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quinta-feira, 5 de junho de 2008

Mt 9.36 - A Compaixão Divina

Mt 9.36 – A COMPAIXÃO DIVINA

 Quando Jesus viu a multidão de pessoas teve compaixão delas. A palavra que se usa no original grego para descrever o sentimento de Jesus (splagchniszais) é a palavra mais forte que o grego possui para expressar a piedade que alguém pode experimentar por outro ser humano. Deriva-Se do substantivo (splagchna) que significa entranhas; é uma compaixão do íntimo, o qual descreve esse tipo de piedade que nos comove até o mais profundo de nosso ser. Nos Evangelhos essa palavra somente foi empregada, com exceção de algumas parábolas, com referencia a Jesus (Mt 9.36; 14.14; 15.32; 20.34; Mc 1.41; Lc 7.13). Quando estudamos estas passagens podemos dar-nos conta de quais eram as coisas que mais comoviam Jesus.

1- Experimentava uma compaixão no íntimo pela dor, o sofrimento dos homens. Experimentava piedade pelos enfermos (Mt 14.14); pelos cegos (Mt 20.34); pelos que eram vítimas da possessão demoníaca (Mc 9.22). Jesus aflige-se por todas nossas aflições.  Não podia ver alguém sofrendo sem anelar aliviar seu sofrimento.
2- Experimentava compaixão pelos entristecidos do mundo. Ao ver a viúva de Naim, que seguia  o cortejo fúnebre de seu filho, comoveu seu coração (Lc 7.13). Enchia-Lhe por completo de desejo de secar as lagrimas de todos os olhos.
3- A fome do mundo lhe comovia. A presença ao seu redor de uma multidão faminta e cansada constituía por si mesma, um chamado a empregar seu poder (Mt 15.32). Nenhum cristão pode estar satisfeito tendo muito enquanto ao seu redor tenha aqueles que têm pouco ou nada.
4- O espetáculo da solidão dos homens lhe inspirava piedade. O leproso, que tinha proibida a companhia de seus semelhantes e que vivia na mais absoluta solidão e abandono, evocavam tanto sua compaixão como seu poder (Mc 1.41).
5- O comovia a confusão das pessoas. É isso, precisamente o que inspirou piedade em Jesus nesta ocasião. Os escribas e os fariseus, os sacerdotes e os saduceus, pilares da religião ortodoxa se seu tempo, não tinha nada que oferecer. Os mestres da religião tradicional não eram capazes de dar orientações nem consolo nem força para viver.

As palavras que se utiliza nesta passagem para descrever a condição do povo são de caráter vivido. As palavras que em nossas Bíblias se traduz 'desamparadas' é eskulmenvi. Em grego pode designar um cadáver que é vitima das aves de rapina. Significa que o povo é esquilmado (esgotado) por homens maus, que humilham àqueles que carecem de piedade, tratando com insolência gratuita. Também pode usar-se de quem está totalmente esgotado por uma viagem que parece não ter fim. A palavra que se traduz 'dispersas' no original grego é errimenvi, que significa estar prostrado. Pode descrever tanto ao que está prostrado por haver bebido demasiadamente como ao que está prostrado, depois de uma luta, por haver sido ferido brutalmente.  

Os dirigentes religiosos do judaísmo daqueles dias, ao invés de dar força às massas do povo para viver, as desorientavam com suas sutilezas interpretativas da lei, que não serviam nem para ajudar a viver nem para reconfortar o sofredor. Quando deviam proporcionar aos homens uma fé que os ajudasse a manter-se erguidos, os carregavam e submetiam ao jugo insuportável da lei, tal como a interpretação dos escribas. Ofereciam aos homens uma religião que era uma carga ao invés de um apoio. Sempre devemos lembrar que a religião cristã não existe para desanimar e sim para estimular; não para esmagar os homens com cargas, e sim para elevá-los, como com azas.

Rev. Cildo Miro Schmidt

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