? Quantas vezes ao dia eu penso, falo e faço coisas que são contrárias à Lei de Deus?
É verdade que Cristo nos libertou da escravidão da Lei, por cuja obediência total e irrestrita teríamos que ser santos – perfeitamente santos – aos olhos de Deus. Mas isso não significa que a Lei de Deus deixou de ter valor. Ao contrário, o próprio Cristo nos lembra que até o final dos tempos nada será tirado da lei, ou seja, ela continua sendo valiosa para todos nós e Deus continua esperando que nós a obedeçamos. Caso contrário, teria dito claramente que a sua Lei perdeu todo o valor.
Mas então: qual a importância da Lei de Deus para nós hoje? Para que ela serve? Como devemos usa-la em nossas vidas?
Antes de mais nada é preciso lembrar que toda a Palavra de Deus é dividida em Lei e Evangelho. Pela Lei nós conhecemos nosso pecado. É ela que nos diz não roube e quando roubamos, ela nos informa que cometemos um pecado. Já o Evangelho nos lembra Cristo. Quando nós pecamos, Cristo, pelo Evangelho, nos diz: tudo bem. Eu morri por este pecado também. Você está perdoado.
A distinção correta entre Lei e Evangelho é uma das tarefas mais difíceis, já que o mesmo texto pode ser Lei num contexto e Evangelho em outro, ou vice-versa. Ou ainda, um texto do mais doce Evangelho puro pode se transformar na mais amarga Lei, dependendo da maneira como eu o emprego. Mas hoje nós queremos conhecer um pouco mais a Lei e como ela se aplica à nossa vida.
O texto base para esta meditação é, talvez, um dos mais usados para mostrar, de forma errada, que Deus não condena ninguém. Uma mulher foi apanhada em adultério e levada a Jesus para que fosse julgada por Ele. Os seus acusadores sabiam até a pena que ela deveria sofrer, mas queriam ouvir de Jesus que ela não deveria ser castigada, ou seja, queriam encontrar uma desculpa para condenar Jesus por sacrilégio.
E, depois de exposto o caso, Jesus calmamente resolve o problema com a indicação de que aquele dentre os acusadores que não tivesse nenhum pecado que fosse o primeiro a apedrejar aquela mulher. Para surpresa geral, um a um todos foram embora, até que finalmente ficaram apenas Jesus e aquela mulher. Jesus indagou sobre seus acusadores e a mulher disse que tinham ido embora sem apedreja-la. Então, dá a ela o sua sentença: Pois eu também não condeno você. Vá e não peque mais!
Nesta história podemos encontrar os três usos da Lei, ou seja, a Lei servindo como um espelho como um freio e como um guia ou norma de vida.
Espelho
Os fariseus julgavam-se mais perfeitos que o povo comum e, por isso, pensavam que tinham o direito de cuidar da vida alheia, observando quem estava ou não em pecado. Eles observavam, ao menos exteriormente, todas as regras de obediência à Lei. Mas ainda assim, apesar de toda a sua aparente correção de vida, foram repreendidos por Jesus: Quem de vocês estiver sem pecado, que seja o primeiro a atirar uma pedra nesta mulher!
Aqui Jesus usa a Lei de Deus como um espelho. Coloca a Lei diante daqueles perfeitos fariseus e faz com que eles avaliem sua vida e percebam que, apesar de tudo, são tão pecadores quanto aquela mulher.
A Lei de Deus também faz isso em nossas vidas. Sempre que nos vemos diante da Lei, nós somos levados a perceber o quanto temos pecado e, tal como num espelho vemos a sujeira de nosso rosto, no espelho da Lei de Deus vemos a sujeira de nossos pecados e as imperfeições de nossa vida cristã.
Ao olharmos nosso rosto no espelho e vermos a sujeira ou os cabelos despenteados, somos incentivados, por esta visão, a melhorar o nosso aspecto. Da mesma forma, quando olhamos nossa vida no espelho da Lei de Deus e vemos nossos pecados, somos incentivados, pela ação do Espírito Santo, a mudar nosso comportamento, corrigindo o nosso viver e vivendo de acordo com a vontade de Deus.
Freio
Vamos voltar à história narrada por João. Os fariseus queriam matar a mulher adúltera a pedradas, conforme dizia a Lei. Jesus aplica a eles a mesma Lei com a qual eles estavam condenando a mulher e faz com que vejam que sua situação não era diferente da dela. Eles eram tão pecadores quanto elas e, mais que isso, caso a matassem, estariam cometendo outro pecado. Quando avaliaram sua vida à luz da Lei de Deus, eles foram freados por esta lei.
Todos nós conhecemos as funções de um freio, seja ele do carro ou da bicicleta. Num primeiro momento, podemos imaginar que o freio serve simplesmente para parar. Mas não. Ele também tem outras utilidades, como diminuir a velocidade e evitar um acidente.
Foi isso o que aconteceu naquele momento, em Jerusalém. Os fariseus estavam embalados, prontos a cometer um pecado e Jesus aplica neles o freio da Lei. O mesmo acontece conosco, quando ouvimos a pregação ou lemos a Lei de Deus e percebemos que também nós estamos rumando em alta velocidade em direção ao pecado. O Espírito Santo então age em nós e nos freia, impedindo que o acidente aconteça.
Deus não quer que nós pequemos. Ele odeia o pecado. Por outro lado, Deus ama o pecador. Ao nos dar a Lei como um freio e o Espírito Santo como Auxiliador, Ele nos dá meios de não nos acidentarmos espiritualmente e nos ajuda a viver como santos diante de seus olhos.
Norma
Quando os fariseus foram embora, lá no pátio do templo ficaram apenas Jesus e a mulher adúltera. De cabeça baixa ela esperava a sentença final, proferida por Jesus. Mas Jesus não a condena. Ao contrário, manda que ela vá embora com uma recomendação: Vá e não peque mais. Em outras palavras: vá e viva de acordo com a vontade de Deus. E Qual é a vontade de Deus? Como Deus quer que eu viva?
Quando vamos aprender a jogar determinado jogo, a primeira coisa que aprendemos são as regras ou normas, o que pode e o que não pode ser feito. Com isso nós sabemos como nos comportar ao jogarmos.
Ao nos dar a sua Lei, Deus nos ensina a maneira como nós devemos viver. Em sua Lei Ele nos diz o que podemos e o que não podemos fazer. Assim, a Lei de Deus serve como um guia, como uma regra, como uma norma para a nossa vida. É através da Lei de Deus que sabemos como devemos nos comportar tanto em nosso relacionamento com o próprio Deus quanto com o próximo.
Pela observação e obediência às regras, ou seja, à Lei de Deus, nós vivemos de acordo com a sua vontade. É verdade que é impossível que consigamos cumprir toda a Lei. Afinal, nós somos naturalmente pecadores e, por causa disso, somos imperfeitos por natureza e incapazes de fazer a vontade de Deus sempre. Mas isso não pode, jamais, ser a desculpa para não procurarmos obedecer a Deus em toda a nossa vida. Afinal, se fosse assim, com certeza Jesus não teria dito à mulher vá e não peque mais. Cristo nos deu o Espírito Santo como ajudador e Ele sempre está pronto a os auxiliar no obedecer a Lei de Deus.
Evangelho
Finalmente, podemos retornar à pergunta: a Lei de Deus tem algum valor para o cristão hoje? A resposta, nós já sabemos: Sim, ela tem muito valor para o cristão hoje. Não como meio de obtermos salvação. A vida eterna nós conquistamos graças ao sacrifício de Cristo em nosso favor. A Lei de Deus tem imenso valor para nós cristãos hoje como espelho, para mostrar que somos pecadores; como freio, para evitar que cometamos pecados; e como norma, para nos ensinar a viver de acordo com a vontade de Deus.
Nós não precisamos viver como os fariseus viviam, com uma observação exterior da Lei. Mas também não estamos autorizados a viver de qualquer maneira. Nós somos sempre incentivados a observar a Lei de Deus e, sempre que eu deixo de fazer isso, é como se disséssemos a Cristo: olha, teu sacrifício por mim é uma bobagem e eu não estou nem aí pro meu futuro eterno. Por outro lado, se obedecemos a Lei de Deus com o intuito de comprarmos ou ganharmos a vida eterna, também estamos jogando no lixo o sacrifício de Cristo, pois é da vontade de Deus que por meio de Cristo nós sejamos perdoados e salvos eternamente.
Quando pecamos, somos acusados pelo Diabo, o mundo e pela nossa consciência. Se temos Cristo como Salvador, então vamos ouvir Ele dizer: quem estiver sem pecado que atire a primeira pedra. Uma vez que nossos acusadores também são pecadores, eles vão se retirar um a um e então Cristo nos dirá: Eu também não condeno você. Ao contrário, morri em seu lugar para pagar todos os seus pecados. Agora vá e não peque mais.
Que Deus nos ajude a viver de maneira agradável a Ele, crendo em Cristo como nosso Salvador e, com a ajuda do Espírito Santo, obedecendo á sua santa Lei. Amém.
(Rev. Éder Carlos Wehrholdt - Campo Largo)

Êx 20.5-6 - A Conclusão dos Mandamentos

Querido povo de Deus, irmãos e irmãs no Salvador Jesus.
No último final de semana concluímos os dez mandamentos. Foram dez semanas analisando cada um dos mandamentos, aprendendo a respeito deles e como eles se relacionam em nosso viver. Os textos bíblicos de hoje nos levam a pensar sobre a conclusão dos dez mandamentos, como a aprendemos no catecismo: pois eu, o Senhor, sou o seu Deus e não tolero outros deuses. Eu castigo aqueles que me odeiam, até os seus bisnetos e trinetos. Porém sou bondoso com aqueles que me amam e obedecem aos meus mandamentos e abençôo os seus descendentes por milhares de gerações. (Êx 20.5-6)
Antes de mais nada, é interessante nos perguntarmos: como está minha vida? Está tudo bem? E como está o meu relacionamento com Deus? Qual é o meu compromisso com Deus? Ou não tenho e não quero nenhum compromisso com Deus? A resposta destas últimas perguntas está intimamente ligada à resposta das duas primeiras perguntas. E elas têm tudo a ver com a conclusão dos mandamentos. 
O Salmista nos diz que felizes são aqueles... cujo prazer está na lei do Senhor (Sl 1.1). Ser feliz é o alvo de vida de todas as pessoas. Não existe alguém que, de sã consciência, queria ser infeliz. Mas como ser feliz em meio ao mundo em que vivemos? Como podemos ser felizes quando há tanto desemprego, tantas mortes, tantas tragédias e catástrofes? Como ser feliz quando há tanto roubo e falcatruas que já não sabemos em quem confiar.
No salmo 1 nós temos a resposta. Feliz é quem não se deixa levar pelos conselhos dos maus, aqueles que não seguem o exemplo de quem não quer saber de Deus, aqueles que não se ajuntam com pessoas que zombam do que é sagrado. Felizes são aqueles que se ligam a Deus e permanecem junto dele, fazendo sempre a sua vontade. Felizes são os que ouvem a Palavra de Deus e a guardam diz Jesus como que para confirmar este salmo.
Essas pessoas são como árvores que crescem na beira de um riacho; elas dão frutas no tempo certo e as suas folhas não murcham. Assim também tudo o que essas pessoas fazem dá certo (Sl 1.3). A promessa contida nestas palavras é de que aqueles que são fiéis a Deus, ou seja, guardam os seus mandamentos, estes têm vida plena, vida repleta de frutos, vida que não tem fim, ou seja, folhas que não murcham. Em outras palavras, podemos dizer que para termos uma vida realmente feliz nós precisamos estar unidos a Deus, ouvindo sua Palavra e a colocando em prática em nosso viver. Precisamos ser fiéis, ou seja, confiarmos no perdão de nossos pecados que temos em Cristo e, ao mesmo tempo, trabalharmos para que este perdão seja estendido a todos ao nosso redor.
Levar o perdão de Cristo para todos é permitir que todos sejam santos, sem pecados, tal como Deus pede que nós sejamos na leitura do AT: sejam santos, pois eu, o Senhor, o Deus de vocês sou santo (Lv 19.1). Ser santo é não ter pecado. Nosso Deus é totalmente santo e, por isso, Ele não admite diante de si qualquer pecado. 
Todo ser humano é pecador e, por mais que não queiramos, não uma só pessoa que faça apenas o bem. O apóstolo Paulo nos diz que todos pecaram e carecem da misericórdia Divina. Por nós mesmos, pela nossa situação de pecadores, não podemos nos aproximar de Deus. Não podemos estar juntos dele, pois somos pecadores e Ele é santo. Somente quando nos tornamos santos é que podemos estar juntos de Deus.
Deus, que odeia o pecado mas ama o pecador, viu esta nossa triste situação e veio ao nosso encontro. Em Jesus Cristo, que é o próprio Deus, todos os nossos pecados foram pagos. Nós fomos escondidos na justiça de Cristo, a fim de sermos feitos santos e podemos viver outra vez junto a Deus. Nós fomos enxertados com o Espírito Santo, que nos deu a fé que se agarra a Cristo como nosso Salvador e nos capacita a vivermos a nova vida que Deus nos deu, produzindo frutos que são a nossa resposta ao seu amor por nós.
Esta nova vida foi experimentada pelos cristãos da cidade de Tessalônica, como nos conta o apóstolo Paulo na segunda leitura de hoje. Ele diz que estes cristãos se tornaram um exemplo para todos os cristãos das províncias da Macedônia e Acaia. Pois a mensagem a respeito do Senhor partiu de vocês e se espalhou... e as notícias sobre a fé que vocês têm em Deus chegaram a todos os lugares... Todas as pessoas... contam como vocês deixaram os ídolos para seguir e servir ao Deus vivo e verdadeiro (1 Ts 1.7-9).
Infelizmente, Paulo não poderia dizer isso de muitos daqueles que hoje se dizem cristãos. Boa parte daqueles que se dizem cristãos hoje são cristãos apenas dentro da Igreja ou quando recebem a visita do pastor. Aí são os mais santos. Mas no restante do tempo, suas vidas são como de um não cristão. Não são exemplos de vida para ninguém, não falam de Cristo para ninguém e num momento de aperto mostram todo o desespero que têm pela falta de fé. E estes "cristãos" ensinam isso a seus filhos, netos e bisnetos. O seu pouco participar nos cultos; os poucos – ou inexistentes – momentos devocionais; seus comentários críticos e negativos sobre a Igreja; seu pouco ou inexistente envolvimento com o trabalho cristão; seu compromisso com outros ídolos (TV, festas, trabalho – as desculpas que apresentam) – todas estas coisas acabam por influenciar seus descendentes. O cristianismo frouxo e descompromissado dos pais leva a filhos, netos e bisnetos com um cristianismo frouxo e descompromissado. E alguns ainda reclamam: pastor, eu não sei o que fazer para meu filho participar mais dos cultos, ler a Bíblia etc. ...  A resposta é simples: falta exemplo de fé e fidelidade a Deus.
Os tessalonicenses viviam sua fé e fidelidade enquanto esperavam a volta de Jesus que os havia salvo do castigo divino. Isso nos ensina que aqueles cristãos reconheceram sua situação de pecadores condenados e que, graças a Cristo, tinham uma nova oportunidade, uma nova chance de viverem uma vida melhor. Por isso eles se agarraram a Deus e vivam de forma compromissada a ele, servindo-o e demonstrando sua fé no dia-a-dia.
Então ouvimos Jesus nos falando dos mandamentos mais importantes: Ame o Senhor, seu Deus, com todo o coração, com toda a alma e com toda a mente... ame os outros como você ama a você mesmo (Mt 22.37, 39).
Como nós nos relacionamos com aqueles a quem amamos? Nosso relacionamento com eles é superficial? É descompromissado? É algo que acontece uma vez ou outra? Ou procuramos um relacionamento profundo, caloroso; estamos dispostos a ajuda-los e servi-los naquilo que for necessário; queremos sempre estar juntos daqueles a quem amamos? Olhando deste ângulo, o que podemos dizer de nosso relacionamento com Deus? É um relacionamento de amor ou não? Quando queremos estar pouco juntos daquele que nos salvou e nos deu vida, mostramos amor? Quando não queremos nos envolver com nada que diga respeito ao trabalho de Deus, mostramos amor?
E o que podemos dizer do nosso amor para com o próximo? Nós entendemos o que significa amar aos outros como amamos a nós mesmos? Isso quer dizer que desejamos ao nosso próximo exatamente o que desejamos para nós. E para nós, nós desejamos apenas coisas boas. Entre elas, o perdão dos pecados e a vida eterna no céu. Nós sabemos que recebemos isso pela morte e ressurreição de Cristo. E então,  fazemos de tudo para que nosso próximo – familiares, colegas de trabalho, amigos e desconhecidos (inclusive inimigos) também tenham o mesmo que nós temos? Ou somos egoístas e nos preocupamos apenas com nós mesmos e deixamos as outras pessoas à sua própria sorte?
Os 10 mandamentos se resumem nestes dois mandamentos de amor, a Deus e ao próximo. Esta é a vontade de Deus para a nossa vida. É nesta vontade que se resume a ética do nosso viver. E, embora por nós mesmos não tenhamos condições de cumprir a vontade de Deus, nós fomos batizados com Cristo e, com isso, fomos unidos a Cristo em sua morte. Em outras palavras, nós morremos para a nossa antiga e pecaminosa natureza. E, em nosso Batismo, também ressuscitamos com Cristo para uma nova vida. Esta nova vida é dirigida pelo Espírito Santo e ele nos dá capacidade para lutarmos contra o pecado e para fazermos a vontade de Deus.
O nosso Deus é um Deus zeloso, ou seja, que cuida dos seus. Ele é também justo e, por isso, castiga aqueles que não são fiéis, ou seja, aqueles que, conhecendo a vontade de Deus, não a praticam. Por outro lado, o nosso Deus é um Deus misericordioso, que derrama bênçãos sobre bênçãos sobre muitas gerações daqueles que o amam e obedecem aos seus mandamentos.
Meus queridos irmãos e irmãs no Salvador Jesus. Nós temos um Deus zeloso, que cuida do seu povo, que olha o quê e como seu povo está vivendo. Ele realmente castiga – e tem que castigar aqueles que praticam a iniqüidade, ou seja, aqueles que não fazem a sua vontade. Nós também temos um Deus misericordioso, ou seja, um Deus que ama o pecador e que, exatamente por isso, castigou o nosso pecado em seu próprio Filho, Jesus Cristo. Este Deus quer fazer misericórdia, ou seja, quer nos dar a alegria, a felicidade da vida plena e eterna em Cristo. E, em Cristo, ele também nos chama a uma vida comprometida e fiel a ele. Para isso, ele nos enche com o Espírito Santo e nos dá condições para vivermos da maneira como ele quer que vivamos.
Vamos, portanto, viver uma vida cristã compromissada, buscando fazer a vontade de Deus que nos é apresentada nos dez mandamentos, não como forma de merecermos ou comprarmos seu perdão e sua graça, mas vamos fazer isso em resposta amorosa ao amor que Ele demonstrou por nós em Cristo. 
Assim, agora podemos dizer Amém. O amém afirma que a pessoa quer e confirma pela fé aquilo que está pedindo e afirmando na história da glória de Deus com cada ser humano em toda a criação de Deus. A glória da misericórdia tem futuro, pois continua na presença eterna de Deus o reino final. Essa é a esperança tranqüila dos que estão na fé em Cristo para viverem felizes neste mundo. Amém. Que Deus nos ajude. Amém.
(Rev. Éder Carlos Wehrholdt - Campo Largo/PR)

Êx 20.17 - Não cobice (9º e 10º Mandamentos)

Não cobice a casa de outro homem. Não cobice a sua mulher, os seus escravos, o seu gado, os seus jumentos ou qualquer outra coisa que seja dele. (Êx 20.17)
Chegamos aos dois últimos mandamentos. Eles podem ser resumidos em duas palavras: não cobice. É impressionante a reviravolta na ordem dos mandamentos. Deus cuidou do nosso relacionamento com Ele mesmo, com nossos pais e superiores, de nossas vidas, nossos cônjuges, nossos bens e da honra do próximo. E agora vem nos orientar quanto á cobiça. Parece que estes mandamentos fogem dos outros cinco que tratam do nosso relacionamento com o próximo.
Do dicionário aprendemos que cobiça é o desejo veemente de alcançar riquezas ou bens materiais. Já um dicionário bíblico diz que a cobiça quer para si o que pertence ao próximo. Não é cobiça o menino querer chupar bala quando vê outro menino chupando bala, mas se exigir a bala do outro, então é cobiça. A cobiça revela características reprováveis, como descontentamento, inveja, egoísmo, desconfiança do amor de Deus, descrença da bondade divina, falta de amor ao próximo (McNair, A Bíblia Explicada, Ex 20.17).
É interessante observar a história da criação do ser humano e como o ser humano cometeu o primeiro pecado. Deus havia dado ao ser humano um belo lugar para viver em sua companhia e a possibilidade de viver livre. Para continuar nesta vida, não deveria comer do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, ou seja, não deveria cobiçar ter um conhecimento que era exclusivo de Deus. Quando Satanás usou a serpente para tentar Adão e Eva, fez com que eles cobiçassem aquilo que Deus havia dito para não cobiçarem. Na criação, o ser humano era livre. Só não devia cobiçar. Falhou no primeiro teste da fruta, no qual não deixou Deus ser Deus, mas atendeu às insinuações de Satanás, que disse que o ser humano seria como Deus conhecedor do bem e do mal. Deus disse isso porque sabe que, quando vocês comerem a fruta dessa árvore, os seus olhos se abrirão, e vocês serão como Deus, conhecendo o bem e o mal. (Gn 3.5).
A cobiça é isso. É querer ser mais do que aquilo que somos. Mas vamos devagar. Não é errado querer melhorar de vida. O errado é permitir que este meu anseio se torne uma obsessão e que, para alcançar meu intento, eu use quaisquer meios que estejam ao meu alcance, sejam eles bons ou maus, legais ou ilegais, morais ou imorais. Além disso, é errado também eu permitir que o meu desejo de ser igual ou mais do que alguém me domine, ao ponto de que eu não possa mais viver com dignidade e tranqüilidade.
Em 1 Rs 21 encontramos uma história que mostra perfeitamente o que a cobiça pode fazer na vida de uma pessoa. Ouçam o que diz o texto bíblico: 
Acabe, rei de Samaria, tinha um palácio em Jezreel. Perto desse palácio havia uma plantação de uvas que pertencia a um homem chamado Nabote. Certo dia Acabe disse a Nabote:
– Dê-me a sua plantação de uvas. Ela fica perto do meu palácio, e eu quero aproveitar o terreno para fazer uma horta. Em troca, eu lhe darei uma plantação de uvas melhor do que a sua ou, se você preferir, eu pagarei um preço justo por ela.
– Esta plantação de uvas é uma herança dos meus antepassados! – respondeu Nabote. – Deus me livre de entregá-la ao senhor!
Acabe foi para casa aborrecido e com raiva por causa do que Nabote tinha dito. Ele se deitou na cama, virado para a parede, e não quis comer nada. Então a sua esposa Jezabel foi falar com ele e perguntou:
– Por que você está assim aborrecido? Por que não quer comer?
Ele respondeu:
– É por causa do que Nabote me falou. Eu lhe disse que queria comprar a sua plantação de uvas ou então, se ele preferisse, eu lhe daria outra em troca. Mas Nabote me disse que não me daria a sua plantação.
Acabe ficou tão desgostoso com a resposta que Nabote lhe deu que não conseguiu mais viver em paz. A cobiça lhe tirou a liberdade de viver e ele entrou em depressão. Tudo parecia sem sentido e Ele só ficava pensando na plantação de uvas de Nabote e no fato de que ele não podia tê-la para si.
Quando nós permitimos que a cobiça, a ambição tome conta de nosso ser, nós também não vivemos. Ficamos olhando para os outros, para aquilo que eles possuem, e não conseguimos enxergar o que nós temos, o que nós somos.
Mas a história da cobiça de Acabe pela plantação de uvas de Nabote não terminou aí. A cobiça sempre leva a outras coisas. Vejam o que aconteceu:
Então Jezabel disse a Acabe, o seu marido:
– Afinal de contas, você é o rei ou não é? Levante-se, anime-se e coma! Eu darei a você a plantação de uvas de Nabote, o homem de Jezreel!
Então ela escreveu algumas cartas em nome de Acabe e carimbou-as com o anel-sinete dele e as mandou para as autoridades e para os líderes de Jezreel. As cartas diziam o seguinte: "Mandem avisar que vai haver um dia de jejum, reúnam todo o povo e ponham Nabote no lugar de honra. Ponham sentados na frente dele dois homens de mau caráter para acusarem Nabote de ter amaldiçoado a Deus e ao rei. Depois levem Nabote para fora da cidade e o matem a pedradas."
As autoridades e os líderes de Jezreel fizeram o que Jezabel havia ordenado. Eles mandaram avisar que ia haver um dia de jejum, reuniram o povo e puseram Nabote no lugar de honra. Então, diante do povo, os dois homens de mau caráter acusaram Nabote de haver amaldiçoado a Deus e ao rei. E assim ele foi levado para fora da cidade e morto a pedradas.  Depois mandaram dizer a Jezabel:
– Nabote foi morto a pedradas.
Logo que Jezabel recebeu o recado, disse a Acabe:
– Nabote morreu. Agora vá e tome posse da plantação de uvas que ele não quis vender a você.
Logo que soube que Nabote estava morto, Acabe foi até a plantação de uvas e tomou posse dela.
Mentiras, morte, roubo, entre outros. Se Acabe tinha um pouco de honra, sua esposa Jezabel pensava diferente. Para ela, ele podia usar todos os artifícios imagináveis para conseguir o que queria. Afinal, ele era ou não era o rei? Em outras palavras: você quer ou não quer ter essa plantação de uvas? Se quer, então faça tudo para consegui-la. E lá se foi ela preparar uma armadilha para dar ao seu marido aquilo que ele tanto queria.
A Bíblia tem ainda outros exemplos de casos de cobiça. Davi, por exemplo, para poder ficar com Bate Seba, a mulher de seu vizinho, comandante de seu exército e amigo Urias, não hesitou em manda-lo para a morte, ainda que tenha disfarçado seu homicídio. Esaú, cobiçando um prato de comida, vendeu seu direito de primogenitura, e Jacó, cobiçando o direito que era de Esaú, cobrou caro pelo prato de comida que o irmão queria.
A cobiça, a ambição desenfreada, seja pelo que for, sempre leva a outros pecados. Quando olhamos os anúncios oferecendo emprego nos jornais, vemos que os candidatos aos cargos de vendedores devem ter, entre outras qualidades, ambição. E os patrões pagam comissões aos seus vendedores. Com isso, induzem seus funcionários a usar todos os meios e artifícios para que o produto seja vendido. Há algum tempo assisti uma palestra sobre métodos de vendas e o palestrante disse: o bom vendedor vende uma caixa de fósforos com todos os palitos queimados e prova ao cliente que aquilo é o que ele mais precisa no momento. E o cliente paga o preço que o vendedor pedir por esta caixa de fósforos inúteis. O que se aprende daí é que para que alguém seja bom vendedor – e com isso cubra os anseios de sua própria cobiça e da cobiça do seu patrão – precisa ser mentiroso e enganador. Felizmente nem todos os vendedores são assim.
Poderíamos ficar muito tempo citando exemplos de como a cobiça atinge a cada um de nós. Mas isso não convém neste momento. Precisamos aprender algo que é mais importante que tudo.
Nós não temos necessidade de cobiçar a casa do nosso próximo, a sua propriedade ou seja lá o que for para ficarmos como únicos; poderosos na terra. Nós somos cristãos. E em Cristo tudo é nosso, como diz o apóstolo Paulo em 1 co 3.22. Também não precisamos possuir as coisas do próximo para sermos felizes. Salomão, inclusive, quando teve a oportunidade de pedir a Deus o que quisesse, não pediu riqueza, mas sabedoria. E Deus lhe deu as duas coisas.
Precisamos lembrar que não é o possuir que enriquece, mas a alegria de viver com aquilo que Deus nos deu no lugar em que nos colocou. Nós concluímos o Pai Nosso dizendo teu é o Reino. Se o Reino é de Deus, Ele pode nos dar satisfação em nossa vida sem a cobiça de possuirmos aquilo que Deus decidiu dar a outra pessoa, seja a sua casa, a sua família ou qualquer outra coisa.
O apóstolo Pedro nos aconselha e lembra: abandonem tudo o que é mau, toda mentira, fingimento, inveja e críticas injustas. Sejam como criancinhas recém-nascidas, desejando sempre o puro leite espiritual, para que, bebendo dele, vocês possam crescer e ser salvos. Pois, como dizem as Escrituras Sagradas: "Vocês já descobriram por vocês mesmos que o Senhor é bom."Cheguem perto dele, a pedra viva que os seres humanos rejeitaram como inútil, mas que Deus escolheu como de grande valor... Vocês são a raça escolhida, os sacerdotes do Rei, a nação completamente dedicada a Deus, o povo que pertence a ele. Vocês foram escolhidos para anunciar os atos poderosos de Deus, que os chamou da escuridão para a sua maravilhosa luz. Antes, vocês não eram o povo de Deus, mas agora são o seu povo; antes, não conheciam a misericórdia de Deus, mas agora já receberam a sua misericórdia. (1 Pe 2.1-4, 9-10).
Se somos a raça escolhida, o povo que pertence a Deus, então temos tudo o que é de Deus e podemos viver contentes e felizes com o que somos e temos. Vamos, pois, viver esta vida alegre e satisfeita na certeza de que temos um tesouro preparado no céu, tesouro que não pode ser corrido pela ferrugem, nem pela traça, nem roubado por ladrões. Nós somos herdeiros de Deus. Amém.
(Rev. Éder Carlos Wehrholdt - Campo Largo/PR)

Êx 20.16 e Tg 3.5-10 - Não dê falso testemunho (8º Mandamento)

Não dê testemunho falso contra ninguém. (Ex 20.16)
É isto o que acontece com a língua: mesmo pequena, ela se gaba de grandes coisas. Vejam como uma grande floresta pode ser incendiada por uma pequena chama! A língua é um fogo. Ela é um mundo de maldade, ocupa o seu lugar no nosso corpo e espalha o mal em todo o nosso ser. Com o fogo que vem do próprio inferno, ela põe toda a nossa vida em chamas. O ser humano é capaz de dominar todas as criaturas e tem dominado os animais selvagens, os pássaros, os animais que se arrastam pelo chão e os peixes. Mas ninguém ainda foi capaz de dominar a língua. Ela é má, cheia de veneno mortal, e ninguém a pode controlar. Usamos a língua tanto para agradecer ao Senhor e Pai como para amaldiçoar as pessoas, que foram criadas parecidas com Deus. Da mesma boca saem palavras tanto de agradecimento como de maldição. Meus irmãos, isso não deve ser assim. (Tg 3.5-10)
Meus queridos irmãos e irmãs no Salvador Jesus Cristo. Chegamos ao oitavo mandamento. Existe uma piada a respeito deste mandamento. Dizem que os cristãos vêem os mandamentos assim: 1-2-3-4-5-6-7-9-10. O oitavo nem aparece, porque os cristãos não fazem fofoca, não falam mal de ninguém, não mentem, não atacam a honra de quem quer que seja. E nós sabemos o quanto isso é verdadeiro, não é mesmo?
Se pegarmos um jornal qualquer, aquele que traz notícias de nossa cidade, ou assistimos um noticiário na TV, o que vemos? Dezenas, centenas de notícias. Quantas delas falam apenas a verdade? E quantas estão recheadas de mentiras ou falsas informações, com o intuito de destruir a imagem de uma pessoa?
E quando nós sabemos de algo a respeito de outra pessoa, o que fazemos?
Depois de nos orientar quanto ao relacionamento com os pais e superiores, quanto ao cuidado da vida, do nosso cônjuge, e dos bens materiais, agora Deus nos fala de outra coisa que é de grande valia para o ser humano: a sua honra. A honra faz parte e adere à pessoa. Lutero inicia seu estudo do 8º mandamento mostrando essa relação de uma forma semelhante. Ele diz que além do nosso próprio corpo, do cônjuge e dos bens materiais, temos outro tesouro que também não podemos dispensar, a saber, honra e boa reputação. Nós precisamos do bem da honra para podemos nos alegrar com nosso corpo, nosso cônjuge e nossos bens materiais.
Mas, e o que é honra? Honra é a autenticidade da pessoa, dada por Deus, pela qual a pessoa é confiável no lugar e no ofício em que Deus a colocou. Honra é o cantinho em que se vale algo, em que se sabe da auto-estima que vem da autenticidade que Deus colocou na pessoa. Honra é o respeito e a estima adquiridos, que os outros têm pela pessoa por causa de sua personalidade, sua seriedade, sua confiabilidade, seu trabalho, seu carinho e suas realizações.
Honra, meus amados, é algo que demora a ser conquistado. Ela não aparece da noite para o dia e nem pode ser comprada por dinheiro algum. Um exemplo é o tempo que levamos para confiar em alguém. Um novo vizinho, por exemplo. Antes de confiarmos o cuidado de nossa casa durante uma viagem a este novo vizinho, vamos conhece-lo melhor. Vamos observa-lo. Ver como ele se comporta, que tipo de pessoas freqüentam sua casa, a maneira como trata seus familiares. E isso consome tempo. Só depois que nós aprendemos a confiar neste vizinho é que vamos deixar a casa ou qualquer coisa aos seus cuidados. Nesse tempo de observação, o vizinho foi adquirindo honra diante de nós. Foi conquistando um bom nome na praça.
E quanto tempo demora para que a honra de alguém seja destruída? Ah, isso é muito rápido. Algumas poucas palavras, uma insinuação aqui, outra ali e... pronto. Destruímos aquilo que alguém levou muitos anos para construir. É isso que o apóstolo Tiago quer nos dizer quando escreve sobre a língua. Ouçam mais uma vez o que ele diz: É isto o que acontece com a língua: mesmo pequena, ela se gaba de grandes coisas. Vejam como uma grande floresta pode ser incendiada por uma pequena chama! A língua é um fogo. Ela é um mundo de maldade, ocupa o seu lugar no nosso corpo e espalha o mal em todo o nosso ser. Com o fogo que vem do próprio inferno, ela põe toda a nossa vida em chamas. O ser humano é capaz de dominar todas as criaturas e tem dominado os animais selvagens, os pássaros, os animais que se arrastam pelo chão e os peixes. Mas ninguém ainda foi capaz de dominar a língua. Ela é má, cheia de veneno mortal, e ninguém a pode controlar. Usamos a língua tanto para agradecer ao Senhor e Pai como para amaldiçoar as pessoas, que foram criadas parecidas com Deus. Da mesma boca saem palavras tanto de agradecimento como de maldição. Meus irmãos, isso não deve ser assim. (Tg 3.5-10)
Ao nos dar o oitavo mandamento, Deus quis nos mostrar como devemos proceder em relação ao cuidado que devemos ter com a honra, o bom nome do nosso próximo. A regra geral é amar ao próximo como a si mesmo. Isso significa que devemos falar das outras pessoas apenas aquilo que gostaríamos que falassem de nós. Em outras palavras, não devemos falar mal dos outros, pois, com certeza, nenhum de nós gostaria que outros falassem mal de nós. Este falar mal, muitas vezes ocorre de uma maneira que até julgamos inocente, uma simples fofoca, um comentário corriqueiro sobre outra pessoa. E estas palavras inocentes acabam se transformando numa grande fogueira, na qual queimamos a honra do nosso próximo.
Quando olhamos as pessoas, percebemos que cada uma delas é diferente e que não há duas pessoas que sejam exatamente iguais, seja no aspecto físico, seja no moral, seja na honra. Deus fez cada um de nós exatamente assim. E quando enviou Cristo, mostrou o seu amor por todas as pessoas, independente de como ela se parece aos nossos olhos. Assim, também nós, em nosso espaço de vida, precisamos entender o próximo, acreditar, ter esperança e falar bem. Quando algo errado acontece, não nos cabe espalhar o assunto. Em nosso espaço de vida, queremos cobrir, perdoar e esquecer. Amar o próximo, apesar das críticas que possa ter contra suas funções, significa cobrir o erro, erguer e animar. Assim o amor defende e promove a vida, os bens e a honra do próximo em nosso espaço de vida.
Isso significa que muitas vezes vamos precisar restringir a verdade. A verdade precisa ser administrada. Com isso não quero dizer que às vezes é preciso mentir, mas que é preciso filtrar a verdade, de forma que ela não venha a prejudicar nosso semelhante. Por mais que algo seja verdade, é preciso verificar se realmente será bom para a outra pessoa aquilo que vou falar dela.
O nosso maior sonho é viver em paz. Infelizmente, nossa língua quase sempre nos tira a chance de vivermos em paz. Paz não é estar sem brigas. Esta é a paz do mundo, que é infinitamente pior que a paz que recebemos de Cristo. Paz é a paixão pela justiça de Deus em Cristo. A paz prefigura o reino final, o paraíso. A verdadeira paz é interna. Ela existe mesmo em meio a guerra e se irradia para o mundo todo. A verdadeira paz é o fato de que Deus, pela fé em Cristo, suspende a sua ira, ama o pecador arrependido e o fortalece para vencer o mal. Deus mesmo venceu o mal pela morte e ressurreição de Cristo.
O maior inimigo da paz está dentro da pessoa. É aquilo que chamamos de velho homem ou velha natureza. Ou seja, o inimigo somos nós mesmos, pois somos atrapalhados por Satanás, o pai da mentira, começamos a mentir para nós mesmos e aos outros sobre a nossa suposta perfeição que poderia regular tudo e todos.
Meus queridos irmãos e irmãs no Salvador Jesus: precisamos ser representantes confiáveis da paz de Deus neste mundo cheio de mentiras, de falsos testemunhos e traições. A lei da paz nos convoca para tratarmos da paz social e demonstrarmos cada vez mais o reino de Deus. Nossa tarefa é fazer com que a paz de Deus influencie a paz no mundo e dê mostras do reino de Deus, mesmo no caos que sempre de novo quer se estabelecer.
Que Deus derrame sobre nós o seu Espírito Santo e nos ajude a sermos porta-vozes da sua paz. E que Ele guie nossas línguas de forma que falemos, a nosso respeito e a respeito das outras pessoas, apenas aquilo que irá contribuir para o seu crescimento e para o fortalecimento da paz. Amém.
(Rev. Éder Carlos Wehrholdt - Campo Largo/PR)

Êx 20.15 - Não Roube (7º Mandamento)

Não roube (Êx 20.15).
Depois de nos dizer como devemos nos relacionar com Ele, como devemos nos relacionar com nossos pais e superiores, como devemos tratar da nossa vida e da vida de nosso próximo e de como deve ser nosso relacionamento conjugal, agora, no sétimo mandamento Deus nos diz como devemos tratar os bens materiais, tanto nossos, quanto do próximo. E Deus faz isso com apenas duas palavras: não roube. Vamos ver hoje o que isso tem a ver com nossa vida.
Nesta última semana gastei várias horas pensando sobre este mandamento. Lendo textos correlatos na Bíblia e também jornais, vendo notícias na TV e ouvindo notícias no rádio. Sabem o que descobri? Roubar é algo que é comum a quase todas as pessoas. São os políticos inescrupulosos, os assaltantes, e até juízes de futebol, além de muitos, muitos outros. Roubar, poderíamos dizer, é quase que uma instituição nacional.
Antes de prosseguirmos, é preciso definir roubar ou furtar. O dicionário nos diz que furtar é roubar, surrupiar. Já roubar é arrebatar bens alheios mediante violência ou grave ameaça à vítima, ou ainda, subtrair fraudulentamente bens alheios. Lutero define furto como sendo apropriação injusta de bens alheios, o que, em poucas palavras, compreende toda espécie de vantagens, para desvantagem do próximo, em toda sorte de negócios. E o reformador vai adiante, dizendo que furtar é vício amplissimamente difundido e muito comum que se fossem enforcados todos os que são ladrões, - embora não queiram que assim lhes chamam -, o mundo em breve ficaria deserto e haveria insuficiência de carrascos e forcas. É bom lembrar que Lutero escreveu isso em 1529, na Alemanha e não em nosso Brasil atual.
Quando falamos em furtar e roubar, imediatamente pensamos em um assalto ou no arrombamento de um carro ou casa. Pensamos em alguém com uma arma na mão, tirando dinheiro à força, ou numa quadrilha cavando um túnel para roubar o dinheiro de um banco. Mas isso é apenas uma pequena amostra da amplidão que este mandamento possui. Ao nos dizer não roube, Deus estava incluindo aí todas as espécies possíveis e imagináveis de roubo e furto. De fato, nestas palavras estão incluídos os grandes assaltos, as falcatruas dos homens públicos, e também os pequenos roubos que acontecem diariamente e dos quais, muitas vezes, somos os protagonistas ou ao menos exercemos um papel secundário. Lutero diz que não se chamará de furto apenas o ato de limpar cofres e bolsos; estender-se-á ao mercado, a todas as lojas, açougues, adegas de vinho e cerveja, oficinas; em suma, onde quer que haja transações comerciais e se dê e receba dinheiro por mercadorias ou trabalho.
Olhando desta forma, podemos perceber que todos nós – inclusive eu – de alguma maneira roubamos e praticamos furtos. Isso acontece sempre que causo dano à propriedade de outra pessoa, como por exemplo, quando vejo que algo está mal nos bens de meu próximo e não me preocupo em ajudar a melhorar. Isso é muito comum num supermercado, por exemplo. Quantas vezes vemos um determinado produto cair (ou derrubamos sem querer) e o deixamos lá no chão, para ser pisado ou chutado por outros. É também comum em nosso trabalho, quando fazemos corpo mole, ou fazemos nosso serviço de qualquer maneira, só pra cumprir tabela. Nestes dois casos estamos pecando contra o sétimo mandamento. Por isso, não podemos ficar assombrados quando vemos os grandes golpes praticados por um Maluf, um Severino ou um juiz de futebol. Afinal, eles apenas fazem em larga escala aquilo que fazemos pensando que não é errado.
Quando olhamos para o cenário político brasileiro, constantemente nós somos informados de desvios de verba pública. Ficamos indignados quando vemos os milhões de reais, que deveriam ter sido investidos em saúde, educação ou outras obras necessárias, sendo desviadas para coisas desnecessárias ou para o bolso de algum espertalhão. Porém, não nos assombramos quando nós mesmos praticamos, ou um de nossos familiares pratica o desvio de verbas. Muitas vezes alguém desvia o dinheiro do alimento para comprar cigarros ou bebida alcoólica. Muitas vezes alguém desvia o dinheiro da oferta para Deus para usa-lo para outro fim. Muitas vezes nossos filhos desviam o dinheiro que lhes demos para um lanche, comprando qualquer outra coisa. E por aí vai.
Ao assistirmos um noticiário na TV, ficamos assombrados com as imagens de pessoas morrendo nos hospitais por falta de um leito, ou com o desperdício de alimentos ao final do dia nos Ceasas do Brasil. Porém, quando alguém bate à nossa porta, pedindo socorro para um caso de doença, como reagimos? E quanto alimento nós colocamos fora porque não os usamos enquanto podiam ser consumidos, ou simplesmente porque não comemos comida requentada. E mais, se alguém bate à nossa porta pedindo um pedaço de pão, quantas vezes dizemos que não temos nada.
Enfim, ao observarmos com mais cuidado este mandamento, vemos que temos infringido a ordem de Deus constantemente, pois são muitas as ocasiões em que nós descuidamos de nossos bens e também dos bens de nosso próximo.
Tudo bem, pastor. Eu concordo com tudo o que você disse. Mas daí a querer me comparar com um Maluf ou esse juiz de futebol, é muita coisa. Eles são muito piores que eu. E eu não acho que os meus "desvios" de verba sejam assim tão graves. Esse pode ser o pensamento de alguns ou de todos neste momento. E, realmente, diante de nossos olhos, nossos pequenos deslizes no cuidado com os bens, podem parecer insignificantes diante dos milhões roubados diariamente. Mas o mesmo não vale diante dos olhos de Deus.
Deus nos diz apenas: não roube. Ele não estabeleceu valores, mas deixou claro que não devemos roubar, furtar ou desviar um centavo que seja. O mandamento abrange desde o apanhar uma fruta no quintal do vizinho sem autorização, até o desvio de centenas de milhões de reais das verbas públicas. O mandamento abrange desde o não devolver algo que pedi emprestado até o mal uso do dinheiro que ganhei com a ajuda de Deus. Portanto, aos olhos de Deus nós somos tão maus quanto os ladrões que aparecem nos noticiários, merecedores do mesmo castigo, ou seja, da condenação eterna.
Felizmente, nós temos Cristo. E em Cristo, Deus nos dá o perdão para todos os nossos pecados, inclusive aqueles que cometemos contra o sétimo mandamento. Ao morrer na cruz do Calvário, Cristo carregou consigo todos os nossos pecados. E ao ressuscitar ao terceiro dia, nos garantiu que Deus aceitou seu sacrifício em nosso lugar. E agora, promete a todos nós que, ainda que tenhamos pecado muito contra seus mandamentos, contra Ele ou contra nosso próximo, ainda assim temos o seu perdão. E junto com o perdão, Ele nos dá o Espírito Santo, que nos capacita a viver uma nova vida, uma vida onde queremos fazer sempre a vontade de Deus.
Agora, queridos irmãos, que sabemos a vontade de Deus, e sabemos também que Cristo morreu pelos nossos pecados, vamos, com a ajuda do Espírito Santo, viver de acordo com a vontade de Deus. Vamos viver a nova vida que Ele nos dá em Cristo. Vamos glorificar a Deus com nossa vida e, assim, espalhar a luz de Cristo para todos. Que Deus nos ajude. Amém.
(Rev. Éder Carlos Wehrholdt - Campo Largo/PR)

Êx 20.14 - Não cometa adultério (6º Mandamento)

Não cometa adultério! (Êx 20.14)
Casamento. Esta é uma ordem de Deus que está caindo de moda. Somos constantemente bombardeados com idéias mundanas sobre o assunto e, não é difícil encontrarmos cristãos que concordam com as idéias dos novos tempos. Hoje, quando se fala em casamento, vemos opiniões que são, no mínimo, preocupantes e sem qualquer respeito pelo próximo. Aliás, ao olharmos o sexto mandamento, vemos que Deus continua se preocupando com nosso relacionamento com o próximo. No quarto mandamento Ele nos falou de nosso relacionamento familiar e na honra e respeito que temos que dar aos nossos superiores. No quinto, preocupou-se com a integridade física nossa e de nosso próximo e, agora, preocupa-se com nosso relacionamento conjugal, ou seja, com nossa esposa ou marido. E o que Deus tem a nos dizer sobre isso?
Tal como outros mandamentos, o sexto também é bastante curto mas engloba muitas coisas, a grande maioria delas tão simples que nem nos damos conta de que estão contempladas nesta ordem divina.
O dicionário define adulterar como sendo falsificar, corromper, deturpar. Constantemente nós ouvimos falar em combustível adulterado, ou seja, um combustível ao qual foi acrescentado um elemento estranho. Esta talvez seja a figura que melhor mostra o adultério. Adultério está diretamente relacionado a casamento.
Deus instituiu o casamento logo depois da criação do ser humano. Em Gn 2.24 nós lemos que o homem deixa o seu pai e a sua mãe para se unir com a sua mulher, e os dois se tornam uma só carne. Antes um pouco, em Gn 2.18, vendo a solidão de Adão, Deus diz que lhe fará alguém que o ajude como se fosse a sua outra metade. Assim, podemos facilmente perceber  que o casamento é a ocasião em que dois seres humanos se completam um ao outro. Interessante observar que não foi estabelecida nenhuma cerimônia de casamento. No plano de Deus o casamento acontece quando um homem e uma mulher decidem se unir e, para isso, abandonam seus pais e formam uma nova família. Esta união se concretiza com o relacionamento sexual. Assim, unidos, o casal completa um ao outro e os dois formam uma só carne.
Casamento é, portanto, a união de um homem e uma mulher. Quando este casamento é atingido pela presença de alguém estranho, outro(s) homem(ens) ou outra(s) mulher(es), então ele está adulterado. O resultado é que a vida já não funciona de forma normal e correta, exatamente como acontece com o motor de um carro abastecido com combustível adulterado.
O adultério não é algo que acontece somente depois do casamento. Como vimos, o casamento se concretiza com o relacionamento sexual do casal e, assim, sempre que alguém relaciona-se sexualmente com alguém que não seja seu marido ou esposa, fora do casamento – inclusive antes de casar, está adulterando. E não adianta usar camisinha e usar um contraceptivo. Estes podem impedir uma doença sexualmente transmissível ou uma gravidez indesejada, mas não impedem o pecado.
A sociedade atual diz que é normal os adolescentes começarem sua vida sexual e, alguns pais, até incentivam que eles façam isso dentro de casa, pois assim têm mais segurança. Esquecendo-se do que Deus diz, tais pais estão incentivando seus filhos ao pecado, pois eles estão adulterando mesmo antes de casarem e, consequentemente, levando-os ao inferno. A sociedade atual também diz que é necessário que o casal se experimente antes, para verem se são compatíveis. Ora, nós podemos experimentar um alimento, uma roupa, um sapato. Mas, de maneira alguma, podemos experimentar outra pessoa. Além disso, quando experimento alguém, também estou sendo experimentado por este alguém. E como eu me sinto, sabendo que não agradei, que não passei no teste de qualidade? Esta mesma sociedade atual diz que é normal, e em alguns casos até salutar, uma aventura, uma pulada de cerca. Deus continua dizendo que isso é adultério e que, quando isso acontece, o casamento está sendo desonrado e eu estou causando mal ao meu próximo, no caso, ao meu marido ou esposa e à minha família como um todo.
Cristo também tratou do assunto adultério. O evangelista Mateus registra estas palavras de Jesus: vocês ouviram o que foi dito: "Não cometa adultério". Mas eu lhes digo: quem olhar para uma mulher e desejar possuí-la já cometeu adultério em seu coração (Mt 5.27). É preciso ressaltar que estas palavras de Jesus não são dirigidas apenas aos homens, mas vale o mesmo para as mulheres: quem olhar para um homem e desejar possuí-lo já cometeu adultério em seu coração. O simples desejar sexualmente alguém que não seja nosso cônjuge já é adultério e, portanto, pecado. Infelizmente, hoje, nós somos mais e mais atingidos por tentações deste tipo. A televisão, diariamente, nos bombardeia com cenas que nos induzem ao adultério. Da mesma forma, as bancas de revistas estão cheias de publicações oferecendo fotos para todos os gostos. E não é difícil para que caiamos em tentação.
Meus queridos irmãos e irmãs no Salvador Jesus, O estado matrimonial é sagrado diante de Deus. Por isso Ele o cercou com este mandamento no qual nos pede que mantenhamos nossos pensamentos e ações puras e, desta forma, preservemos a pureza de nosso cônjuge e de nossa família. O que Deus deseja é que, assim como nós não queremos que nosso cônjuge nos traia com outro, nem em pensamento, da mesma forma não sejamos nós que traiamos nosso cônjuge, nem em pensamento. 
Para que isso não aconteça, Deus nos deu armas com as quais podemos lutar contra este pecado. Estas armas são a Palavra de Deus, a oração, o trabalho, a fuga de ocasiões, companhias e lugares que nos levem à tentação. Fugir de ocasiões, companhias e lugares também são uma maneira de lutarmos contra este pecado. Nós não somos obrigados a ficar assistindo qualquer coisa que a TV nos apresenta. Nós temos o controle sobre o botão liga-desliga. Da mesma forma, não somos obrigados a andar em má companhia nem a freqüentar lugares que nos levem a pecar. O trabalho não nos deixa ociosos. Um ditado popular diz que a ociosidade, a falta de ter o que fazer, é a oficina do diabo. E é verdade. Quando estamos sem ter o que fazer, somos imediatamente assaltados por pensamentos impuros e descambamos para o pecado. A Palavra de Deus nos dá vários exemplos de pessoas que enfrentaram estas tentações. Alguns venceram, outros foram derrotados. José é um bom exemplo de alguém que lutou e venceu a tentação do adultério. Davi é um exemplo de alguém que foi derrotado, mas que, arrependido, foi perdoado. Com isso, Deus nos leva à oração, onde podemos pedir a Deus que tire de nosso tudo o que nos possa levar a pecar contra o matrimônio.
A melhor arma, a Palavra de Deus, nos mostra que muitos dos grandes homens de Deus também foram tentados ao adultério e caíram em pecado. Ela nos mostra também que estes mesmos heróis da fé, reconheceram seu pecado e, arrependidos, confiando em Cristo como seu Salvador, abandonaram seu pecado e viveram uma nova vida, vida de fé, tal qual é a vontade de Deus. A Palavra de Deus nos informa que ainda que tenhamos pecado contra o sexto mandamento, nosso Salvador Jesus Cristo também morreu par anos dar o perdão a este pecado e nos dar a condição de um recomeço. A vontade de Deus é que nós nos arrependamos e vivamos a vida casta e decente que Ele nos deseja. É também a vontade de Deus que um matrimônio jamais seja desfeito, exceto quando há adultério. Neste caso, a parte inocente pode repudiar quem o traiu e é livre para um novo casamento. Mas, se o amor for suficiente para que haja perdão, então, juntos e com o auxílio de Deus, também podem reiniciar sua vida matrimonial.
Meus queridos irmãos e irmãs, tanto casados quanto ainda não casados. Vamos colocar nossa vida conjugal nas mãos de Deus. Vamos também nos municiar com todas as armas que Deus nos deu e vamos lutar contra o adultério. E, caso tenhamos pecado contra o sexto mandamento, arrependidos, vamos nos lavar no sangue de Cristo e, com o auxílio do Espírito Santo, vamos viver uma nova vida de acordo com a graça e a vontade de Deus. Que Deus conceda isso a todos nós. Amém.
(Rev. Éder Carlos Wehrholdt - Campo Largo/PR)

Êx 20.13 - Não Mate (5º Mandamento)

Não Mate.  (Êx 20.13)
Queridos irmãos e irmãs no Salvador Jesus.
Hoje chegamos ao quinto mandamento. Nele Deus protege a vida de todos os seres humanos, dizendo simplesmente não mate. E talvez aqui nós pudéssemos encerrar esta mensagem, uma vez que todos nós temos que concordar que não matamos ninguém e, portanto, não pecamos contra este mandamento. Correto? Errado. A verdade é que nós muitas e muitas vezes pecamos contra o quinto mandamento.
Pastor, desculpe, mas aí você está forçando a barra. Eu nunca, nunca mesmo, matei alguém e nem tenho coragem pra fazer isso. Então, como é que eu posso ter pecado contra este mandamento?
Vamos ouvir o que Jesus tem a nos dizer sobre ele: Vocês ouviram o que foi dito aos seus antepassados: "Não Mate. Quem matar será julgado." Mas eu lhes digo que qualquer um que ficar com raiva do seu irmão será julgado. Quem disser ao seu irmão: "Você não vale nada" será julgado pelo tribunal. E quem chamar o seu irmão de idiota estará em perigo de ir para o fogo do inferno. (Mt 5.21-22)
Quando lemos estas palavras de Jesus, percebemos que o quinto mandamento não trata apenas de, literalmente, tirar a vida de alguém, mas vai muito além.
No quinto mandamento, Deus se preocupa com a vida do ser humano como um todo. Assim, resume em duas palavras que não devemos fazer nada que atente contra a integridade física de nosso semelhante. É possível que alguém seja morto sem que a vida lhe seja tirada. Isso acontece quando atacamos a sua moral e, com palavras ofensivas, fazemos com que alguém pessoa seja isolado dos demais ou visto como se fosse nada.
Em seu Catecismo Menor, Lutero explica este mandamento dizendo que não devemos causar dano ou mal algum ao nosso próximo em seu corpo, mas devemos ajuda-lo e favorece-lo em todas as necessidades corporais. Já no Catecismo Maior, Lutero detalha mais sua explicação dizendo que não se matará nem com mão, coração, boca, sinais, gestos, nem auxiliando e aconselhando.
E por que Deus nos daria este mandamento? Mais uma vez a explicação de Lutero é tão atual que nem parece ter sido escrita há quase quinhentos anos. Diz ele: causa e necessidade desse mandamento é que Deus bem sabe quão mau o mundo é e quanta desgraça existe nesta vida. Por essa razão colocou esse e outros mandamentos entre bom e mau. Ora, múltiplos são os atentados contra todos os mandamentos, e o mesmo sucede aqui. Temos de viver em meio a muita gente que nos molesta, de modo que acabamos tendo motivo para lhes sermos hostis. Quando o teu vizinho vê, por exemplo, que tens casa e lar melhor, que Deus te concedeu mais bens e felicidade maior, fica aborrecido, inveja-te e nunca diz bem de ti. E assim, por iniciativa do diabo, vens a ter muitos inimigos que te não consentem bem algum, quer material, quer espiritual. Quando então nos topamos com tais pessoas, nosso coração, por seu turno, está pronto para raivar e deseja que corra sangue e haja vingança. E então se começa a praguejar e surge a pancadaria, e a conseqüência final é calamidade e homicídio.
Pensando bem, como isso é verdade. Quem de nós, durante a semana que passou, assistindo aos acontecimentos da política brasileira, vendo o cassado deputado Roberto Jefferson indo à TV para dizer que crê em Deus, na justiça etc., etc., não pensou ao menos uma coisa ruins para todos os envolvidos? Além disso, quantos de nós nunca pensou ou desejou mal a alguém que lhe causou alguns transtorno? Quantos de nós não fizemos exatamente o que Cristo nos diz para não fazer, ou seja, ficamos com raiva de outras pessoas, dizemos que elas não valem nada e as chamamos de idiotas? E isso que estamos amenizando, pois raramente só ficamos com raiva e chamamos alguém de idiota, não é mesmo?
E há ainda a questão familiar. Em nossas casas, muitas vezes o ódio toma conta de irmãos, de pais e filhos, fazendo com que vivam debaixo do mesmo teto mas passem muito tempo sem conversar e sempre falando mal um do outro. Quantas brigas existem nas famílias por causa de discórdia entre sogros e genros, sogras e noras? E quantas vezes isso gera ódio, xingamentos, agressões físicas e até mesmo morte.
Ao nos dar este mandamento, Deus nos apresentou sua vontade de que cada pessoa esteja protegida, livre de qualquer perseguição e tranqüila quanto á maldade e violência dos demais. Além disso, com este mandamento, Deus quer que o nosso próximo esteja envolvido como se estivesse dentro de um muro, de uma fortaleza ou um asilo sagrado, para que nenhum mal ou dano lhe possa ser causado. Lutero vai além, dizendo que o escopo deste mandamento é que a ninguém se faça mal por causa de qualquer ação má, ainda que plenamente o mereça. Porque onde se proíbe matar, aí se proíbem, também, todas as causas que possam dar origem a homicídio. Pois muitos, ainda que não matem, dizem palavrões e rogam pragas.
Há um outro lado neste mandamento que diz respeito a Deus e às autoridades. Deus nos deu o dom da vida e, por isso, tem também o direito de pedir nossa vida de volta no momento em que achar oportuno. Já as autoridades foram constituídas por Deus, como aprendemos em Rm 13.4: as autoridades estão a serviço de Deus para o bem de você. Mas, se você faz o mal, então tenha medo, pois as autoridades, de fato, têm poder para castigar. Elas estão a serviço de Deus e trazem o castigo dele sobre os que fazem o mal. Vemos assim, que Deus deu poder às autoridades para castigar os maus, inclusive tirando-lhes à vida. Isso, no entanto, não significa que as autoridades podem agir como bem entenderem, pois nesse caso seriam tão maus quanto os que pretendem castigar. Elas devem sempre dar o exemplo no seguir e cumprir fielmente a legislação. Se não fizerem isso, também devem ser julgadas e castigadas.
Nós somos incentivados por Deus a fazermos o máximo possível para ajudar nosso semelhante a manter a sua integridade física. Ou, como aprendemos no Catecismo, Deus nos ordena neste mandamento a ajudarmos ao nosso próximo e ser-lhe úteis em todas as necessidades corporais, devendo, portanto, também sermos misericordiosos, benignos e conciliáveis para com ele. Em outras palavras, a vontade de Deus é que nós façamos o máximo para manter a vida de nosso próximo, incluindo-se aí não apenas repressão à violência, mas também socorro em tempo de fome e sede.
Então, podemos concluir com Lutero que transgride este mandamento não só quem pratica ações más, mas também aquele que, podendo fazer o bem ao próximo ou protege-lo e salva-lo de todo e qualquer mal ou dano que lhe possa atingir o corpo, mas não o faz. Assim, se alguém despede uma pessoa sem roupa quando podia vesti-la, deixou que ela morresse ao frio; se vê alguém que sofre fome e não a alimenta, está permitindo que ela morra de fome. Da mesma forma, se vê alguém condenado à morte ou em situação parecida, e não o salva, ainda que conheça meios e maneira para isso, então matou esta pessoa. E nada adianta alegar que não foi cúmplice só porque não ajudou, aconselhou e agiu, pois de fato negou a caridade e lhe negou o benefício que teria salvo sua vida. A intenção real de Deus, portanto, é que nós não permitamos que qualquer pessoa sofra algum dano, e que, ao contrário, demonstremos todo o nosso bem e amor em favor dela, especialmente em favor dos nossos inimigos, já que em favor dos amigos e de quem amamos, é o mínimo que se espera.
De fato, meus irmãos, temos que concordar que temos pecado muito contra o quinto mandamento. Afinal, nós somos rápidos em ficarmos com raiva de outras pessoas; rápidos para agredi-las com palavras e ações e, nem sempre que temos oportunidade, mostramos nossa fé cristã ajudando aqueles que precisam de socorro para manter a sua integridade física.
Por isso, precisamos humildemente nos colocarmos diante de Deus e dizermos: Tenha piedade de mim, Senhor, pois sou pecador. E também precisamos levantar os braços aos céus e darmos graças a Deus que nos enviou seu Filho, Jesus Cristo, para cumprir toda a Lei em nosso lugar. Cristo foi o homem perfeito que jamais pecou contra qualquer dos mandamentos e, ao morrer na cruz do Calvário e ressuscitar ao terceiro dia, deu a cada um de nós a sua justiça. Assim, agora, nós que cremos em Cristo como nosso Salvador, podemos ficar tranqüilos, pois, apesar de toda a imundície do pecado que nos atinge, estamos escondidos em Cristo e, a santidade e justiça de Cristo são a nossa santidade e justiça. Como é maravilhoso saber que Deus nos dá o seu perdão.
E, perdoados por Deus, temos dele também a promessa de que o Espírito Santo nos ajuda a vivermos a nova vida que Ele nos dá. E nesta vida temos a oportunidade de fazermos a vontade de Deus também quanto ao quinto mandamento, ajudando o nosso semelhante em todas as suas necessidades corporais, de tal forma que também ele possa viver como nós queremos viver. Que Deus nos ajude a vivermos preocupados e cuidadosos para com o nosso próximo. Amém.
(Rev. Éder Carlos Wehrholdt - Campo Largo/PR)

Êx 20.12 - Respeite pai e mãe (4ª Mandamento)

Respeite o seu pai e a sua mãe, para que você viva muito tempo na terra que estou lhe dando. (Êx 20.12)
Devemos temer e amar a Deus e, portanto, não desprezar, nem irritar nossos pais e superiores; mas devemos honrá-los, servi-los, obedecer-lhes e querer-lhes bem.

1) Pais são representantes de Deus;
a) Pais e superiores são todos os que nos governam em casa, no país, na escola, no trabalho.
b) Deus os colocou nesta posição para benefício nosso.
c) Eles terão que responder a Deus se não cuidarem bem de nós.
2) Deus nos proíbe de desprezar e irritar nossos pais.
a) Desprezamos e irritamos quando não respeitamos a sua dignidade
i) Ouvimos mas não escutamos (Pv 23.22)
ii) Fazemos piadas sobre eles
b) Desprezamos e irritamos quando desobedecemos a sua vontade
i) Quando quebramos as suas leis (governo) (Rm 13.2)
c) Desprezamos e irritamos quando os deixamos com raiva
i) Fazemos maldades
ii) Desobedecemos
3) Deus nos ordena servir, obedecer e amar nossos pais e superiores
a) Isso acontece quando os vemos como representantes de Deus.
b) Quando obedecemos voluntariamente a sua vontade
i) Não devemos obedecê-los quando suas ordens vão contra a vontade de Deus. (At 5.29)
c) Quando os estimamos como dons de Deus para a nossa vida
4) Quando obedecemos este mandamento, vivemos muito e muito bem.
a) Quantos problemas deixariam de existir se todos respeitassem seus pais e superiores
b) Como seria a vida se todos obedecessem as leis. (Ef 6.2-3)

Conclusão
Deus quer nos dar esta vida. Ele nos promete uma vida muito tranqüila e boa se nós honrarmos e respeitarmos nossos pais e superiores, em casa, no país, na escola, no trabalho e na Igreja.
(Você sabe quem é o autor desta mensagem? Informe-nos, por favor.)