O juízo de Deus está chegando a um ápice. A sexta trombeta nos anuncia o juízo final sobre os descrentes: a morte.
O anjo que toca prepara o ambiente para aquele que irá falar. Não temos identificado quem fala, mas João percebe que ela surge de entre o altar de ouro que está na presença de Deus. O altar de ouro simboliza a presença de Deus.
É Deus que dá a ordem para que os quatro anjos, atados junto ao rio Eufrates, saiam e tragam o juízo. O fato de estarem atados nos faz pensar na longanimidade de Deus: Ele dá oportunidade para que o mundo se arrependa; mas chegará o dia do castigo e do juízo.
Os quatro anjos vão em todas as direções e procedem do rio Eufrates. Não podemos vincular a expressão rio Eufrates ao rio do Oriente Médio. No AT, o rio era símbolo de opressão, pois dele provinham os grandes conquistadores: Assíria, Babilônia e Pérsia. Podemos entender a expressão como sendo a origem do domínio espiritual, que está em Deus, que julga e condena o pecador impenitente e absolve o pecador penitente.
Os anjos estão preparados porque chegou a hora exata do começo do castigo. A hora, o dia, o mês e o ano nos remetem ao tempo de Deus, onde ele age com sua autoridade sobre todos (At 1.7)
O castigo é direcionado a 1/3 da humanidade. Representa aqueles que sofrerão as conseqüências do castigo de Deus e não simplesmente um número matemático. Os que trazem o castigo é um exército incontável. É novamente a ação sobrenatural de Deus.
Esta ação sobrenatural também aparece nos cavalos e cavaleiros que trazem o juízo. Os cavaleiros têm couraças com cores infernais. Os cavalos têm uma aparência inusitada. Cabeça de leão e caudas de serpente. Tanto o leão como a serpente representam o castigo e morte espiritual; não é uma guerra humana, mas é uma guerra onde os inimigos de Deus se apresentam com um falso cristianismo, com uma falsa vida cristã.
Sem dúvida, podemos perceber estes inimigos no mundo de hoje, pois eles são identificados nos vv. 20 e 21. São os mesmos inimigos de Deus apontados por Paulo em Gl 5.20ss; Ef 5; Rm 13.9ss. João novamente cita os condenados em Ap 21.8 e 22.15.
Ap 10.1-11 O Prelúdio da anunciação dos salvos
João vê mais um mensageiro vindo da parte de Deus. A aparência e a forma como o anjo aparece demonstram sua origem divina, a glória dos céus.
O mensageiro de Deus traz uma revelação em um livro aberto, possibilitando a leitura por parte de João. Mas ele não é para revelar seu conteúdo. O tamanho do livro é pequeno, tanto é que João o engole.
Quando o anjo vai "falar como leão que ruge", ele o faz para toda a terra. Mesmo não anunciando a mensagem, o mensageiro faz um juramento de que não haverá mais oportunidade para salvação, porque o tempo chegou quando a sétima trombeta tocar, cumprindo-se o que fora anunciado pelos ministros de Deus desde o AT.
O mistério de Deus é o plano de salvação preparado desde a queda do homem e que se cumpre na vinda de Cristo, preparando a humanidade para a glória dos céus. Este mistério é conhecido somente por aqueles que dependem exclusivamente de Cristo como Salvador e Senhor e que vivem na expectativa da vitória final no grande dia do Juízo de Deus.
Quando João é mandado comer o livrinho, percebemos a dimensão física da revelação de Deus. João está fazendo parte do que se está demonstrando. Ao comer o livro, primeiro vem os efeitos colaterais. O livro será amargo em seu estômago. Mas, na boca, será doce como o mel. Certamente a mensagem da salvação proporciona tristeza e dor para todos aqueles que não crêem nela; mas para os que a experimentam é doce. Também podemos vincular as conseqüências de sermos cristãos, pois Satanás e seus aliados sempre querem nos afastar de Deus e de sua vontade.
O v. 11 nos dá uma dimensão que o grande dia da sétima trombeta ainda não chegou. João tem uma tarefa, assim como toda a igreja. A profecia ainda precisa ser divulgada para todo o mundo. O mistério de Deus precisa ser revelado, para que depois venha o grande dia, quando a sétima trombeta será tocada.
A revelação do plano de Deus está em acontecimento desde Adão e Eva, tendo a presença de Cristo o seu ponto central. Esta mensagem já é conhecida por todo o mundo. Por isso, podemos afirmar que aquilo que tem que acontecer após a revelação está em curso e próximo de sua realização.
(Rev. Clóvis Prunzel)
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