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quarta-feira, 26 de agosto de 2009

4º Mandamento da Lei de Deus - Respeito às autoridades (estudo)

INTRODUÇÃO

(Muitas idéias aqui contidas foram retiradas do livro "A ética de cada dia", do professor Martim Carlos Warth.)

Para ressaltar a importância deste estudo, vale lembrar que a organização básica da vida humana é a família. Ali acontece o prazer e a dor, o trabalho e o lazer, os erros e o perdão, a vida em todas as suas nuanças de riqueza pessoal e social. Por essa razão, Deus protege a família em todos os mandamentos, defendendo a vida (5o.), o sexo (6o.), a propriedade (7o.), a honra (8o.), a casa (9o.) e a própria família (10o.). Isso mostra que o centro da vida é a família e a honra aos pais. Que Deus abençoe o ler e meditar da sua Santa Palavra.

QUARTO MANDAMENTO: HONRARÁS A TEU PAI E A TUA MÃE, PARA QUE VÁS BEM E VIVAS MUITO TEMPO SOBRE A TERRA.

Deus nos criou seres sociais, Ele mesmo constatou a dificuldade de se viver sozinho (Gn 2.18). Não se pode amar o próximo em isolamento. Estar em sociedade implica numa diferenciação de pessoa a pessoa, embora todos sejam iguais diante de Deus, e assim também iguais perante a lei, a convivência em sociedade diferencia: não somos todos iguais perante a sociedade humana.

Há um fator extremamente delicado que é pressuposto da sociedade humana: a autoridade. Para poder haver convívio social, é necessário que um exerça autoridade sobre o outro. Assim não somos todos iguais na sociedade humana, mas precisamos aprender ou a ser autoridade ou a estar submissos à autoridade. A ausência de autoridade cria o caos e a bagunça com o que o ser humano não pode conviver como pessoa responsável.

A autoridade, na realidade, é uma só: é a autoridade de Deus. Diante dessa autoridade somos iguais: avaliados, julgados, amados e, quando na fé, perdoados. Mas Deus delega autoridade ao ser humano para que, em seu nome, a pessoa realize a vontade de Deus no mundo- Rm 13.1-5: "Obedeçam às autoridades, todos vocês. Pois nenhuma autoridade existe sem a permissão de Deus, e as que existem foram colocadas nos seus lugares por ele. Assim quem se revolta contra as autoridades está se revoltando contra o que Deus ordenou, e os que agem desse modo serão condenados. Somente os que fazem o mal devem ter medo dos governantes, e não os que fazem o bem. Se você não quiser ter medo das autoridades, então faça o que é bom, e elas o elogiarão. Porque as autoridades estão a serviço de Deus para o bem de você. Mas, se você faz o mal, então tenha medo, pois as autoridades, de fato, têm poder para castigar. Elas estão a serviço de Deus e trazem o castigo dele sobre os que fazem o mal. É por isso que você deve obedecer às autoridades; não somente por causa do castigo de Deus, mas também porque a sua consciência manda que você faça isso."

Aceitar a autoridade e subordinação é realizar a santa vontade de Deus para o mundo. Essa autoridade e subordinação estão previstas para cada pessoa em relação com o seu próximo. O próximo sempre é autoridade sobre a pessoa, pois o ser humano foi criado para servir um ao outro. Quando, por isso, quero saber a vontade de Deus para mim hoje, preciso olhar ao meu redor. Quem eu vejo? O meu próximo, com sua necessidade, vai ser a autoridade que me indica e mostra onde posso servir em amor. Da mesma forma, eu indico ao meu próximo a sua oportunidade de servir (Lc 10.25-37- O Bom Samaritano). Assim somos servos uns dos outros, cumprindo a 2a. tábua da Lei: "Amarás o teu próximo como a ti mesmo". Essa é a verdadeira submissão a que se refere Paulo em Efésios 5.21: "Sejam obedientes uns aos outros, pelo respeito que têm por Cristo." É a submissão na ternura de amar e servir ao próximo.

O que pode ser observado hoje em dia é uma crise generalizada de autoridade, uns não respeitam, outros não se dão a respeitar. Lutero já observava isso na sua época quando falou: "Por que outro motivo, julgas tu, está o mundo agora tão cheio de infidelidade, desonra, miséria e homicídio, senão porque cada qual quer ser dono de si mesmo, perfeitamente autônomo, a ninguém dar atenção e fazer tudo o que lhe apetece? Por isso Deus castiga um velhaco por instrumentalidade de outro, de maneira tal, que, se tu ludibrias e desprezas o teu Senhor, vem aí outro e procede contigo da mesma forma. Sim, em tua própria casa tens de agüentar dez vezes tanto da mulher, dos filhos ou dos empregados".

Em se tratando especificamente deste Mandamento, o mesmo aponta que devemos não apenas amar, mas "honrar" pai e mãe. Lutero trata isso de forma muito séria quando diz: "Honrar muito mais elevada coisa é que amar. Não abrange apenas amor, senão modéstia, humildade e reverência como por uma majestade aí oculta. E honrar não requer apenas que nos endereçamos aos pais de modo amável e respeitoso, porém, acima de tudo, que de todo coração e corpo nos disponhamos de maneira tal, que os tenhamos em alta conta e os coloquemos no lugar mais elevado depois de Deus. Pois que para honrar alguém de coração é preciso que deveras o tenhamos por elevado grande. Cumpre, por isso, incutir à gente moça que vejam nos pais representantes de Deus".

Os pais são representantes de Deus! Vale lembrar que o poder não está nos pais, não devemos honrá-los porque merecem, ou são bons e queridos, mas acima de tudo porque Deus manda, diz Lutero nesse sentido: "mesmo que os pais sejam modestos, pobres, fisicamente deficientes ou meio esquisitos, não deixam de ser pai e mãe dados por Deus e não ficam privados dessa honra por causa de sua conduta ou em razão de fragilidades. Por isso não devemos olhar a pessoa, como é, mas a vontade de Deus, que assim estabelece e ordena". Pv 23.22: "Escute o seu pai, pois você lhe deve a vida; e não despreze a sua mãe quando ela envelhecer".

A autoridade dos pais, como representantes de Deus, precisa ser preservada com conselhos, exemplos e amor. Há ocasiões em que o ofício de pais pode exigir repressão firme para restabelecer a autoridade necessária para cumprir a vontade de Deus. Essa repressão pode ser firme, como o ofício o exige, mas deve ser com amor e justiça que emanam do amor de Deus.

Como representantes de Deus, os pais cristãos estão prontos a perdoar todos os erros dos filhos quando esses se arrependem e confessarem estes erros a Deus e aos pais (Cl 3.13). Mas, mesmo com o perdão pessoal, pode permanecer uma pena oficial a ser imposta. Deus impõe as penas não como castigos, pois Cristo sofreu o castigo por nós- (Rm 8.1) mas como repreensões paternais ou conseqüências do pecado cometido, conforme Hb 12.7-11: "Suportem o sofrimento com paciência como se fosse um castigo dado por um pai, pois o sofrimento de vocês mostra que Deus os está tratando como seus filhos. Será que existe algum filho que nunca foi corrigido pelo pai? Se vocês não são corrigidos como acontece com todos os filhos de Deus, então não são filhos de verdade, mas filhos ilegítimos. No caso dos nossos pais humanos, eles nos corrigiam, e nós os respeitávamos. Então devemos obedecer muito mais ainda ao nosso Pai celestial e assim viveremos. Os nossos pais humanos nos corrigiam durante pouco tempo, pois achavam que isso era certo; mas Deus nos corrige para o nosso próprio bem, para que participemos da sua santidade. Quando somos corrigidos, isso no momento nos parece motivo de tristeza e não de alegria. Porém, mais tarde, os que foram corrigidos recebem como recompensa uma vida correta e de paz." Assim também os pais podem, por dever de ofício, aplicar uma pena ou sanção aos filhos, esta deve ser moderada e com amor, mas firme e precisa. A intenção é ganhar o filho, para que ele não se destrua. Nenhum castigo pode ser exagerado, desumano ou aplicado com ódio. Os pais são representantes de Deus para ajudar os seus filhos a viver (Pv 13.24; Pv 12.1).

É bom destacar que a autoridade é de Deus, apenas foi delegada aos pais quando estes aceitaram o chamado de Deus para exercerem a função de pais. Os filhos não pertencem aos pais, mas a Deus. Daí a importância e obrigação dos pais de encaminha-los na educação cristã - Pv 22.6: "Eduque a criança no caminho em que deve andar, e até o fim da vida não se desviará dele." e Dt 6.6-8: "Guardem sempre no coração as leis que eu lhes estou dando hoje e não deixem de ensiná-las aos seus filhos. Repitam essas leis em casa e fora de casa, quando se deitarem e quando se levantarem. Amarrem essas leis nos braços e na testa, para não as esquecerem" Os pais não possuem poder absoluto sobre os filhos, mas administram a paternidade em nome de Deus. Quanto mais crescerem, maior será a autonomia dos filhos. Mas a honra dos pais permanece para sempre. Sobre como os pais muitas vezes se comportavam no seu tempo, Lutero tem algo muito sério a nos dizer hoje: "Todos se comportam como se Deus nos desse filhos para nosso deleite e passatempo, serviçais para deles nos valermos, como de vacas ou burros, apenas para o trabalho, ou súditos para os tratarmos a nosso bel-prazer. (...) Antes (Deus) nos deu e confiou filhos para que os eduquemos e governemos de acordo com sua vontade. Não fosse por isso, nenhuma necessidade haveria de pai e mãe. Saiba, por conseguinte, cada qual que é seu dever, sob pena de perder a graça divina, educar os seus filhos, acima de tudo, no temor e conhecimento de Deus".

Toda a autoridade é derivada dos pais. Desta autoridade tem origem toda e qualquer outra autoridade. Três são as espécies de pais apresentadas neste Mandamento: 1) Os pais da casa, que são os nossos pais (pai e mãe); 2) os pais da nação, que são todos os nossos superiores (patrões, governo, professores, etc.); 3) e os pais espirituais, que são os que nos ensinam a Palavra de Deus (professores da Escola Dominical, pastores, etc.).

Nossos superiores, portanto, são todos aqueles que estão acima de nós, quer seja, no lar, na escola, no estado e na Igreja. São pessoas que Deus colocou acima de nós para o nosso bem. A eles precisamos honrar, obedecer, servir e amar. Este é o único Mandamento que contém uma promessa especial: a de uma vida longa.

Quem cumprir este Mandamento terá bons dias, felicidade e prosperidade. Por outro lado, quem for desobediente, tanto mais cedo irá morrer e nunca terá uma vida alegre. Pois a longa vida, de acordo com a Escritura, não significa apenas ficar velho, mas também ter tudo o que pertence a uma vida longa, como por exemplo: saúde, cônjuge, filhos, alimentação, paz, bom governo, etc., coisas que precisamos para sermos felizes.

Em Efésios 6.1 lemos: "filhos obedecei aos vossos pais no Senhor, pois isto é justo". No SENHOR significa obedecer aos nossos pais e superiores enquanto os mesmos nos pedem algo que não vai contra a vontade de Deus, pois, no momento em que eles nos mandam fazer algo de errado, contra a Palavra de Deus, não podemos e nem devemos obedecê-los, pois a Bíblia diz: "Antes importa obedecer a Deus do que aos homens". (Atos 5.29).

Pastor Flávio Luis Hörlle – Ponta Grossa, PR

Romanos 13.1-7 - Respeito às autoridades (sermão)

Introdução

Estamos na Semana da Pátria. Celebramos nossa independência, não mais no regime imperialista, mas democrático. A democracia, como qualquer outro regime, seja império, presidencialista ou parlamentarismo, só funciona a contento, onde há o temor de Deus. Quando o temor de Deus enfraquece ou desaparece, surgem desmandos de toda a ordem, quer por parte do povo ou pela opressão do próprio governo que escraviza o povo.

Graças a Deus, vivemos num país muito abençoado por Deus, rico e ainda em relativa paz, tendo como seu fundamento a ética cristã, mesmo que já bastante enfraquecida e abalada, diante da angustiante pergunta: Até quando teremos liberdade e paz? Até quando permanecerão os resquícios dos princípios cristãos?

A situação política especialmente na América Latina em geral é tensa. Alguns paises do regime democrático estão voltando à ditadura, apoiados pelo povo, por julgar ser esta a melhor solução diante dos muitos desmandos, e não vê como estão sendo novamente escravizados.

Atualmente, mais de 100 nações no mundo vivem em guerra ou revoluções, semeando destruição, miséria e fome. O que o futuro nos trará, uma vez que também em nosso país estamos perdendo o temor a Deus. Nosso país está maduro para o juízo de Deus.

A autoridade

Por isso, expor este texto de Romanos em nossos dias não é nada fácil, como não foi fácil para o apóstolo Paulo escrever estas palavras sob a inspiração do Espírito Santo e enviá-lo às congregações que viviam em dias ainda piores do que os nossos.

Naquele tempo, o imperador romano, Nero, oprimia as nações. Ele mandou matar muitos cristãos. E o apóstolo Paulo exorta os fiéis – contra todo o raciocínio humano - a se submeterem à autoridade, obedecerem e cooperarem, porque mesmo um ditador é, no cargo, servo de Deus, colocado em sua posição de autoridade conforme os planos de Deus, como Deus o diz: Não há autoridade que não proceda de Deus; e as autoridades que existem foram por ele instituídas. (v.1)

Deus no comando

Para compreendermos esta verdade sobre a autoridade constituída por Deus, precisamos em primeiro lugar recordar algumas outras verdades bíblicas, como por exemplo:

  • Deus, Criador e mantenedor. Confessamos no Credo Apostólico: Creio em Deus Pai todo-poderoso, Criador do céu e da terra. Ele é o Criador e Mantenedor de todas as coisas. Ele tem o controle nas mãos. Não cai um cabelo de nossa cabeça, sem a permissão de Deus. (Lc 21.18) Ele dirige, governa todas as coisas e tem tudo em suas mãos. Não podemos esquecer nem duvidar dessa verdade. Mesmo que muitos incrédulos indagam a nós cristãos: Como é possível vocês falaram num Deus todo-poderoso e bondoso num mundo tão cheio de sofrimento e dor.
  • Deus não é a causa do pecado. Deus não é a causa do pecado, nem o aprova. No entanto, ele usa o pecador, o povo pecador e mesmo as próprias obras más e pecaminosas em seus planos para esse mundo e as pessoas.

Nisso ele visa levar o povo, as pessoas ao reconhecimento de seus pecados, ao    arrependimento. Visa levar o povo a admitir suas necessidades, seu desampara, sua dependência de Deus, para que busquem a Deus, se voltem a ele e olhem para eternidade.

  • Permite. Por isso Deus permite que pessoas más e perversas consigam galgar e ocupar cargos no governo de um país. Alguns exemplos disso são, no tempo do apóstolo Paulo, o cruel imperador Nero, mais tarde o imperador Deocleciano que queria exterminar todos os cristãos. Alguns exemplos mais recentes e/ou atuais são os ditadores: Hitler, Stalin, Mão Tsetung, os Talibans, os terroristas, os líderes dos genocídios. Isso só para mencionar alguns. Deus tem permitido que estes indivíduos cruéis chegassem ao poder. Isto para levar o povo a reconhecer de quão desesperadora a vida pode ser sem o conhecimento do verdadeiro Deus e a esperança da vida eterna.
  • Nem sempre esse objetivo é alcançado. Na dor muitos têm se revoltado ainda mais contra Deus, outros, pelo contrário, desesperam em meio aos sofrimentos, angústia e dor, caindo ainda mais fundo na incredulidade ou apegando-se a ídolos.
  • Castigo. Deus tem usado essas pessoas cruéis também como açoite, para punir o orgulho, a vaidade, a luxúria, a fome por prazeres pecaminosos, as injustiças e vícios, para exterminar a juventude pecadora e humilhar uma nação.

Obediência à autoridade  

Colocado isso, podemos voltar às palavras de nosso texto. O apóstolo afirma: Todo o homem esteja sujeito à autoridade superior; porque não há autoridade que não proceda de Deus; e as autoridades que existem foram por ele instituídas. (v. 1)... visto que a autoridade é ministra de Deus para teu bem." (v. 4) No momento em que uma pessoa tomou o poder em suas mãos e o exerce, seja lá como o conseguiu, pela forma correta ou mesmo incorreta, digamos por fraudes ou uma revolução; no momento em que ela está no poder, deve ser acatada, respeitada e obedecida, quer seja boa ou má. Esta é a vontade de Deus. E só temos uma razão para desobedecer. É a que o apóstolo Pedro nos mostra - a chamada clausula de Pedro - , que respondeu ao Sinédrio judaico do seu tempo: Julgai se é justo diante de Deus ouvir-vos antes a vós do que a Deus. (At 4.19) Quando recebemos uma ordem que vai contra nossa consciência, orientada pela palavra de Deus, então nos cabe desobedecer e ao mesmo tempo suportar as conseqüências, que em muitos casos pode ser até a pena de morte.  (Exemplos: No tempo de Hitler, generais não concordaram com sua ação e foram fuzilados. Na guerra do Vietnã, muitos jovens americanos não concordaram e conseqüentemente não aceitaram ir ao Vietnã, e foram penalizados com pesadas multas ou dois anos e cadeia, etc.)

Brasil

Mas nós queremos ver o que tudo isso significa, especificamente hoje, para nós aqui em nosso país.

Nossas autoridades municipais, estaduais e federais são boas ou más? As pesquisas que Data Folha realizou não são animadoras. Mas, apesar de tudo, ouso dizer que de um modo geral, sem entrar em detalhes, temos um governo democrático razoável. Isto é uma indizível bênção de Deus. Claro, há desmandos, corrupção, leis ainda imperfeitas e injustas, falta de melhor aproveitamento e distribuição dos recursos naturais, etc. Mas temos sido guardados de turbulências, temos liberdade religiosa, escolas, trabalho. Comparado as outras nações, nós estamos, graças a Deus, bem. Além disso, somos um país muito abençoado com recursos naturais.

Ao mesmo tempo, não podemos ignorar os muitos problemas. A grande corrupção em todas as áreas, o aumento da criminalidade e das drogas, o crescimento dos abortos, a aprovação – e isto é novo – de leis em relação aos homo e heterossexuais (de leis que se desviam dos padrões cristãs, nossa base). E com isso, a glorificação do que está moralmente errado.

A isso temos que acrescentar ainda o crescimento dos falsos profetas, com suas mais diferentes teologias. Confusão entre lei e evangelho, da teologia da glória versus a teologia da cruz, do milenarismo que levam as pessoas a crerem em sua própria fé, o que destrói o verdadeiro temor, o consolo da teologia da cruz, e leva, mais cedo ou tarde à descrença total e ao desespero. Mesmo que, pela feliz inconseqüência, muitos, tendo a Bíblia na mão, possam encontrar nela ainda o verdadeiro caminho da salvação.

O que nos diz tudo isso? Não é tudo isso já prenúncio do juízo de Deus? Mesmo o governo bem intencionado, já não consegue mais conter e solucionar as crises nos diversos setores da vida humana, como: segurança, escolas, hospitais, etc. Há um declínio em todos os setores da vida humana. A nação cristã perdeu seu temor a Deus, isso traz ruína para todos os setores da vida.
Esta decadência vem à tona especialmente no governo. Pois o povo tem o governo que escolheu, que merece. Ou melhor, um povo que perdeu o temor de Deus tem um governo sem temor a Deus, mesmo que haja ainda, graças a Deus, felizes exceções.

Em nossa nação há ainda cristãos e a eles cabe serem exemplos, também na obediência às autoridades e levantarem sua voz contra desmandos.

Como no regime democrático, as autoridades são eleitas pelo povo, e por vezes ganham por uma margem mínima, ouvimos frases como estas: Eu não votei nessas pessoas, por isso não é o meu presidente, etc. Nós cristãos temos que dizer: Uma vez empossado, é nossa autoridade, a quem cabe respeito, honra, obediência, cooperação, pagamento dos impostos e assim por diante, pois são ministros de Deus. (v. 6)

É duro dizer isso e submeter-se. Nossa natureza carnal se revolta. Facilmente nós nos deixamos inflamar pelos desmandos, pelas injustiças, pelas críticas e pela oposição ao governo, para insultar e desrespeitá-lo. Então não agimos como povo de Deus.

Como povo redimido por Cristo Jesus, que confia em seu Deus cabe-nos suplicar a Deus por misericórdia.  Sabemos que Deus tem tudo na mão e faz justiça a seu tempo, que ampara os seus e os dirige. Sabemos que aqui somos forasteiros e não temos morada permanente, mas aguardam o novo céu e a nova terra, na qual habita justiça. (2 Pe 3.3)

Este Deus nos dá forças para lhe sermos fiéis na fé, e concede sabedoria para servi-lo e também para expressarmos nossas convicções políticas dentro do respeito e da ordem, para o bem de nossa pátria.

Mas sobre tudo queremos aproveitar esse tempo da graça, para sermos fiéis testemunhas de nosso Salvador Jesus, para proclamar a palavra de Deus com retidão, chamar ao arrependimento e à verdadeira fé na graça de Cristo, orar pelas autoridades e pela pátria. Que Deus em sua graça nos guarde. Amém.

(Adaptado de um sermão do Rev. Theodore Allwarth, da LCMS  - www.clcs-cb.org - Rev. Horst R. Kuchenbecker  - São Leopoldo, RS)

Efésios 6.10-20 - Deus nos oferece todos os equipamentos para vencermos o mal (sermão)

Introdução:

Estimados irmãos e irmãs em Cristo Jesus!

Paulo no texto que acabamos de ouvir de Ef 6.10-20 (pedir para todos abrirem novamente), nos incentiva a sermos soldados preparados para uma batalha. Isso não soa bem aos nossos ouvidos, pois nunca presenciamos uma batalha e muito menos vimos alguém vestido com roupas de guerra, a não ser em filmes. A batalha que Paulo fala não é contra o Iraque, contra os EUA; é contra as ciladas do diabo, contra os dominadores deste mundo tenebroso.

Por isso sugeri o tema: "Deus nos oferece todos os equipamentos para vencermos o mal!" Vocês devem estar perguntando: Quais são estes equipamentos? Vejamos o que o texto nos diz:

Paulo começa dizendo: "Revesti ou vesti de toda a armadura de Deus". Armadura é um conjunto de peças de metal ou couro que se usava para proteção dos soldados. A armadura consistia em: cinto, couraça (colete), sapato resistente, escudo, capacete e espada. Isso o soldado precisava para ir a uma batalha. Era necessário esse armamento.

Trazendo para o contexto espiritual, assim como Paulo fez, o cristão precisa destes equipamentos. Lembrando que estes equipamentos, não conseguimos com a nossa própria força e sim, com a força que vêm do Senhor. cf. v.10.

I. Parte: Armamento

O primeiro armamento para esta luta espiritual é "cingir-se (cinto) com a verdade."

Quando os soldados romanos se cingiam, eles colocavam de um a três cintos para prender a espada e também para proteger a região abdominal do corpo.

Paulo nos diz: "coloquem este cinto; a verdade, para vossa proteção. Que verdade é esta? É a minha? É a sua? Não. A verdade é a verdade de Deus em Cristo, na Palavra, do deixar Deus ser Deus. Antes de Jesus ser crucificado, Pilatos perguntou: Você é rei? E Jesus respondeu: "foi para isso que vim ao mundo, a fim de testemunhar da verdade". (Jo 18.38) Ou seja, testemunhar o amor que Deus Pai tem por nós. Portanto, vistam esse cinto, deixem Deus se Deus na sua vida, deixem Deus governar os seus passos, não vivam no mundo da imaginação, da mentira.

A Segunda arma é a couraça (colete).

Era um tipo de colete de couro ou de metal que protegia contra flechas, lanças e espadas.

Paulo nos diz: "vistam a couraça da justiça" Que justiça é esta? É a nossa justiça? De julgarmos e condenarmos o nosso irmão sem saber? Não. É a justiça de Deus em Cristo. Justiça pela qual Deus nos justifica, através de Cristo. Ou seja, vamos nos vestir com a justiça de Deus e dizer: "eu sou pecador, eu erro, mas eu confio no sacrifício de Jesus e creio que Ele me justifica. Eu creio na justiça divina". A couraça era a melhor arma de defesa, assim é a justiça de Deus, ela é a melhor arma que recebemos para nos defendermos dos ataques dos inimigos.

A terceira arma é calçar os pés (sapato).

Os soldados romanos usavam sapatos que tinham cravos como de chuteiras, para tornar a marcha mais firme.

No texto Paulo diz que estes sapatos que dão firmeza é o Evangelho da paz. Hoje, todos vocês estão calçando estes sapatos, pois estão ouvindo o doce evangelho da paz. Quando somos bombardeados pelo inimigo, logo desanimamos, pois muitas vezes não estamos firmes no evangelho da paz. O evangelho, ou seja, a boa nova da salvação nos dá animo e firmeza para lutarmos. O evangelho fortalece a quarta arma do cristão:

A quarta arma é o escudo.

O escudo que os soldados usavam era grandes, para a proteção de todo o corpo.

Paulo diz que o escudo é a nossa fé. Depois de colocarmos o cinto da verdade, a couraça da justiça e os sapatos do evangelho, temos o escudo da fé. O escudo mostra que a proteção não está na nossa força, mas precisa de algo externo, alguém que possa nos defender e este alguém é Jesus.

A fé em Jesus nos livra da tantas pedradas, de tantos males que nem damos conta. A fé que o Espírito Santo coloca no nosso coração, nos defende de tudo. Quando o diabo usa pessoas para nos ofender, para nos maltratar, usemos este escudo. Não podemos ser irreais de dizer que quando recebemos um golpe destes, não nos abatemos, não nos estremecemos, mas podemos ser reais e dizer: Eu tenho fé naquele que me perdoou todos os pecados. E por causa deste amor e fé, que eu tenho em Deus, eu posso perdoar também. A fé em Jesus nos livra de tantos males, os quais são inumeráveis.

A quinta arma é o capacete.

A cabeça por ser a parte mais vulnerável do corpo, precisa de proteção. O capacete da salvação é a nossa defesa. Diante das acusações do inimigo, de que estamos perdidos e precisamos fazer algo para nossa salvação, podemos ter certeza que em Cristo temos a salvação, pois Ele já fez tudo para que a tenhamos. Isso não quer dizer que estamos livres das lutas e perigos.

Meus irmãos e irmãs! A Sexta arma é a espada. A única arma que serve para defesa e ataque.

Paulo diz: "Tomai a espada do Espírito que é a Palavra". Na nossa vida cristã somos soldados de Deus. E Ele colocou na mão de cada um de nós esta arma; a espada, que é a sua Palavra. Em Hb 4.12 o autor diz: "Porque a Palavra de Deus é viva e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração". Esta arma (levantar a Bíblia) todos nós temos e podemos usar.

Jesus fez uso desta arma, depois de ter jejuado quarenta dias e quarenta noites, o diabo o tentou, mas quais foram as principais palavras de Cristo? "Está escrito". Quando o diabo disse: "transforma as pedras e pães". Jesus respondeu: "Está escrito: Não só de pão o homem viverá…" O diabo o levou sobre o pináculo do templo e disse:… Por fim, o diabo o levou a um monte alto e disse: "Tudo de darei…" Jesus respondeu novamente: "Está escrito: Ao Senhor teu Deus…" Nesse momento o diabo o deixou, pois havia perdido.

Estamos fazendo usa da Palavra de Deus desta forma? Quando o diabo nos convida a adorar outros deuses, tais como o dinheiro, a fama, o orgulho, os bens materiais, as superstições, etc…, estamos dizendo: "Está escrito: Ao Senhor teu Deus adorará e só a Ele darás culto?"

Quando somos tentados a falar mal do irmão, estamos dizendo: "Está escrito: Não dirás falso testemunho contra o teu próximo?"

Quando somos tentados a desanimar, devido aos problemas, estamos dizendo: "Está escrito: Vinde a mim todos os que estais cansados e sobrecarregados que eu vos aliviarei"?

Quando somos tentados a nos afastarmos da comunhão com Deus, isso através da igreja, estamos dizendo para esses pensamentos: "Está escrito: Não deixemos de congregar-nos como é costume de alguns?" Em todas as circunstâncias da vida podemos usar a Palavra de Deus, tanto para nos defendermos, como para atacarmos o inimigo.

Por último temos a oração. Esta é uma arma que não é comparada com nenhum tipo de armamento. Esta é uma arma peculiar de cada cristão. Podemos chamá-la de sistema de comunicação. Pois, com esta arma podemos pedir ajuda para o grande "comandante" Jesus. Isso, não só nos momentos difíceis, mas sempre, em todo lugar, em tempo, com toda perseverança e por todos os irmãos.

Estas são as armas que Deus nos dá para resistirmos todas as forças e ciladas do diabo, todos os dardos, ou seja, todas flechadas de fogo que o diabo lança sobre nós diariamente.

II. Parte: Aplicação:

Pergunto: Que tipo de soldado você é? Como está a sua armadura? Está faltando a verdade? Está faltando você deixar Deus ser Deus na sua vida? Está faltando você deixar Deus governar sua vida?

Está faltando a justiça de Deus? Você está tentando se justificar em suas obras?

Está faltando o Evangelho da Paz? Você está buscando consolo no mundo, nos vícios e no dinheiro?

Está faltando Fé? Você está confiando em criaturas ao invés do criador? Você está confiando nos bens materiais?

Está faltando a certeza da salvação? Você não crê no que Jesus fez na cruz para te dar a Salvação?

Está faltando a Palavra? Você não lê, não medita, não ouve a Palavra de Deus?

Está faltando a oração? Você não ora, não fala com Deus, não pede, não agradece?

Vocês já imaginaram um soldado ir para uma batalha, sem camisa, de bermuda, com os pés descalço? Qual será o destino de tal soldado? Com certeza a morte.

Assim é todo aquele que se diz cristão e não se veste destas armaduras que Deus nos oferece.

Conclusão:

Se estiver faltando uma destas armas em sua vida, não se desespere, peça a Deus. Você pode fazer isso através da oração. Você pode dizer: Senhor governe minha vida, e quando eu te desobedecer, me dê um coração arrependido, para que eu possa ser justificado perante ti, aumenta também a minha fé e a certeza da salvação. E por fim, me dê forças para sempre ter a tua Palavra como a minha espada.

Que o Deus de toda graça nos dê força e coragem para lutarmos e vencermos todas as ciladas do diabo, até a vinda de Cristo, onde iremos juntos para a glória eterna. Amém.

Forte abraço à todos!

Em Cristo,

Pastor Reginaldo Veloso Jacob - Ipatinga, MG

Mundo Hospício

Qualquer coisa pode virar doença compulsiva. Por exemplo, este famoso médico de fertilização acusado de estupro. Abusou a primeira vez, depois a segunda e nunca mais parou com suas perversões. Algo parecido na política onde a tara é a mentira e os violentados são o povo. Mentem uma vez, depois outra e mais outra, e no final vira obsessão. Este tipo de doença a gente vê na política, nas profissões, na religião. E pensando bem, ninguém escapa, porque de louco todos têm um pouco. São as fraquezas de cada um que Freud não explica. Na verdade, a constante luta que qualquer ser humano enfrenta é manter este maníaco bem acorrentando dentro de si. Uma batalha cada vez mais difícil numa sociedade onde "tudo está liberado" e os valores morais viraram chacota.

E se agora estamos tão preocupados com bactérias, vírus e outros bichinhos que andam por aí nas maçanetas, carrinhos de supermercados, nos recintos fechados, é preciso se dar conta que existe coisa mais letal e que álcool gel não resolve. Aliás, se a recomendação é lavar bem as mãos, o costume é dos tempos bíblicos e ajudou os judeus contra doenças da época. Só que virou obsessão compulsiva religiosa, e por isto duramente criticada por Jesus. Escreve o evangelista que os fariseus e os mestres da Lei ficaram de cabelo em pé quando viram os discípulos do Mestre comer com mãos impuras. O Salvador não deixou por menos: "Hipócritas (...) Tudo o que vem de fora e entra numa pessoa não faz com que ela fique impura, mas o que sai de dentro (...) Porque é de dentro, isto é, do coração que vêm os maus pensamentos, a imoralidade sexual, os roubos, os crimes de morte, os adultérios, a avareza, as maldades, as mentiras, as imoralidades, a inveja, a calúnia, o orgulho,  e o falar e agir sem pensar nas conseqüências" (Marcos 7.1-21).

Ao perceber que muita gente não tinha controle de seus atos e vivia totalmente entregue aos vícios (Efésios 4.19), o apóstolo recomendou um remédio eficaz: "É preciso que o coração e a mente de vocês sejam completamente renovados. Vistam-se com a nova natureza criada por Deus"  (Efésios 4.23,24). Paulo fala de experiência própria ao confessar: "Eu era tão fanático que persegui a igreja" (Filipenses 3.6). Ele havia transformado a religião numa obsessão e por isto precisou jogar tudo fora para "poder ganhar a Cristo" (Filipenses 3.8) e ter uma mente sadia.

Neste mundo hospício onde é fácil ficar louco, vale a recomendação: "Encham a mente de vocês com tudo o que é bom e merece elogios, isto é, tudo o que é verdadeiro, digno, correto, puro, agradável e decente" (Filipenses 4.8).

Pastor Marcos Schmidt - Novo Hamburgo, RS