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quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Êx 20.7 - Não abuse do nome de Deus (2º Mandamento)

Não use o meu nome sem o respeito que ele merece; pois eu sou o Eterno, o Deus de vocês, e castigo aqueles que desrespeitam o meu nome (Êx 20.7).
Todos nós temos um nome. E este nome é música aos nossos ouvidos. Embora muitas vezes digamos que não gostamos de nosso nome, basta ouvi-lo e já procuramos saber quem o está usando. Além disso, quando alguém faz uma brincadeira com nosso nome, ficamos chateados e, não raro, temos brigas por causa de tais brincadeiras.
No segundo mandamento Deus vem nos falar sobre a maneira como devemos fazer uso do seu nome. Ele quer que nós o usemos com o respeito que merece e não para brincadeiras ou como forma de dar autoridade a coisas que são contrárias à vontade dele.
Talvez alguém pergunte: qual é nome de Deus? No Catecismo Menor de Lutero aprendemos que o nome de Deus é Deus mesmo. Em Êxodo 3.13-15, encontramos Deus falando com Moises e lhe ordenando que dirigisse o povo de Israel para a terra prometida. Em dado momento, Moisés indaga: Quando eu for falar com os israelitas e lhes disser: "O Deus dos seus antepassados me enviou a vocês", eles vão me perguntar: "Qual é o nome dele?" Aí, o que é que eu digo? Deus disse: - EU SOU QUEM SOU. E disse ainda: - Você dirá o seguinte: "EU SOU me enviou a vocês. O Eterno, o Deus dos seus antepassados, o Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó, me enviou a vocês. Este é o seu nome para sempre, e assim ele será lembrado por vocês em todos os tempos.
O termo usado por Deus para designar seu nome é IHWH que pode ser dito mais ou menos como Jeová. Este termo significa Eu Sou e nos dá a entender que Deus é eterno em todos os sentidos, ou seja, é continuamente o mesmo, não muda jamais. E este Deus, que é o nosso Senhor, que é aquele que criou e sustenta todas as coisas, que quer nos dar todas as coisas e que por isso nos diz que não precisamos adorar outros deuses, agora nos pede que não abusemos de seu nome, mas que o usemos com a honra e o respeito que ele merece. E como é isso?
Lutero nos ensina, em seu Catecismo Menor, que não devemos amaldiçoar, jurar, praticar a feitiçaria, mentir ou enganar em nome de Deus, mas que devemos invoca-lo em todas as necessidades, orar, louvar e agradecer. Isso talvez nós já saibamos. Mas, o que isso tem a ver com o nosso dia-a-dia? Como aplicamos isso em nossas vidas?
As proibições
Neste mandamento, Deus nos proíbe de amaldiçoar, jurar, praticar a feitiçaria, mentir ou enganar, usando o seu nome como escora para estas práticas. E o que é cada uma destas coisas?
Amaldiçoar pelo nome de Deus quer dizer falar mal de Deus ou ainda desejar o mal ou o castigo de Deus a si próprio ou a outra pessoa. Amaldiçoar, portanto, é quando nós dizemos (ou apenas pensamos) que Deus é o culpado – e ficamos bravos com Ele – por tudo de errado que acontece em nossas vidas. Além disso, amaldiçoar é também quando nós dizemos a nós mesmos ou a outras pessoas que esperem, pois o castigo virá. Quantas vezes dizemos (ou apenas pensamos): Tomara que Deus te castigue. Ou desejamos aos nossos filhos: Você vai ver como é bom quando tiver seus próprios filhos e eles fizerem com você o que você faz comigo. O apóstolo Tiago (3.9-10) nos diz que usamos a língua tanto para agradecer ao Senhor e Pai como para amaldiçoar as pessoas, que foram criadas parecidas com Deus. Da mesma boca saem palavras tanto de agradecimento como de maldição. Meus irmãos, isso não deve ser assim. A vontade de Deus é que da nossa boca (e da nossa mente) saiam apenas palavras de bênção e louvor, e nunca de maldição, pois isso é pecado que ofende o seu Santo nome.
Jurar pelo nome de Deus quer dizer que tomamos Deus por testemunha da verdade e vingador da falsidade. Infelizmente, muitas vezes jura-se em nome de Deus mesmo sabendo que trata-se de uma mentira. Alguns até cruzam os dedos para "evitar o castigo de Deus" por estarem jurando em falso. Porém, não há notícia de que isso funciona. Sempre que alguém jura em falso está cometendo pecado contra o nome de Deus. Nós podemos jurar, mas para a glória de Deus e para o bem de nosso próximo. Fora disso, devemos ouvir o ensinamento de Jesus: Vocês sabem o que foi dito aos seus antepassados: "Não quebre a sua promessa, mas cumpra o que jurou ao Senhor que ia fazer." Porém eu lhes digo: não jurem de jeito nenhum. Não jurem pelo céu, pois é o trono de Deus; nem pela terra, pois é o estrado onde ele descansa os seus pés; nem por Jerusalém, pois é a cidade do grande Rei. Não jurem nem mesmo pelas suas cabeças, pois vocês não podem fazer um só fio de cabelo ficar branco ou preto. Digam apenas "sim" ou "não", pois qualquer coisa mais que disserem vem do diabo (Mt 5.33-37). A vontade de Deus é que nós falemos sempre a verdade e que jamais juremos mentiras em seu nome.
Praticar feitiçaria pelo nome de Deus quer dizer usar o nome ou a Palavra de Deus, sem a sua ordem e promessa, para realizar coisas sobrenaturais, como por exemplo: benzer, adivinhar o futuro, consultar os mortos e outras artimanhas do diabo. Benzer significa abençoar e, por isso, poderíamos supor que trata-se de algo bom. Os benzedores normalmente usam o nome de Deus em suas rezas, e isso nos leva a crer que o que fazem realmente vem de Deus. Mas, quando pensamos melhor, vemos que os benzimentos são feitos com murmúrios incompreensíveis e, se tivermos a oportunidade de lermos as rezas utilizadas, veremos que todas elas contém uma maldição, o que, como já vimos, vai contra a vontade de Deus. Outras vezes ficamos encantados com pessoas que dizem ter recebido de Deus o dom de prever o futuro e que, por isso, podem nos dizer que sorte teremos. Todas estas coisas são contrárias à vontade de Deus. Em Deuteronômio 18.10-12, Ele nos diz: Não ofereçam os seus filhos em sacrifício, queimando-os no altar. Não deixem que no meio do povo haja adivinhos ou pessoas que tiram sortes; não tolerem feiticeiros, nem quem faz despachos, nem os que invocam os espíritos dos mortos. O Deus Eterno detesta os que praticam essas coisas nojentas. Como Deus nos ensina no Primeiro Mandamento, devemos confiar nele acima de tudo e buscar apenas nele o que precisamos.
Mentir pelo nome de Deus quer dizer ensinar doutrina falsa como se fosse palavra e verdade de Deus. Este abuso do nome de Deus é cometido por várias denominações aparentemente cristãs. Uma delas ensina que é da vontade de Deus que nós oremos aos santos e que estes intercedam por nós junto a Deus. Ensina ainda que se fizermos esta ou aquela peregrinação a este ou aquele lugar santo, então teremos o perdão de nossos pecados. Pena que não há como provar esta doutrina pela Palavra de Deus, onde o próprio Deus nos ordena não tenham outros deuses diante de mim. Outra denominação ensina que os cristãos não podem sofrer e que, por isso, devem exigir de Deus que Ele tire dos cristãos todo tipo de sofrimento, seja fome, pobreza, desemprego ou qualquer outra coisa. É verdade que podemos pedir a Deus tudo o que queremos e precisamos. Mas estas denominações esquecem-se que na Bíblia temos a informação de que todos os grandes heróis da fé sofreram os mais diferentes tipos de miséria. Esquecem-se que Jesus nos ensinou a orar seja feita a tua vontade e que o mesmo Jesus nos disse quem quiser me seguir, que tome a sua cruz e venha. Além disso, temos os não cristãos que fazem uso do nome de Deus para ensinar doutrinas totalmente falsas. Um exemplo são os espíritas, que se dizem cristãos, mas invocam os espíritos dos mortos, coisa que é nojenta aos olhos de Deus. Deus não quer que nós usemos o seu nome para ensinar doutrinas diabólicas, ainda que tenham um certo ar cristão, pois Ele nos ordena: obedeçam a todas as leis que eu estou dando a vocês, sem acrescentar nem tirar nada (Dt 12,32).
Enganar pelo nome de Deus quer dizer esconder um coração incrédulo e uma vida cheia de pecados atrás de palavras e gestos aparentemente piedosos e cristãos. Em outras palavras, enganar em nome de Deus é ser hipócrita, ou seja, ser uma coisa diante de cristãos (dentro da Igreja) e outra, totalmente anti-cristã, lá fora no mundo. E quantos são os que vivem assim. Dentro da Igreja parecem super-santos. Lá fora, no trabalho, na escola, em casa, não oram, não lêem a Bíblia, nem lembram que Deus existe. Outros vivem desta maneira sem saberem que estão corretos. Acreditam que Deus não irá castigar tanta gente, uma vez que todos praticam coisas erradas contra Deus.
Infelizmente, isso vem de casa. Os pais falham no educar seus filhos na fé cristã, deixando que eles cresçam livremente e que façam o que bem querem, pois se não deixarem, seus filhos serão discriminados pelos amigos. Preferem que seus filhos caminhem em direção ao inferno mas não querem que sejam chamados de crentes. Aliás, é muito atual o que Lutero escreve em seu Catecismo Maior sobre este assunto: volto a dizer e admoestar que, mediante advertência e dissuasão, refreamento e castigo, se trate de habituar as crianças, em tempo, a que se temam da mentira, e particularmente da invocação do nome de Deus para abona-la. Pois quando se permite que sigam rolando por aí a seu grado, nada de bom resulta, como hoje está diante dos nossos olhos: o mundo anda pior que nunca, e não há autoridade, nem obediência, nem fidelidade, nem fé, senão apenas gente atrevida e rebelde em que nenhum ensino e repreensão produzem resultado. Tudo isso é ira e castigo de Deus em razão desse propositado desprezo do mandamento (CM, 1ª Parte, 69).
A vontade de Deus é que nós vivamos nossa fé no dia-a-dia, não ludibriando, enganando em nome de Deus, mostrando-se de uma forma na Igreja ou diante do pastor e vivendo como um qualquer diante do mundo.
As ordens
O que Deus nos ordena no segundo mandamento? Deus nos ordenas que invoquemos seu nome em todas as nossas necessidades, que em seu nome nós oremos, louvemos e agradeçamos.
Ao mesmo tempo em que nos proíbe de usar seu nome para coisas erradas, Deus nos incentiva a usa-lo sempre que necessário, ou seja, quando estivermos enfrentando alguma dificuldade. E na prática, como fazemos isso?
A ordem de Deus é que nós confiemos nele acima de todas as coisas e, por isso, em todo momento tenhamos seu nome em nossos lábios para, nele, depositar todos os nossos anseios e esperanças. Lutero explica isso dizendo que é de valia adquirir o hábito de encomendar-se diariamente a Deus, alma e corpo, mulher, filhos, empregados, e tudo o que temos, contra toda necessidade que possa ocorrer. Em outras palavras, iniciar cada dia e cada atividade em oração, pedindo que Deus nos guarde e nos proteja em todo tempo. E quando estamos em perigo, somos incentivados a invocar a presença de Deus, para que Ele nos livre de todos os danos que possamos sofrer. Da mesma forma, somos levados a abençoar nossos cônjuges, filhos, e o nosso próximo, desejando a Eles a companhia de Deus em tudo o que fizerem.
Além disso, quando recebemos de Deus o que pedimos, ou fomos por Ele abençoados, por mais insignificante que seja, precisamos dar-lhe graças e louvor.
Meus queridos irmãos e irmãs no Salvador Jesus. Quantas bênçãos deixamos de receber por não observarmos o segundo mandamento. Quantas coisas erradas deixariam de existir se nós confiássemos em Deus acima de todas as coisas e respeitássemos seu nome como Ele merece. Lutero, em seu Catecismo Maior encerra e explicação do segundo mandamento dizendo: Eis que assim poderíamos educar os jovens, de maneira infantil e a brincar, em temor e honra a Deus, por forma tal, que o primeiro e o segundo mandamentos estivessem em pleno funcionamento e constante exercício. Então, sim, algo de bom poderia deixar raízes, brotar e frutificar, de forma que se desenvolvesse uma gente que pudesse constituir-se em proveito e alegria de todo um país.
Vamos, portanto, colocar toda a nossa confiança em Deus, esperando nele, e apenas nele, tudo o que precisamos. Vamos usar o seu nome de maneira correta, não para amaldiçoar, jurar falso, praticar a feitiçaria, mentir ou enganar, nem vamos ensinar nossos filhos a praticar tais coisas. Vamos usar o nome de Deus da maneira correta e também ensinar nossos filhos a faze-lo, ou seja, buscando o seu socorro sempre que necessário, entregando-nos a Ele, de corpo e alma, dia e noite, e lembrando sempre de agradecer-lhe e dar louvor por tudo o que recebemos. Que Deus nos ajude a fazermos assim. Amém.

(Rev. Éder Carlos Wehrholdt
Campo Largo, agosto de 2005)

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