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quinta-feira, 9 de julho de 2009

Curso de Formação de Líderes - Parte 8

OBSERVAÇÃO - PAPEL DE DETETIVE

Introdução: Observação é o ato de reconhecer e anotar um fato ou uma ocorrência. O Mini Dicionário Aurélio assim define a Observação: " Examinar miudamente, estudar. Espiar. Examinar atentamente as pessoas ou o ambiente que as cerca. Vigiar as próprias ações". Observar não é apenas ver; mas, é estar mentalmente atento ao que se vê. O propósito da observação no estudo da Bíblia é examinar detalhadamente o conteúdo da passagem bíblica, e ficar tão familiarizado com ela o quanto possível.

A observação não pode ser genérica. Ela tem que ser exata e precisa. Nem tudo o que você lê será de igual valor para a verificação do sentido de uma passagem bíblica. Por outro lado, há detalhes pequenos altamente elucidativos e que não podem passar despercebidos. Há a necessidade de se aprender a discernir o que é e o que não é importante para o sentido de um texto. Duas coisas são necessárias: a prática e a concentração.

As duas últimas palavras de instrução ditas por Jesus a Seus discípulos foram para prepará-los para o tempo em que ele não estaria mais fisicamente com eles. Jesus garantiu-lhes que o Consolador viria e faria entre eles a sua obra. Ele disse que : " O Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito" (João 14.26). Pouco depois , Jesus disse: " Quando vier, porém, o Espírito da Verdade, ele vos guiará a toda a verdade" (João 16.13). Estas passagens nos ensinam que toda a Igreja, especialmente aqueles que exercem os seus dons na área de ensino da Palavra de Deus, estão na dependência do Espírito Santo. Ele é o Guia, Orientador, Consolador e Supremo Inspirador. Portanto, tudo o que se diz de métodos de estudos bíblicos e dicas para aprimorar o ensino/aprendizado está na completa e inteira dependência do Espírito Santo. O processo de Observação exige cinco requisitos:

1 - A Observação exige um ato da vontade: você precisa ter o desejo e a disposição de saber qual o sentido correto do texto bíblico. Você precisa querer conhecer, saber e aprender.

2 - A Observação exige persistência em Saber: aprender nunca é fácil. Requer diligência, disciplina. Saiba que os resultados que se obtém da persistência no saber compensam os esforços.

3 - A Observação exige Paciência: Hoje tudo funciona muito rápido. Os meios de comunicação nos empurram para um mundo muito dinâmico. Às vezes queremos que tudo aconteça rápido demais, e nos decepcionamos quando algumas coisas demoram em acontecer. A verdadeira aprendizagem toma tempo, esforços, persistência, paciência. No processo de aprendizagem não há atalhos. Há mecanismos de facilitação; mas, seguramente, o tempo é fundamental.

4 - A Observação exige uma anotação eficaz: Lembre-se: a escrita foi inventada exatamente porque não podemos decorar tudo. Nós podemos esquecer facilmente um conceito, uma idéia, uma definição importante, se nós não escrevemos. Anotar é preciso. Anotar muito e bem. Tudo o que julgamos necessário e útil; até mesmo aquelas coisas que nós achamos que sabemos muito bem. Nunca se canse de escrever e anotar!

5 - A Observação exige cautela: A observação é apenas o primeiro passo no estudo da Bíblia - a interpretação, correlação e a aplicação devem seguir. É preciso tomar cuidado com três coisas:

a) Não se perca nas minúcias; divida o seu tempo de forma proporcional para todas as partes do estudo. Fazer muitas e boas observações não vão ser muito proveitosas ao ouvinte se você não fizer uma boa aplicação Lei e Evangelho. Todos os passos merecem tempo nobre!

b) Não pare com as observações; mas continue a fazer perguntas ao texto e a procurar respostas significativas. Às vezes, estamos quase no final do estudo e aprendemos mais um conceito que pode ser útil na exposição do texto.

c) Não dê valor igual a tudo. Procure saber o que é mais importante. Ex.: No ministério de João Batista, não gaste a mesma quantidade de tempo para explicar as suas vestes quanto as palavras que ele disse a respeito de Jesus. Veja o que é mais importante e concentre-se naquele ponto.

Use Seis Perguntas Básicas:

1 - QUEM? Veja quem são as pessoas envolvidas no relato
2 - O QUÊ? Saiba distinguir claramente o que aconteceu.
3 - ONDE? Veja onde o relato aconteceu? Qual a sua localização geográfica?
4 - QUANDO? Veja se é possível determinar o tempo : quando se deu isso?
5 - POR QUÊ? Veja se é possível estabelecer as causas do relato, se o relato vem em conseqüência de alguma coisa acontecida anteriormente.
6 - COMO? Como se realizaram as coisas? Com que eficiência? Com que rapidez? Por que meios?

FORMA OU ESTRUTURA DO TEXTO

Como Deus diz as coisas é tão importante como o que ele diz. Ao observar a forma ou estrutura de uma passagem que estiver estudando, deve-se responder a pergunta: como o escritor trata do conteúdo? Que forma ou estrutura ele emprega? O escritor de uma porção da Escritura pode usar a forma de poesia, narrativa, argumentação lógica, discurso, conselho prático, história, drama ou algumas outras formas. Quando você descobre a forma ou estrutura que o autor emprega para transmitir uma mensagem, certamente você vai poder melhor compreendê-la. Eis alguns exemplos de métodos que os escritores bíblicos usaram para relatar as suas mensagens:

1 - Relato do modo como são as coisas. 1 Ts 1 é um exemplo claro disso. Paulo comunica certas verdades nesta passagem, mas o faz mediante o repasso de uma sequência de fatos que todas elas tinham em comum. Poderíamos fazer uma paráfrase desse relato da seguinte forma: " Vim até vocês, preguei o evangelho e vocês reagiram bem. Esta reação manifestou-se pelo fato de que vocês compartilharam o evangelho com os que os cercam. A maneira como estes responderam ao evangelho deu-me a certeza de que vocês agiram com seriedade."

2 - Admoestação e exortação. A carta de Paulo aos Gálatas ilustra isso. Os Gálatas tinham dado crédito à mensagem dos judaizantes. Paulo os exorta a considerarem as implicações decorrentes de seguir o que ele considera um erro grave. Nesse tipo de forma ou estrutura do texto, podemos procurar erros a evitar e orientações a seguir.

3 - Ensino. O Sermão da Montanha (Mateus 5-7) e a carta de Paulo aos Romanos são excelentes exemplos do estilo didático de comunicação. Em Romanos, Paulo emprega a técnica simples de ensino, usando perguntas e respostas, as quais ele mesmo oferece a fim de esclarecer aos ouvintes os pontos principais que ele quer ensinar. É como se fosse um catecismo!

4 - Parábolas. Nós já estudamos as parábolas no capítulo anterior (capítulo 08). Estas são frequentemente usadas por Jesus como uma maneira eficiente de fazer fixar a mensagem que ele quer transmitir aos seus ouvintes. Nas parábolas, procuramos descobrir o ponto principal, evitar que a imaginação produza alegorias sem sentido e tirar as conclusões corretas a respeito do texto.

5 - Narrativa. Grandes porções da Bíblia tomam a forma da narrativa. Gênesis, Êxodo, a maior parte de Números, Josué, Ester, a maior parte dos evangelhos e de Atos dos Apóstolos.

6 - Outros Métodos. Usam-se provérbios e vários outros estilos literários nos salmos e livros poéticos e alguns proféticos. Ao começar o estudo descubra a forma ou estrutura usada, pois isso ajudará grandemente a compreensão do texto.

DESCUBRA AS PALAVRAS-CHAVE

Em algumas passagens que estudar, as palavras-chave vão chamar a atenção imediatamente. É impossível ler 1 Coríntios 13 e não perceber as inúmeras vezes que ocorre a palavra Amor. O mesmo pode ser dito em Hebreus 11 acerca da palavra Fé. Na maioria das vezes, no entanto, esta tarefa é um pouco mais difícil. Requer um trabalho atento de observação!

CONTRASTES E COMPARAÇÕES

Duas espécies de observações que devem fazer parte do seu estudo pessoal na Bíblia são os contrastes e as comparações. As comparações mostram como as coisas se parecem; os contrastes mostram em que diferem. Faça um esforço especial para encontrar contrastes e comparações na passagem que está estudando. Para ajudar-lhe nesta tarefa, procure palavras como: " assim como, assim também, como, semelhantemente, etc.," estas não são as únicas palavras que fornecem comparação, mas elas quase sempre o fazem. Quando achar uma comparação tome bastante tempo para pensar detidamente nas coisas que estão sendo comparadas. Depois registre tantos modos quantos forem possíveis pelos quais elas são semelhantes. Os contrastes podem ser mais difíceis de encontrar porque a gama de interesse pode variar de contrastes nítidos a ligeiras diferenças. As palavras que indicam os contrastes são: " mas, nem, não". O livro de Hebreus, capítulo 7, faz um nítido contraste entre o sacerdócio de Cristo e o sacerdócio levítico. Em João 3.14,15 o sacrifício de Cristo é comparado ao levantamento da serpente por Moisés no Antigo Testamento.

(Este material faz parte de um estudo maior, elaborado pelo pastor Sílvio, de Nova Venécia - ES. Veja as outras partes neste mesmo blog)

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