O que Deus espera de sua Igreja?

A CONGREGAÇÃO IDEAL
Neste dia queremos olhar para a Palavra de Deus e perguntar ao Espírito Santo sobre o que Ele espera da igreja, o que Ele espera de nossa congregação. Queremos ver, de uma maneira geral, qual é a vontade de Deus a fim de que possamos, sempre mais, galgar os caminhos que o Senhor nos propõe.
Quando Deus Espírito Santo traz pessoas à fé, ele pretende que tais pessoas sejam igreja em cada sentido desta significante palavra. Estes a quem ele chama à fé, ele qualifica para o serviço. Deus equipa seus filhos, leigos e pastores, para o mesmo fim, com habilidades espirituais e meios necessários para realizar seu programa. Pertencer à Igreja, ter uma parte na responsabilidade de sua obra, não é opção do cristão; é uma parte inseparável de seu chamado e vida.
Nós poderíamos afirmar, numa outra linguagem, que o ser membro de uma igreja nos faz acionistas de uma firma que possui e distribui vastos tesouros. Muitos membros de uma congregação luterana, contudo, não apreciam sua propriedade de membros. Eles lamentam que um grande sacrifício de tempo e dinheiro lhes é requerido. Eles vêem o fato de serem membros como um fardo antes do que uma honra. Tais pessoas denunciam sua cegueira espiritual.
Para sairmos dessa cegueira espiritual é bom vermos como a Bíblia caracteriza, então, a igreja de Cristo. Neste sentido, é bom lembrar que estaremos abordando a igreja ora como igreja visível, ora como igreja invisível. Ou seja, a igreja visível é a igreja denominacional, onde existem os verdadeiramente salvos bem como os hipócritas; o joio junto com o trigo. Essa igreja pode adoecer, pode morrer, pode acabar. A igreja invisível é a única e santa igreja cristã de Cristo, composta por todos os verdadeiros cristãos do mundo inteiro. É esta a igreja que Cristo irá buscar.
Sendo assim, o Novo Testamento vê a igreja como algo mais que uma instituição, ou uma organização. Kent Hunter afirma que a igreja é um organismo vivo, que pode estar sadio ou enfermo. Ela pode morrer, mas tem um Senhor vivo que zela por ela. Crescimento e reprodução são funções que estão em processo em um organismo. O crescimento da igreja é algo natural. É também algo sobrenatural. A igreja está viva![1]
O Novo Testamento descreve a igreja como aqueles a quem Deus "chamou para fora" e para si. Partindo da idéia do Antigo Testamento de "reunião" ou "assembléia", o Novo Testamento amplia o conceito de "igreja" para uma "assembléia de pessoas reunidas para uma finalidade específica". Um outro sentido comum de "igreja" no Novo Testamento é o de "comunhão dos que crêem". Por vezes a "Igreja" é designada como "a comunhão que é reunida por Deus através de Jesus Cristo". A natureza da igreja é retratada através das diversas figuras usadas no Novo Testamento. Essa figuras incluem: o templo de Deus, a família de Deus, o rebanho de Deus, o sacerdócio real, a noiva de Cristo e o corpo de Cristo.

O templo de Deus

O apóstolo Pedro fala que nós, cristãos, somos as pedras vivas que compõem o edifício (templo) no qual Deus habita. A pedra fundamental deste edifício, o único fundamento, é Jesus Cristo. A igreja, o organismo vivo do povo de Deus, não pode ser destruída. Ela está alicerçada na rocha firme, Jesus Cristo. Nem mesmo a morte pode destruir a Cristo. Por isso ela também não pode destruir a sua igreja.[2] Como "pedra viva", o cristão tem a Deus em conjunto com seus irmãos, pois com uma pedra somente não se constrói um edifício. É preciso o conjunto dessas pedras, sedimentadas sobre o único fundamento. Este conjunto das pedras caracteriza o tipo de relação que deve existir entre os cristãos. Para que uma pedra ocupe seu lugar na construção é preciso que ela seja talhada, lapidada. Da mesma forma os cristãos são lapidados por Deus, por meio de sua palavra, tornando-se, cada vez mais, conforme à feitura de nosso Senhor Jesus Cristo. É quando os cristãos são lapidados por Deus é que podem se relacionar com seus irmãos. Se não forem lapidados, os relacionamentos serão falhos, intriguentos e desestruturados. Quando são talhados vão sendo inseridos na construção do edifício no qual Deus habita. Portanto, assim como as pedras suportam outras pedras, não se tratando da carreira superior de uma construção, da mesma forma o cristão pode suportar outros cristãos. Como, por sua vez, também é suportado. Cada pedra tem sua função e exerce uma finalidade. As pedras carregam e se inter-relacionam. Quando mais a igreja compreender esta figura que a Bíblia utiliza, mais ela vai visualizar a necessidade do entrosamento entre seus membros para o cumprimento de sua missão.

A família de Deus

Esta figura está intimamente relacionada com a figura do templo de Deus. Aqueles que crêem em Deus constituem a sua família. Deus é o nosso Pai. Esta filiação existe porque Jesus adquiriu a salvação para aqueles que crêem nele. Paulo escreve aos Gálatas: "Mas, quando chegou o tempo certo, Deus enviou o seu próprio Filho. Ele veio como filho de uma mãe humana e viveu debaixo da lei dos judeus para libertar os que estavam debaixo da lei, a fim de podermos nos tornar filhos de Deus...E, já que são filhos de Deus, Deus lhes dará tudo o que ele tem para seus filhos"[3]. Isto quer dizer que a igreja pode ter tudo o que precisa para cumprir com sua tarefa neste mundo! Paulo questiona com os Romanos que "Aquele que não poupou a seu próprio Filho, antes, por todos nós o entregou, porventura não nos dará graciosamente com ele todas as coisas ?"[4] Nós cristãos não temos um pai miserável mas um Pai rico em misericórdia, em poder, em glória ! A igreja não precisa viver de migalhas, pois Deus prometeu seu poder para a igreja cumprir com sua missão.

O rebanho de Deus

Os seguidores de Jesus Cristo são freqüentemente chamados de ovelhas. Jesus diz que as suas ovelhas conhecem a sua voz e o seguem[5]. Hunter afirma que os discípulos de Jesus são chamados a segui-lo. Ele congrega o seu povo e os comissiona ao ministério. Esse ministério segue o modelo do ministério do Salvador do mundo. Ele requer que os discípulos tomem suas cruzes e o sigam[6]... Como rebanho a igreja é provida de líderes. Esses líderes não são os pastores-chefes. O pastor-mor é Cristo. Mas Cristo requer que os líderes alimentem e cuidem do rebanho de Deus[7]. Como um organismo vivo a igreja precisa ser fortalecida mediante a palavra e os sacramentos, para que permaneça saudável, madura e cresça. Através dos líderes que chamou, Deus assegura o cuidado das ovelhas do seu rebanho."[8] Desta forma, chamar líderes e treiná-los é uma tarefa muito importante para que realmente haja o crescimento da igreja. Tais líderes devem ser consagrados a Deus e a sua obra, preparados, compromissados acima de tudo com Deus, que destinam tempo para Deus e para sua igreja, encaminhando e treinando os cristãos para o grande comissionamento.

O sacerdócio real

A igreja viva é uma igreja que serve. Todo cristão é um sacerdote.[9] Os cristãos são santos porque eles foram separados do mundo. Eles são especiais porque Deus os escolheu para serem seus. Em têm realeza porque pertencem ao Rei, Jesus Cristo. Eles são sacerdócio para servir a Deus: para anunciar os seus poderosos atos, para guiar-se por sua vontade e trazer/lhe glória.[10] Como sacerdotes são representantes, embaixadores de Deus no mundo. Têm uma missão especial, e possuem o privilégio de se relacionar diretamente com Deus, interceder pelos irmãos e pecadores e ensinar a palavra de Deus.

A noiva de Cristo

A igreja é a noiva de Cristo. Esta figura apresenta elementos importantes. Inicialmente, o relacionamento de Cristo com sua Igreja é íntimo, como o relacionamento de marido e mulher. A Bíblia apresenta também, que a noiva de Cristo, a sua igreja, se prepara para a volta de seu noivo ! Quando Jesus voltar, sua igreja deve estar preparada, bonita, radiante, bela, para que celebrem as bodas nupciais eternas. Neste sentido, a igreja deve ser cada vez mais lapidada, melhorada. Esforços precisam ser feitos para que a igreja se prepare, e esteja continuamente preparada para a volta de Cristo, cumprindo com sua finalidade, para que Cristo não a encontre acomodada.

O corpo de Cristo

Esta figura indica algo importante: a variedade na unidade. Cristo é a cabeça e os cristãos os mais diversos membros do corpo, que é a igreja. Todos têm uma função específica e diferente, visando o mesmo fim. Aqui vemos a importância da atuação de cada membro, bem como a correlação aos demais membros. Ou seja, quando um membro do corpo está doente todo o corpo sofre.
Como estamos vendo a partir das figuras acima listadas podemos caracterizar a igreja que realmente Deus quer. Deve ser:

• uma igreja em que seus membros realmente estão se inter-dependendo;
  
• uma igreja possuidora de um programa que proporcione que cada membro, a partir de seu dom, encontre um espaço para desenvolvê-lo;
  
• uma igreja radiante, tendo sucesso naquilo que Deus espera de seu povo;
  
• uma igreja que tem muito a oferecer, a ensinar, não vivendo de migalhas, pois sabe que tem um Pai rico em bênçãos;
  
• uma igreja não fechada em si mesma, mas aberta a visitantes e ao contexto onde atua;
  
• uma igreja que, a exemplo da liderança do Pastor-mor, Jesus, chama líderes, treina-os para liderarem e guiarem outros no cumprimento da ordem de Cristo;
  
• uma igreja que não é caracterizada pelo fracasso, pelo desânimo, pelo "nada dá certo e não vale mais a pena tentar", mas uma igreja que se prepara, se adorna, para a volta de seu Noivo; ou seja, uma igreja caracterizada pelo amor, pela atenção entre seus membros, pela disponibilidade, pela maturidade entre os seus, pelo desempenho, pela proclamação do evangelho, etc.
  
• uma igreja que, quando está trabalhando e servindo, não admite expectadores entre seus membros;
  
• uma igreja que sabe lidar com os fracassos e fazer deles oportunidades para crescimento;
  
• uma igreja que cresce qualitativamente e quantitativamente, para expansão do Reino de Deus aqui na Terra e para a sua glória.
  

Sonho? Certamente que não, pois isto é o que Deus deseja de sua igreja aqui neste mundo: que cresça em quantidade e qualidade, proclamando CRISTO PARA TODAS às nações e procurando estar sempre pronta para a hora que Jesus Cristo, seu Noivo, voltar.
Nesse sentido, partindo desse referencial, temos que concretizar cada vez mais uma linha de ação para que a Congregação Cristo Redentor possa se aproximar cada vez mais deste ideal, a passos firmes, planejados, e progressivos em sua caminhada.
                        

QUE DEUS NOS ABENÇOE!

(Você sabe quem é o autor desta mensagem? Informe-nos, para que possamos dar os devidos créditos. Escreva para reveder@gmail.com)

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[1]HUNTER, Kent R. Fundamentos para o Crescimento da Igreja. P.43, 44

[2]Id.Ibid.P.45

[3] Gálatas 4.4-5, 7 (BLH)

[4] Romanos 8.32

[5] João 10.4

[6] Marcos 8.34,35/ 1 Pedro 5.3-4

[7] Atos 20.28, 1 Pedro 5.3-4

[8] Hunter.Ibid. P.47

[9] 1 Pedro 2.9

[10] Hunter. Idid.P.48.