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segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Princípios da Ética Cristã Segundo Lutero (2)

vv. 2-4: Agora, Israel diga que sua misericórdia dura para sempre. Diga a casa de Arão, que sua bondade dura eternamente. Os que temem ao Senhor digam que sua bondade dura eternamente.

O que este texto nos sugere? Lutero entende que sugere gratidão a Deus, pois Deus é o único que pode manter tudo na ordem e na paz.  Assim como o salmista, Lutero também sugere que quem precisa dar graças a Deus é o próprio príncipe, senhores, proprietários de terras por haverem momentos de tranqüilidade, pois Deus age em favor dos homens.

Na concepção de governo para Lutero, o governo secular é mero e puro e bondoso dom de Deus e sua bondade, que nenhum ser humano pode alcançar ou receber por meio de sua sabedoria e força. Como nós encaramos o governo, será que podemos equipara-lo ao que Lutero fez?

Depois da nação dar graças a Deus, Lutero faz nos olhamos para a manutenção do ministério da Palavra. Arão e seus filhos são os sacerdotes e responsáveis pelos ensinamentos de Deus. Pelo fato de trabalharem com a palavra de Deus, Lutero considera uma das vocações mais importantes para a humanidade.  A verdadeira cristandade anuncia a palavra de Deus e a ninguém obriga. A quem não quer crer deixa em paz e se aparta dele.

O terceiro grupo, o grupo dos cristãos, engloba os outros grupos, pois nem todos os governantes e nem todos os ministros da palavra são verdadeiros cristãos. É por causa deste pequeno grupo que Deus mantém o mundo inteiro. Lutero ataca os hipócritas, que podem estar seguros de suas vidas, mas estão longe de Deus.

vv. 5-9 – Invoquei o Senhor na angústia, e o Senhor me ouviu em espaço amplo. O Senhor está comigo, por isso não temo. Que me poderá fazer o homem? O Senhor está comigo para me socorrer, e eu olharei meus adversários em triunfo. É bom confiar no Senhor, e não confiar em seres humanos. É bom confiar no Senhor, e não confiar em príncipes.

Para Lutero, a partir do v.5 até o final do salmo, o salmista descreve a situação do cristão. O cristão está em meio a uma situação angustiante. Lutero explica a palavra angústia, que vem de Angst, onde a pessoa sente medo e aflição, sente-se apertada, oprimida e espremida, como acontece nas tentações e desgraças. Por outro lado, vivendo nas dificuldades, o socorro do Senhor é em espaço amplo. Pois assim como a necessidade é nosso lugar apertado, que nos atribula e oprime, assim o socorro de Deus é nosso espaço amplo, que nos torna livres e alegres.

Ao explicar a expressão invoquei ao Senhor, Lutero sugere: Aqui ficas sabendo que orar, expor os problemas e erguer as mãos são os mais agradáveis sacrifícios para Deus. Ele deseja, ele quer que exponhas diante dele tua preocupação e que não a guardes para ti, te debatas com ela, te amargures ou martirizes. Ele deseja que sejas fraco demais para suportar e vencer esta preocupação, a fim de que aprendas a tornar-te forte nele e ele seja glorificado em ti por seu poder. ...Assim ele é honrado como verdadeiro Deus, do qual peço ajuda e consolo, o que compete a um Deus de verdade. Com isso sou considerado digno perante ele, e ele, por sua vez, se revelará como verdadeiro Deus, vendo que assim penso a seu respeito.

Coragem e ousadia são fundamentais para o cristão. O temor não faz parte da vida do cristão, pois o consolo de Deus é maior do que tudo e todos. Mesmo que Deus não atenda imediatamente a oração, o fato de confiar nele me dá forças suficientes para lutar. O consolo de Deus é a maior do que os homens que perecem. Os adversários do cristão perecerão eternamente.

Lutero acusa e zomba de seus adversários que imaginavam que o movimento da reforma iria se desintegrar pelo fato dele ter apoio de príncipes e do eleitor. O único que pode auxiliar o cristão é Deus. Lutero faz nós entendermos qual é a função do príncipe e do rei: O ofício do príncipe e do governo secular estão aí para serem usados e usufruídos para a alimentação do corpo, proteção e paz na terra. Foi para isso que Deus os instituiu. No entanto, não se deve confiar, apoiar-se, esperar e basear-se neles, da mesma forma como devemos fazer uso de outros bens terrenos, como dinheiro, gado, casa, benfeitorias. No entanto, não se deve confiar neles, esperar e apoiar-se neles. Confiar e usar são duas coisas distintas. Confiar se deve somente em Deus, usar diz respeito à criatura.

vv. 10-13 – Todos os gentios me cercam, mas no nome do Senhor os despedaçarei. Eles me cercam, eles me cercam, mas no nome do Senhor os despedaçarei. Cercam-me como as abelhas, e se inflamam como um fogo nos espinheiros, mas no nome do Senhor os despedaçarei. Empurram-me, para que caia, mas o Senhor me socorre.

Para entender esses versículos precisamos vislumbrar que os cristãos são um pequeno grupo e o grande grupo dos gentios faz de tudo para os destruir. Assim como Davi, que escreve este salmo, viveu numa pequena nação, que ao seu redor haviam nações maiores, percebeu por causa de sua fé a vitória no Deus de amor. 

Este numeroso grupo de inimigos dos crentes fazem uso de seu poder, reúnem toda força, seriedade, persistência e empenho e atacam. Esta é a ênfase da repetição do eles me cercam.

A atitude dos inimigos do cristão é compara com as abelhas, pois esta quando finca o aguilhão não se importa que isto lhe custe a vida ou que não possa mais produzir mel. Assim são os inimigos, são tão vingativos e esquentados, que preferem antes arruinar-se do que desistir de causar dano, ou se vingarem, mesmo perdendo toda a graça em eternidade, do que fazerem o bem e a se tornarem verdadeiros cristãos.

Lutero amplia o quadro dos inimigos: por estarem envergonhados por falharem em seus intentos com os cristãos e por sentirem ira, fúria e vingança, inventam que a palavra de Deus causa alvoroço e é prejudicial à paz comum. 

Como os cristãos têm vitórias sobre esses inimigos? A artilharia pesada dos cristãos chama-se O NOME DO SENHOR. Ora, isso é um canhão de papel, um canudinho, ou seja, um fanfarrão. Pois bem, que seja de papel. Ainda o verás. Amigo, como se carrega essa espingarda? Como é disparada? Qual o tipo de projétil que usa?

A resposta de Lutero está toda nos três primeiros mandamentos, pois eles são a arma contra nossas inimigos. Os inimigos são destruídos não com força e armas, mas a espingarda é o poder de Deus, que separa justos de injustos, crentes de descrentes.


A partir do estudo destes versículos, vamos conversar sobre as questões abaixo:

1)     Quem são nossos inimigos?

A – na família

B – na igreja

C – no trabalho

D – no governo

2)     Como podemos entender os movimentos de protesto, que pegam em armas contra as estruturas governamentais

3)     Como valorizamos/desvalorizamos o ministério da palavra de Deus?

(Rev. Clovis Prunzel)

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