Cada cristão tem talentos, dons e habilidades - e estes não dependem de sua própria escolha. Deus dá a cada um conforme a sua vontade: dons e talentos. Jesus fala em oportunidades para servir ( Ler Mt 25.15), na parábola dos talentos.
Como membros de uma igreja, de um departamento devemos observar freqüentemente o "mercado de trabalho" da igreja e procurar descobrir as habilidades e os dons que Deus nos deu. Cada dom que Deus deu, mesmo o menor, é muito importante dentro de sua igreja. E Deus espera que até mesmo os dons menos expressivos sejam usados em seu Reino aqui no mundo. Em sua sabedoria e conhecimento, Deus sabe exatamente quantos dons Ele deu e a quem os concedeu. E certamente Ele irá pedir contas para nós naquilo em que Ele nos capacitou.
Tem se constatado que nossas igrejas, nossas congregações tem sofrido um grave caso de desemprego; poucos querem se envolver no trabalho, poucos querem se colocar a disposição para servir. Um punhado de pessoas fazem a grande maioria do trabalho, enquanto a maioria fica parada olhando, às vezes ainda criticando, mas muitas vezes só na indiferença mesmo. (parece aquela história do ônibus: tem o motorista que conduz o carro, o cobrador que lhe auxilia, e os passageiros ficam apenas sentados, olhando e muitas vezes reclamando de uma manobra mal feita pelo motorista ou quando este não conseguiu desviar um buraco causando um solavanco no ônibus. A igreja deve ser um barco a remo onde todos ajudam a remar e conduzir o barco).
Muitos querem vir à igreja, marcar sua presença, fazer a sua "obrigação", por assim dizer, sem se envolver de uma forma mais profunda no trabalho, na missão, na administração.
Os dons são dados por Deus, e não há distinção ou privilégios para os mais dotados de dons. Um círculo pequeno não é menos perfeito que um grande! Assim as pessoas de um e dois talentos estão plenamente equipados para fazer o trabalho que o Senhor lhes confia dentro daquilo que possuem e conseguem. Não é necessário termos 5 ou 10 dons para servirmos ao Senhor.
Assim a pergunta que cada cristão precisa fazer neste assunto é: O QUE ESTOU FAZENDO COM O MEU TALENTO? E não: quantos talentos tenho? Quantos talentos Deus me deu? Deus não vai exigir de nós mais do que aquilo para o que Ele nos equipou. Mas, naquilo que Ele nos concedeu Ele vai querer saber: o que você fez com este dom ou com os dons que eu te dei???
Todos nós prestaremos contas diante do tribunal de Cristo pelo uso de nossos talentos: pela qualidade, não pela quantidade; pela fidelidade, não pela fama.
O maior de todos os dons que nos são dados, é a fé. Esta fé que recebemos como dom, como presente de Deus precisa ser exercitada diariamente, de várias formas: através de devoções, leituras bíblicas, participação em estudos bíblicos, no culto congregacional, no exemplo para os outros, no testemunho, e também como um líder dentro da congregação, de um departamento e no distrito. Esta fé precisa produzir frutos que mostrem ao mundo: eu sou cristão e vivo como tal.
Quando não estamos cheios do amor de Cristo, a participação na Igreja é cansativa e chata. Participar de uma reunião não passa de uma obrigação e feita com sacrifício. Orar, ouvir, louvar e cumprimentar um irmão é um sacrifício para muitos na igreja. Não há prazer nem alegria nisto. Pequenas tarefas se tornam extremamente desagradáveis quando não temos a correta motivação. Tudo aquilo que eu faço na igreja, não serve para aparecer para os outros, não serve para mostrar que eu tenho algum tipo de poder e domínio sobre os outros. Eu trabalho, eu sirvo na minha igreja por causa do meu Senhor, por causa de tudo aquilo que Ele fez, faz e representa para mim.
É uma pena quando olhamos para muitas igrejas, e vemos nelas poucas pessoas realmente trabalhando pelo Evangelho de Cristo, ou produzindo frutos sem ter o alicerce principal: Jesus e a Palavra de Deus.
São os dois problemas mais freqüentes na igreja cristã: no nosso meio, a falta de envolvimento e participação, e em outros meios a motivação errada. A motivação correta é o amor de Deus por nós revelado em Cristo Jesus. Nós servimos em resposta de gratidão a este grande amor de Deus.
Muitas pessoas não servem a Deus em sua igreja e muitas abandonam a igreja, não lhe dão o devido valor. Foi feita uma pesquisa sobre o abandono dos membros nas principais igrejas cristãs (excluindo a igreja católica e as pentecostais). A probalidade do desligamento de crianças até 13 anos é pequena (2,6 %); a média de abandono alcança o seu máximo entre os jovens (até 20 anos) (15,5 %); a média cai para 9,11 % para pessoas entre 20 a 25 anos; cai para 4,6 % na idade de 25 a 54 anos; e então volta para o mesmo nível das crianças, para aqueles que passam dos 55 anos. É bem aquela idéia: igreja é coisa de criança ou de velho, de pessoa idosa.
As pessoas que se formam no Ensino Médio (2o grau) abandonam a igreja duas vezes mais facilmente do que aqueles que não se formam. Parece que, ao receber mais educação escolar, as pessoas se tornam mais donas de si e constroem as suas próprias verdades, os seus próprios valores.
Agora, o que se ensina nas escolas e nas universidades em termos científicos: a negação de Deus, de seu poder, de sua obra. O sucesso e a própria vida depende de você, você é capaz de sozinho superar todos os seus problemas, etc.
Quando Jesus levantou-se e lavou os pés dos discípulos naquela história relatada no Evangelho, Ele estava como que dizendo: "Olhem, vocês estão esquecendo da tarefa comum, rotineira e simples, porém importante, que é a de servir uns aos outros, e de demonstrar amor!"
(Ler Lucas 16.10) Jesus disse: "Quem é fiel no pouco, também é fiel no muito". Se eu tenho muitos dons, preciso ser fiel com vários dons, e se eu tenho um ou dois dons, preciso ser fiel nestes um ou dois dons. É claro que aqui nós poderíamos faze outras aplicações também: no caso da nossa oferta a Deus por exemplo. É preciso ser fiel no pouco para ser fiel no muito.
Nossos dons precisam estar constantemente a disposição do Senhor. Ele deseja que cada um dos seus filhos use com todo o amor e dedicação aquilo que Deus lhe concedeu e capacitou, lembrando sempre que tudo o que fazemos no Reino de Deus não é para agradar e aparecer para as pessoas, mas para servir unicamente ao Salvador de nossas vidas. "a vida cristã é um privilégio, trabalhar para o Senhor é algo extremamente gratificante". Se eu não for cristão, eu estou perdido e condenado. Por isso vou viver este cristianismo servindo em minha igreja, em minha congregação, vou agradecer a Deus desta forma também.
É importante frisar e deixar claro que quem nos capacita para realizarmos toda boa obra é sempre o próprio Deus. Nunca eu conseguirei realizar algo por iniciativa própria sem ser capacitado por Deus mesmo. O principal e mais importante todos já temos: a Salvação pela fé em Jesus Cristo. Basta agora continuar nos colocando a disposição do Senhor para servi-lo. Amém.
ESTUDO PARA VISITA DA DIRETORIA DISTRITAL DE LEIGOS
Pastor Alessandro Souto
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