Introdução
Lembro-me de certa vez ter visto um quadro no qual aparecem Adão e Eva brincando com uma serpente e do lado deles, olhando sua brincadeira aparecem dum lado leões e do outro lado as onças assinstindo as suas brincadeiras.
Não sabemos se este episódio realmente tenha acontecido, mas muito bem retrata o que não era impossível de acontecer naquele tempo. Retrata a paz que o homem tinha, não só consigo mesmo, mas também com a sua esposa, e até mesmo com os animais e a própria natureza.
Mas muito bem sabemos que esta paz não durou por muito tempo. Em pouco tempo ela foi completamente perdida. E por isso, hoje, o que o ser humano mais procura é a paz.
I - A PAZ QUE O MUNDO OFERECE
(A) Tranqüilidade, sossego, calma, descanso, concórdia isso é o que o mundo entende com relação a este termo: PAZ. Todo o ser humano vive a procura de paz, a procura de sossego, de tranqüilidade, e tudo mais... porque está rodeado de perigos, violências, inseguranças, intranqüilidade, angústias e principalmente medo.
Exemplo disso foi o 11 de Setembro de 2001 a destruição das torres gêmeas e o ataque ao Pentágono, lá nos Estados Unidos, onde muitos morreram e muita coisa foi destruída.
Exemplo disso está sendo neste momento o Iraque, invadido pelos EUA com as tropas da coalisão, mas não conseguem estabelecer a paz, bem ao contrário, o que vemos é guerra.
Não é só no exterior que acontecem angústias. Aqui no Brasil, principalmente no Rio de Janeiro, o feriado de Páscoa ficou marcado pela violência nas favelas pelo domínio do tráfico. Dias depois o ministro dizendo que a federação está disposta a ajudar o Rio de Janeiro intervindo com tropas federais no estado e logo no outro dia o Garotinho respondendo com ironia que o estado não pode negar tão grande vontade da federação em ajudar o mesmo.
A violência e a insegurança também se notam no trânsito, que a cada ano bate recorde de acidentes e MORTES, rpincipalmente nos feriadões nos feriadões. Só no feriadão desta Páscoa foram 77 mortes que ocorreram nas estradas federais.
E mesmo aqui em Alta Floresta vivemos dias de angústia. Terça feira, perto do meio dia foi assassinada brutalmente a Dra Irene, saindo do seu escritório ao lado do Kinfuku. Assaltos são muito frequentes, roubos também não faltam, etc...
(B) No nosso texto, nós também encontramos angústias. Os onze discípulos e alguns simpatizantes, envolvidos por boatos e opiniões divergentes, estavam fechados, trancados, enclausurados com medo. Medo de que houvesse mais perseguição e morte. Angustiados... pois três dias antes seu mestre Jesus tinha sido escandalosamente crucificado. Quem sabe os discípulos não estavam até de consciência pesada, pois nada ou muito pouco tinham feito para modificar aquela execução. O que fizeram, foi dormir enquanto o mestre pedia que vigiassem. Fugiram enquanto Jesus era levado pelos soldados. Negaram quando foram questionados. Enfim, muita coisa tinham deixado de fazer. Mesmo com a notícia de que Jesus tinha ressuscitado, continuaram mergulhados na angústia, na desesperança, no medo, e, por isso, com falta de paz.
Era a mesma falta de paz que Adão e Eva tinham sentido logo após desobedecerem a vontade do Criador. Esconderam-se quando ouviram a voz do Senhor. A consciência pesada os afastava daquele que é santo e justo. A culpa e o medo das conseqüências os fazia trancarem-se em si mesmos.
(C) Na verdade a paz que o mundo oferece é uma FUGA MOMENTÂNEA da realidade, dos problemas, do medo, das angustias, da morte. Viajar para relaxar, escutar um som, se divertir à beça. Enfim, o lazer em geral, são exemplos de fugas momentâneas da realidade e dos problemas.
Nós vemos, em Gênesis, que o homem não foi criado para morrer e sim para viver. Mas com a entrada do pecado no mundo, por intermédio de Adão e Eva, o homem teve que pagar muito caro. O salário do pecado é a MORTE. E morte, aqui, nós podemos entender como a nossa falta de paz, angustias, medo, intranqüilidades que são, nada mais nada menos, conseqüências do pecado. Portanto, o motivo da falta de paz no mundo é um só: o pecado.
Nesta última semana, numa noite olhei um capítulo da novela da globo: A cor do Pecado. Eu me apavorei pela maldade dos personagens nesta novela. Me perguntei se é que o mundo está mesmo tão perdido asssim. E dei uma ordem ao meu filho: "Esta novela, não, meu filho!"
II - A PAZ QUE DEUS OFERECE
(A) No nosso texto está relatado que naquela situação de desespero, de angustias, de medo e de falta de paz; justamente naquela casa fechada e trancada, alguém entrou, sem saber de onde, e promoveu grandes mudanças. Jesus, aquele que foi rejeitado, humilhado e abandonado pelo povo e pelos seus discípulos apareceu no meio deles e disse: PAZ SEJA CONVOSCO.
Naquele momento, era muito mais que a bonita saudação que os judeus faziam por costume ao dizerem SHALOM (que você tenha paz, tranqüilidade, que você esteja bem). Jesus está novamente trazendo de volta a paz que havia sido perdida lá no Jardim do Éden. Não apenas uma paz psicológica no sentido de que não haja mais angústias, dúvidas, preocupações. Não apenas uma paz para que não haja conflitos armados e bélicos, explosões e atos terroristas. Não apenas paz para que a violência deixe de existir. Não é apenas paz como como um estar bem consigo mesmo, como uma simples energia positiva. É uma paz essencialmente espiritual que repercute necessariamente sobre os outros tipos de paz.
(B) O que Jesus faz não é apenas desejar que alguém tenha paz. Ele dá a PAZ. É Ele quem disse: "Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo. Não se turbe o vosso coração nem se atemorize".
Paulo diz aos romanos: "Justificados mediante a fé, temos paz com Deus, por meio de nosso Senhor Jesus Cristo" (Rm 5.1). A fé em Cristo nos dá a paz com Deus, restabelece nosso relacionamento com Deus, apaga a barreira que o pecado tinha criado, nos religa com Deus. Eis a essência da religião: Cristo que nos religa com Deus, que nos dá a paz com Deus. A Páscoa, como vitória do Filho de Deus sobre o pecado, a morte e o diabo, tiram aquilo que trazia ansiedade e angústia no coração humano. Agora a situação é diferente. Agora existe um novo relacionamento, uma nova aliança. A questão do afastamento do homem com Deus está resolvido. Jesus Cristo, com sua morte e ressurreição resolveu este problema. Por isso, ainda hoje nós podemos dizer: "o Senhor levante o seu rosto e te dê a PAZ."
III - E AGORA?
(A) Vamos ficar com essa paz só para nós? Vamos ser egoístas?
(B) Em At. 5.17-32 nós vemos aqueles mesmos discípulos que estavam com medo e trancados naquela casa, na Páscoa, numa atitude totalmente diferente depois da aparição de Jesus no meio deles. Mesmo com dificuldades internas que envolviam malandragem, corrupção e mentira a Deus, os discípulos encontram coragem, paz e forças para divulgarem aquilo do qual eles eram testemunhas oculares; a salvação em Jesus Cristo e a certeza da sua ressurreição. São presos, porém mais tarde o anjo do Senhor os livra e eles continuam a testemunhar sua fé. Não conseguiam deixar de falar das coisas que tinham visto e ouvido, apesar da ameaça de cadeia e morte, gerada pela inveja das autoridades religiosas. Mesmo assim, vão ao templo e publicamente afirmam que Jesus ressuscitou e por isso temos perdão dos pecados e vida eterna.
(C) E Cristo diz mais: "Recebei o Espírito Santo, se de alguns perdoardes os pecados, são-lhes perdoados; se lhos retiverdes, são retidos". Cristo não quer que a paz fique apenas para nós. Cristo espera que nós levemos sua paz adiante. E, nós conseguimos fazer isto, levando o perdão. Sim, se o problema da falta da paz é o pecado, então, quando a questão do pecado for resolvida, então a paz voltará a reinar. Portanto, nós propagamos a paz recebendo o perdão e perdoando as pessoas com as quais convivemos.
Sigamos esse exemplo dos discípulos de Jesus, sem medo. Pois o Espírito Santo está do nosso lado, nos capacitando para sermos testemunhas no mundo.
Que o Senhor te abençoe e te guarde. Que o Senhor faça resplandecer o Seu rosto sobre ti e tenha misericórdia de ti. Que o Senhor sobre ti levante o seu rosto e te dê a PAZ. Amém.
(adaptação feita por Rev. Milton Buss Leitzke a partir duma mensagem do Rev. Paulo Blum - 2004)
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