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segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Apocalipse (07) - Ap 5.1-14

5.1-5 O livro aberto pelo Cordeiro de Deus
Abre-se uma nova janela. João vê na mão direita daquele que está assentado no trono um livro, escrito por dentro e por fora, e selado com sete selos.
O livro é feito de papiro, couro ou pele. Escrito dos dois lados representa um conteúdo revelado e outro ainda por revelar. Más já é possível ler algo do livro, pelo menos o seu conteúdo exterior.
Mas o conteúdo interior precisa ser aberto por alguém que tem as credenciais de retirar os selos. Os selos foram usados no lugar da assinatura, para darem valor ao livro.
Qual é o conteúdo do livro. Obviamente que temos que ter em mente que o Cordeiro de Deus está presente, pois é ele que tem o livro sem suas mãos. Certamente o conteúdo do livro tem tudo a ver com o Antigo Testamento, que está sendo revelado por Cristo, pois em parte já o conhecemos e em parte ainda conheceremos.
A pergunta do anjo, que é feita em voz alta, aponta diretamente para Cristo. Ninguém é digno de abrir o livro e revelar-lhe o seu conteúdo. Isso causa desolação para João que chora.
A dignidade humana é totalmente descartada em relação às coisas de Deus. Nenhum ser humano é capaz de conhecer a vontade de Deus.
Mas o consolo para João e para nós é-nos revelado por um ancião, um dos vinte quatro que aparecem em 4.4. Nada nos impede de entender este ancião como um dos grandes homens do Antigo Testamento que testemunha a abertura do livro por parte do Cordeiro de Deus. O consolo é Cristo, o leão de Judá, o rebento da raiz de Jessé, pai de Davi. Cristo cumpre as profecias através de sua vitória. Portanto, isso é conhecido e podemos relacionar o que conhecemos com o que já aconteceu. Já o que está dentro do livro pode ser relacionado com a nova era inaugurada por Cristo.

5.6-14 – A exaltação do Cordeiro de Deus
O cordeiro assume o lugar central na história da humanidade, assim como também no trono celestial. Cristo é o cordeiro glorioso e vitorioso. O cordeiro de Apocalipse assume funções guerreiras (Ap 6.15,16) e reina como Rei dos reis e Senhor dos senhores e obtém a vitória final (Ap 17.14). O cordeiro possui sete chifres. No AT, possuir chifres é ter poder. O cordeiro, diferenciando-se dos outros possuidores de chifres, possui sete, o que simboliza plenitude, perfeição, divindade, etc. Além dos chifres, o cordeiro possui sete olhos, que são os sete espíritos, descrevendo a onisciência de Deus.
Ao tomar o livro em suas mãos, está prestes a abrir os selos e revelar o conteúdo interno do livro, visto que o conteúdo externo já é conhecido. O conteúdo da revelação virá a partir do capítulo 6.
Antes de se conhecer o conteúdo, há um prelúdio à revelação. Há uma preparação para a leitura bíblica, proporcionada pelos que estão diante do trono: os quatro seres viventes (representantes de todos os animais da face da terra) e os vinte quatro anciãos (que representam aqueles que estão salvos). Este conjunto de criaturas, que está perante o Cordeiro que assume as rédeas da história, presta adoração e serviço àquele que é o centro da revelação de Deus. Prostrar-se perante o cordeiro é dedicar-lhe toda adoração, louvor e honra. Os objetos de culto são harpas e taças de ouro cheias de incenso, que são as orações dos santos.
As harpas são instrumentos de cordas apropriadas para acompanhar o canto. A harpa é o instrumento privilegiado da salmodia, da adoração, do louvor litúrgico. As taças no AT fazem parte do culto e elas estão cheias de incenso. As orações e a vida cristã precisam ser um perfume agradável a Deus.
A adoração é completada pelo cântico, que reproduz um conteúdo que dignifica a ação do Cordeiro de Deus. O cordeiro é digno de abrir os selos porque com a morte e seu sangue resgatou, comprou de volta os adoradores. Esta ação de Jesus é universal. "Tribo são as diferentes raças dentre a humanidade; língua, as milhares de línguas faladas pelos homens no mundo; povos são os agrupamentos maiores entre os homens com interesses comuns; nação significa os povos unidos em unidades políticas. Nenhum destes grupos foi obstáculo insuperável para a obra da redenção universal operado por Cristo". (Rottmann, p. 156).
A obra de Cristo fez dos cristãos reino e sacerdotes. Sem dúvida, os cristãos ocupam um lugar proeminente na obra de Deus. São eles os privilegiados de Deus na terra e desempenham um papel fundamental na difusão do reino de Deus neste mundo.
Mas aos primeiros adoradores, aparecem os anjos, que sempre estiveram na presença de Deus. O número destes é incontável e eles apresentam novos aspectos na adoração ao Cordeiro.
Não é a redenção e a graça do cordeiro que exaltam; mas, a sua glória, poder, riqueza, sabedoria, força, honra e louvor. É o cordeiro exaltado, que governa sobre tudo e todos.
O coro amplia-se: a adoração sobe de toda a parte, mesmo dos lugares que não se ousava esperar. O universo é beneficiado com a obra do Cordeiro; toda a criação de Deus, através de Cristo, tem restaurada a ordem e a paz originais. Por isso, não é somente ao Cordeiro mas também àquele que está assentado no trono recebem a doxologia.
Por que só os anciãos se prostram perante o Cordeiro? Dentro da perspectiva bíblica, somente os cristãos dobram seus joelhos perante Deus para adorá-lo em espírito e em verdade.
O capítulo 5 é todo um protótipo do culto que nós ainda hoje celebramos.

(Rev. Clóvis Prunzel)

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