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quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Lc 10.25-37 - De quem eu sou o próximo? (mensagem)

Um mulher viajava com seu carro entre Campo Largo e Curitiba, quando passou sobre um pedaço de madeira. Nesta madeira havia um prego que acabou furando pneu do carro dela e ela precisou parar. Ela desceu, olhou o pneu, tentou trocá-lo, mas não conseguiu, pois os parafusos estavam muito apertados. Então voltou ao banco, sentou-se e orou pedindo que Deus lhe enviasse ajuda. Por casualidade, logo veio um carro, do último tipo, com um grande adesivo no alto do pára-brisa, onde se lia: Sorria, Jesus te ama! Quando os ocupantes do carro viram que havia um carro parado ao lado da pista e uma mulher ao seu lado, foram para a outra pista e passaram rapidamente sem sorrir.
Logo depois veio outro carro com uma bela aparelhagem de som tocando música cristãs. Mas o motorista também não parou para ajudar e nem se prontificou a chamar algum carro socorro. E mais, atrás do carro estava um adesivo com os dizeres: Buzine se você ama Jesus!
Em seguida veio um homem com um velho carro que se dirigia ao seu trabalho. Ele viu a mulher parada ao lado da estrada, observou que o pneu estava furado e teve pena dela. Ele parou seu velho carro – onde não tinha nenhum adesivo cristão – atravessou a estrada e se ofereceu para trocar o pneu e logo o pneu sobressalente estava no lugar do estragado, permitindo que aquela mulher pudesse seguir adiante.
Quando a mulher tentou lhe pagar pelo serviço, o homem sorriu e recusou o dinheiro dizendo: se a minha mulher tivesse algum problema na estrada, eu gostaria que algum bom samaritano parasse e lhe ajudasse. Então voltou para seu velho carro sem adesivos cristãos, sorriu para a mulher e seguiu sua viagem. Qual destes três motoristas foi um próximo para a mulher cujo carro teve um pneu furado?
É claro que cada um de nós reconheceu nesta história a parábola que Jesus contou sobre o Bom Samaritano. A razão por que Jesus contou esta história é muito importante.
Um homem, grande conhecedor de todo o Antigo Testamento, fez a Jesus uma pergunta, não por que não soubesse a resposta – ou pelo menos ele achava que sabia a resposta – mas porque ele queria levar Jesus a dizer algo que mostrasse que era um falso profeta. O que eu preciso fazer para herdar a vida eterna? Foi a primeira pergunta que este professor fez a Jesus. E a resposta, muito simples, Jesus faz com que aquele professor busque diretamente no Antigo Testamento: Ame o Senhor seu Deus com todo seu coração, com toda sua alma e com toda a sua mente e ainda: Ame o seu próximo com a você mesmo. Jesus elogia as respostas e diz: faça isso e você viverá.
Mas o homem não deixa Jesus escapar com simples respostas como ame a Deus e ame o seu próximo. Por isso pergunta: E quem é o meu próximo? Será aquela criança abandonada que vive pelas ruas? Ou o pedinte que bate em minha porta? Ou aquela mãe faminta com uma criança ao colo pedindo um dinheiro para comida? Ou quem sabe uma das vítimas da guerra no Iraque?
E o professor continua em sua pergunta: Eu estou confuso pelo grande alcance de possibilidades que esta ordem de amar ao meu próximo coloca diante de mim, Senhor Jesus de Nazaré. Nós não deveríamos ter uma escala de prioridades? Será que não existem diretrizes mais detalhadas sobre o amor ao próximo? Ou quem sabe não deveríamos ter alguns tipos de "próximos" que merecem ser ajudados para que sejam diferenciados daqueles que só querem se aproveitar de nossa bondade?
E concluiu: Eu acho que tudo isso precisa ficar claro antes que eu possa amar meu próximo de um modo concreto. Por favor, Jesus, me conte quem é o meu próximo?
Eu tenho certeza que aquele homem realmente não queria saber qual era a resposta. Ele queria apenas uma definição precisa da palavra próximo, mas não porque realmente estivesse interessado em saber quem era o próximo. Talvez ele esperasse que Jesus traçasse um limite entre os que eram próximo e aqueles que deveriam ser ignorados. Assim, ele poderia se sentir justificado por ignorar alguns tipos de pessoas, como leprosos, coletores de impostos ou aqueles que ele julgasse pecadores imorais.
Mas, sejam quais forem os motivos do professor da lei, Jesus aproveita a oportunidade para ensinar algo importante.
Jesus conta a parábola do Bom Samaritano com o objetivo de reverter de forma desconcertante a pergunta sobre quem é o próximo. E a decisão deverá ser feita entre três personagens. Quem entre eles – um sacerdote, um professor da Lei e um samaritano – tinha se comportado como um próximo?
Quem era o próximo daquele homem que havia caído em mãos de assaltantes?
Seria o sacerdote, um homem dedicado ao serviço de Deus no templo e que, provavelmente, há pouco havia deixado o seu trabalho no templo?
Seria o Levita, um professor da lei, alguém que, com toda certeza, sabia o que era certo e o que era errado?
Seria o samaritano – um estranho, considerado como não membro da família de Deus, ignorado e esnobado por pessoas como o sacerdote e o professor da Lei? De fato, este estrangeiro tinha todos os motivos para ignorar aquela pessoa atacada por ladrões.
Quem agiu como próximo ao homem atacado pelos assaltantes? É a desconcertante pergunta de Jesus.
Imagine que você estava lá quando Jesus contou esta história. Eu tenho certeza de que aconteceram muitos sussurros de preocupação entre os ouvintes. Aliás, de muita preocupação e indignação. Não, não o samaritano. Ele não pode ser o herói da história. Ele não passa de um mestiço pagão e, com certeza, não iria ajudar um inimigo dele. Eu não posso imaginar que Jesus esteja dizendo que se você quer viver conforme a vontade de Deus, então deve agir como um samaritano.
Aquele professor da lei deve ter sofrido muito, achado muito difícil dizer em voz alta que a pessoa que foi um verdadeiro próximo ao homem agonizante foi aquela que tinha sido amável a ele, o samaritano.
Como cada um de nós sabe, este parábola inspira os cristãos a agirem em favor daqueles que enfrentam necessidades desesperada. E muitas vezes nós somos convidados a ajudar e ajudamos os que enfrentam forme em outras partes do Brasil ou até em outros países. Geralmente nós somos convidados a ajudar o próximo que está internado numa casa de recuperação ou num hospital especializado e, na grande maioria das vezes, isso requer um tanto do nosso dinheiro. E, quando ajudamos, de fato estamos fazendo uma coisa muito boa.
Mas também é preciso lembrar que o nosso próximo está muito mais próximo, até mesmo em nossa própria comunidade. Pode ser uma pessoa que vemos com muita freqüência, alguém que nós ignoramos com freqüência, alguém com quem não queremos ser vistos ou alguém a quem tentamos evitar porque sabemos que vai nos custar tempo e dinheiro. Talvez o próximo que está precisando de nós neste momento esteja sentado ao nosso lado, ou à nossa frente, ou atrás de nós, muito mais próximo do que imaginamos. Com muita freqüência nós olhamos pessoas sofrendo em lugares distantes e nos comovemos com elas porque imaginamos que elas precisam de um próximo que as ajude, e negligenciamos aqueles que estão exatamente debaixo de nossos narizes.
Uma mulher estava a caminho de seu trabalho numa destas últimas manhã geladas que tivemos. Ela estava com muito frio quando viu um menino com os cabelos despenteados e uma xícara de café quente nas mãos. Era óbvio que ele havia comprado aquele café com o dinheiro que tinha ganho de alguém, foi o que pensou a mulher.
Ei, senhora, você quer um pouco de café quentinho? – perguntou o menino aproximando-se dela. Ela pensou em encontrar alguma forma de escapar dele, e disse: Você é muito generoso. Por que você está me oferecendo seu café? Há algo que eu possa dar em troca dele? E imediatamente desejou não ter dito isso, pois tinha aberto as portas para um inevitável pedido de dinheiro.
E o menino respondeu: A senhora pode me dar um abraço. E logo enrolou seus braços de forma muito apertada ao redor dela. A mulher ficou envergonhada e se sentiu intranqüila. Outras  pessoas que caminhavam pela rua olhavam curiosas. Ela se sentiu embaraçada, mas logo o embaraço deu lugar à compaixão e ela também abraçou o menino.
Nós não precisamos ir muito longe para encontrar pessoas que estão esperando por um pouco de calor humano – em nossa família, entre nossos parentes e amigos, entre nossos colegas de trabalho e até mesmo entre estranhos existem pessoas que precisam de um pouco de compaixão, generosidade e calor humano.
A história sobre o bom samaritano é, talvez, uma das que mais são usadas peã mensagens, estudos bíblicos, ensinadas na Escola Bíblica Infantil e contada muitas e muitas vezes. Eu mesmo já fiz isso muitas vezes. Mas ela é uma história que sempre nos mostra algo diferente, algo que ainda não havíamos visto antes. Muitas vezes eu não vi a dor, a necessidade, a lesão, porque sabia que se visse estas coisas, isso iria me tirar algo – talvez energia, dinheiro ou tempo (e tempo é o bem mais precioso hoje em dia).
Esta parábola bate duro na definição do tipo de próximo que nós devemos ser: próximo que ignora limites e marcas de pessoas separadas: próximo que não mede esforços em mostrar compaixão e amor; próximo que está disposto a ser bondoso, dando livremente o seu amor, ainda que ache que a outra pessoa não merece isso; próximo que está disposto a alcançar familiares, amigos, colegas e estranhos, realmente qualquer um, com um simples abraço, um abraço de compreensão, de compaixão, de perdão, de conforto.
Ser este tipo de próximo não é algo para que o cristão seja de vez em quando, mas é cristianismo de tempo integral. Jesus nos diz: vá você e faça o mesmo. Ele não nos diz: conversem sobre isso, mas apenas: faça!
E isso é difícil, realmente difícil. Todos nós sabemos como é complicado ser o tipo de bom samaritano que Jesus descreve nesta parábola. Ao invés de nos identificarmos com dos três personagens, talvez seja melhor que nós sejamos a vítima, meio morta, sangrando, chorando desesperadamente por ajuda. E nós realmente somos assim. Mas Jesus não passa por nós sem nos dar atenção. Ele está cheio de compaixão, cura nossas feridas e nos garante que sempre estará cuidando de nós – tal como o samaritano que deixou o ferido num hotel até que estivesse recuperado.
A verdade é que, se nossa vida eterna dependesse da maneira como nós cumprimos os mandamentos de Jesus sobre amar a Deus e aos outros, então, sem a menor sombra de dúvida, nós estaríamos condenados. A ordem de Jesus para que vamos e façamos tal como o bom samaritano, nos lembra o quanto nós precisamos que Jesus seja o nosso bom samaritano.
Ele tomou sobre si as nossas dores, entregou-se nas mãos dos inimigos e morreu na cruz. Ele é um verdadeiro próximo de cada um de nós, que cuida das feridas de nossos pecados e fracassos, especialmente do nosso fracasso em amar ao nosso próximo. Ele pagou o preço necessário para que nós entremos na felicidade da vida eterna. Ele é o nosso próximo, um próximo que não merecemos e que, apesar disso, nos ama e nos perdoa, ainda que sejamos seus inimigos. Jesus é, verdadeiramente, o nosso Bom Samaritano.
Uma vez que nós recebemos este amor que não conhece limites, o Espírito Santo nos anima a vivermos como pequenos Cristos às pessoas que estão ao nosso redor. Nós somos incentivados a entrar em ação agora mesmo. A cada instante Jesus nos diz outra vez: Vá você e faça o mesmo.
Em todo lugar nós encontramos pessoas que estão com suas vidas viradas ao avesso. Elas anseiam por alguém que seja um próximo, alguém que as ame, que ajude a sarar suas feridas. Quem será o próximo delas? Será que as dificuldades que elas enfrentam serão invertidas por alguma pessoa atenciosa? Esta pessoa será eu ou será você, meu irmão, minha irmã em Cristo?
Existem pessoas ao nosso redor que estão semi-mortas, caídas nas sarjetas. Alguns estão fisicamente meio mortos. Outros emocionalmente e outros ainda espiritualmente semi-mortos. Eles estão impotentes, não conseguem fazer qualquer coisa para se salvar. Deus nos dá amor e nos convida a sermos verdadeiramente o próximo destas pessoas. Então, vamos e façamos nós o mesmo que o Bom Samaritano. Amém.
(Você sabe quem é o autor desta mensagem? Informe-nos, por favor)

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