ESPIRITISMO
I – HISTÓRICO
Práticas espíritas diversas e tentativas de comunicação com os mortos podem ser encontradas desde a mais remota antigüidade entre os povos bárbaros do continente europeu, asiático, entre os povos selvagens do interior do continente africano (que durante a escravatura trouxeram para a América o chamado "baixo espiritismo" do qual fazem parte a umbanda, quimbanda e candomblé)e entre os indígenas que habitavam todo o continente americano.
Mas na modernidade o espiritismo teve seu nascimento em Hydesville, no condado de Wayne, EUA, quando Katherine e Margaretta Fox tentaram se comunicar com as supostas entidades espirituais que faziam barulho em sua casa. Logo, foram ouvidas notícias de eventos semelhantes por toda parte. Estas notícias chamaram a atenção de um francês, cujo nome era Léon Hippolyte Denizrd Rivail (1804-1869), que chamou a si mesmo de Allan Kardec (considerando-se a reencarnação do mesmo) e tornou-se um dos primeiros e principais sistematizadores da doutrina espírita moderna.
No Brasil surgem notícias sobre uma grande fogueira dos livros de Kardec, feita pelo arcebispo de Madri, na Espanha. Jornais brasileiros publicam a partir de 1853 notícias sobre sessões espíritas e fenômenos paranormais. O espiritismo torna-se assunto em pauta na classe média e alta da sociedade brasileira. Em 17 de Setembro de 1865 surge em Salvador, na Bahia, o primeiro Grupo Familiar do Espiritismo.
II – A SITUAÇÃO DO ESPIRITISMO NO BRASIL
O espiritismo tem crescido sobremaneira no Brasil. Calcula-se que cerca de 60% da população brasileira têm ou já tiveram alguma ligação com o espiritismo. Muitos que se intitulam católicos freqüentam periodicamente os centros espíritas. É aberto a todas as religiões e pessoas que querem consultar os que já morreram, esperando ouvir alguma mensagem do falecido.
III – PRINCIPAIS ENSINOS
Os espíritas, que também se julgam cristãos, pretendem basear seus argumentos na passagem bíblica de 1 Samuel 28.1-25, onde fala que o rei Saul consultou a médium de En-Dor.
Mas é bom vermos o que Deus diz em Sua Santa Palavra sobre isto. É bom vermos o que aconteceu com o rei Saul depois disto. Para isto queremos ver os seguintes versículos bíblicos: Dt 18.9-14; Is 8.19; 1 Cr 10.13.
A partir disso vemos que os espíritas ensinam a reencarnação e a comunicação com os mortos.
Vimos a pouco que os espíritas também se julgam cristãos, mas negam as doutrinas do cristianismo, tais como a Bíblia, a Trindade, a Divindade de Jesus, o Pecado Original, a Obra Salvadora de Jesus, o Perdão Divino, Céu e Inferno, Satanás e os Demônios...
IV – AVALIAÇÃO DOS ENSINOS COM BASE EM TEXTO BÍBLICOS
1. O Espiritismo nega a Bíblia: A doutrina espírita diz que a Bíblia é fruto do pensamento humano, cheia de contradições e que não pode dar nenhuma orientação ou prova sobre alguma coisa, por isso que a base de nosso ensino é o que os espíritos nos dizem, daí o nosso nome – Espiritismo.
A Bíblia diz: 2 Tm 3.16-17; 1 Ts 2.13; 2 Pe 1.21; Dt 4.2; Jr 30.2.
2. O Espiritismo nega a Trindade: A doutrina espírita diz que não existe Deus, mas sim um ser superior que criou todas as coisas e as governa. A doutrina espírita diz que Jesus não é Deus, mas um simples homem com um espírito evoluído e perfeito. A doutrina espírita nega que o Espírito Santo é Deus, mas que Ele é o conjunto de todos os espíritos bons, aperfeiçoados e puros.
A Bíblia diz: O Pai é Verdadeiro Deus. Jo 17.3; Jo 3.16; Gl 4.4. Jesus é Verdadeiro Deus e Verdadeiro Homem. Jo 3.16; Hb 13.8; Mt 28.18; Jo 2.1-11; Mt 9.1-8; Lc 8.22-25; Jo 11.38-44; 1Tm 2.5; Lc 24.39; Mt 26.38; Mc 4.38; Mt 4.2; Jo 11.35. O Espírito Santo é Verdadeiro Deus. At 5.3,4; Jo 20.22; 1 Co 2.10. Algumas passagens que se referem a Trindade na Bíblia: Gn 1.1-3,26; Gn 3.22; Gn 11.7; Is 42.1; Mt 3.16,17; Mt 28.18-20; Jo 15.26.
3. O Espiritismo nega o Pecado Original, a Obra Salvadora de Jesus e o Perdão Divino: A doutrina espírita diz que nunca houve uma queda em pecado. Todo mal cometido e realizado é uma dívida contraída numa encarnação anterior que deverá ser paga nesta encarnação ou na seguinte. E a salvação não se obtém pela graça nem pelo sangue derramado por Jesus, mas a salvação é ponto de esforço individual que cada um deve empregar na medida de suas forças. E nesta mesma linha de pensamento entra o perdão divino. A pessoa precisa conquistar o perdão através de obras de caridade, para na próxima encarnação ser uma pessoa boa.
A Bíblia diz: Gn 8.21; Sl 51.5; Rm 5.19; Rm 7.18,23; Ef 2.3; Tg 1.14,15. Êx 15.2; Jl 2.32; Mq 7.7; At 4.12; Jo 3.16; 1 Jo 4.10; Ef 1.7; 1 Jo 1.7; At 16.31; Jo 11.25,26. Ef 4.32; Mc 2.5.
4. O Espiritismo nega o Céu e o Inferno: A doutrina espírita diz que o céu é o mundo dos espíritos. E o inferno, segundo eles, é aqui e agora. Daí vem a expressão: "Aqui se faz; aqui se paga." Eles dizem que "se há um Deus capaz de condenar uma de suas criaturas a sofrer eternos horrores por uma falta momentânea, cometida contra quem for, então Deus está muito abaixo das solas dos nossos sapatos. Nós nos julgamos, por isso, muito superiores a um tal Deus."
A Bíblia diz: O Céu. Jo 14.2; Ap 7.13-17; 1 Pe 1.4. O Inferno. Sl 9.17; Mt 10.28; Mt 25.41,46; Mc 9.43-48; Lc 12.5.
5. O Espiritismo nega Satanás e os Demônios: A doutrina espírita nega a Satanás e os demônios, dizendo que eles são habitantes do mundo dos espíritos, sendo espíritos desencarnados que estão em evolução, melhorando-se a cada encarnação e a cada boa ação que fizerem.
A Bíblia diz: Lc 4.33-36; Jo 8.44; Lc 4.6-8; 1 Pe 5.8,9.
V – CONCLUSÃO
O que concluímos deste estudo?
1. O espiritismo não é uma religião cristã, como eles querem se denominar, mas um legítimo exemplo crasso do mais primitivo paganismo.
2. Que a reencarnação está em oposição a doutrina bíblica da morte, juízo, ressurreição, condenação e salvação. A Bíblia estabelece que o destino eterno do homem é decidido por Deus no momento de sua morte, quando a alma entra em julgamento divino para ouvir a sentença: ou vida eterna, ou morte eterna. O Juízo Final apenas confirmará a sentença. Conferir Hb 9.27; Pv 11.7; Lc 23.43; At 17.31; Mt 10.22; Jo 3.18.
3. Não havendo nenhum retorno após a morte, não pode haver comunicação entre mortos e vivos, conferir Lc 16.19-31. Portanto, os que tem contato com os pretensos espíritos, por meio de culto, "trabalho" ou consulta, na realidade se comunicam com os espíritos malignos, os demônios. Moisés repreende o seu povo por ter imitado tais práticas pagãs dizendo: "Sacrifícios ofereceram aos demônios, não a Deus; a deuses que não conheceram, novos deuses que vieram há pouco..." Dt 32.17. Conferir ainda Lv 19.31; Dt 18.9-14; 1 Cr 10.13; Is 8.19,20.
VI – FONTES PESQUISADAS
ENCICLOPÉDIA HISTÓRICO-TEOLÓGICA DA IGREJA CRISTÃ. Ed. Walter A. Elwell. Volume II, págs. 49-50.
GOERL, Otto. Provai os Espíritos. Concórdia Editora Ltda. 1996.
JANNER, Alexandre A. O Espiritismo Kardecista. (Trabalho apresentado na disciplina de Denominações Religiosas no Brasil na Faculdade de Teologia do Seminário Concórdia de São Leopoldo em 1999).
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