Notas Introdutórias
Na vida corrida, ocupada, de um pastor, sempre existe a tentação de oferecer aos ouvintes uma interpretação muito pobre do texto bíblico, uma vez que a preparação de um bom sermão requer muito tempo (no seminário aprendi que para cada minuto de pregação são necessários vinte de preparo/estudo). Esta tentação pode se tornar uma realidade nesta perícope. A pergunta explorada aqui é esta: Quais são as riquezas pelas quais devemos lutar. A primeira metade do texto nos dá a sempre-presente e errada conclusão de que a riqueza material são o principal prêmio aos que crêem (vv. 6-10). Há lucro (literalmente bom negócio), mas o Cristo crucificado e ressurreto, como também a vida que nele temos (v. 11), é, realmente, o bom negócio. Hoje, tal como nos tempos apostólicos, dizem alguns que a ressurreição é coisa antiga, ou seja, que mais vale um pássaro na mão que dois voando, é o principal objeto da esperança cristã (ex. a teologia da prosperidade), mas nós lutamos pelo que é mais importante sobre tudo. É nisto que deve estar a nossa ênfase (vv. 11-16)
Esboço do Sermão
1) A batalha perdedora.
a) O pecador é incapaz de empreender a batalha por si mesmo.
i) Nosso maior inimigo é nossa própria carne; ela é o sol no qual todo tipo de semente ruim germina (v. 10)
ii) Em nossa culpabilidade nós somos como prisioneiros de guerra; somos impotentes diante do Acusador e de nossa própria opinio legis (a idéia de recompensas e castigos)
iii) Nós não conseguimos ver o prêmio a ser ganho; só almejamos o que os olhos podem ver (Ec 5.11), mas que não satisfaz (Is 55.2)
2) Cristo, o Vencedor
a) Cristo, sozinho, enfrentou todos os nossos inimigos.
i) Ele é o corajoso guerreiro contra Edon (Is 63).
ii) Ele é a testemunha fiel que faz a boa confissão em nosso favor (Hb 2.10-18; Ap 1.5).
b) Pela sua morte e ressurreição, Cristo obteve a eterna vitória sobre o pecado e a morte.
3) A boa batalha
a) A vitória já está garantida.
i) Nós sabemos o que Cristo fez pelo seu lutar por nós.
ii) Nós temos a certeza de uma vida que já nos foi dada.
iii) Nós lutamos pela fé que compreende o trabalho gracioso de Cristo em nosso favor.
b) Cristo continua lutando por nós.
i) Ele nos dá a armadura da salvação (Ef 6.10-17)
ii) Ele nos dá a arma que precisamos, a Palavra de Deus.
iii) Os recursos de nosso poderoso Senhor são ilimitados (1 Tm 6.15-16)
O apóstolo Paulo seguiu o seu próprio conselho e ganhou a coroa da vida eterna (2 Tm 4.7). Nós vemos o aspecto de já, mas ainda não da vitória de Cristo ao comparar as duas cartas de Paulo a Timóteo. Paulo amou a epifania (manifestação) de Cristo (sua segunda vinda – 1 Tm 6.14).
BOLLHAGEN, James, in Lectionary Preaching Resources – Series C, St. Louis, CPH, 1986, p. 242-243
Rev. Éder Carlos Wehrholdt, Campo Largo, outubro de 2004, traduziu e adaptou
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