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quarta-feira, 4 de junho de 2008

Mt 9.35-10.4 - A missão da Igreja (Sermão)

A missão da Igreja. (Mateus 9.35-10.4. )

Introdução

     O presente texto dirige nossa atenção sobre a missão da Igreja. Isto interessa a todos nós. A missão é o principal trabalho de cada comunidade cristã.

     É importante, de tempos em tempos, rever nossa ação missionária, sim todo o nosso trabalho missionário.

     O presente texto destaca alguns elementos fundamentais: a compaixão de Cristo, a ordem dada aos apóstolos de pregar e o resultado do trabalho.

1. Compaixão

    Jesus estava pregando já há um ano em Israel. Visitou muitas cidades. Falou com muitos e ouviu o povo. Seu coração se comoveu diante da miséria espiritual do povo de Deus. Ele expressou isso da seguinte forma: O povo está faminto e exausto. Um quadro muito parecido de nossos dias.

    Nós nos denominamos um povo cristão, uma civilização cristã. Milhares de Bíblias são vendidas ao povo. Mas, são lidas? São compreendidas? Ouvimos sobre muitas interrogações, muitas duvidas, muitos estão desnorteados diante de tudo o que ouvem.

     O tempo em que a alegria das pessoas estava na família, no trabalho e na igreja, parece que passou.  Hoje se quer tempo para o lazer e no lazer diversão com muitas novidades, com sensações cada vez mais excitantes e desafiadoras.

     Algumas religiões se lançaram a satisfazer tais desejos, prometem felicidade, prosperidade, basta a pessoa querer, se consagrar, crer e ofertar como sinal de sua fé, o que não é outra coisa do que a religião do: Faça-o você mesmo. Em outras palavras, a religião das obras da lei, que cansam e afadigam o povo, deixando o exausto. Os cultos são enfeitados e se tornam um momento de recreação. As pessoas correm de uma igreja para a outra, quando ouvem: Ali há um pregador com uma oração ainda mais poderosa e um culto mais sentimental e envolvente.

    Jesus vendo este quadro, se entristeceu. Teve compaixão. Seu coração se moveu no seu íntimo e disse: São como ovelhas sem pastor.

     Nossos olhos já se abriram para isto, de que toda a pessoa que não se arrepende de seus pecados e confia na graça de Cristo está rumando para a perdição, a eterna condenação? Olhamos assim para nossos parentes, amigos e conhecidos. Será que isto nos move à profunda compaixão para com tais pessoas para lhes anunciar a palavra de Deus? 

2. A seara na verdade está branca – Provavelmente Jesus disse isto na época em que a seara estava madura. Trigais ondulando num ouro maravilhoso, prontos para serem colhidos. Tempo de colheita é tempo de muito trabalho e muita alegria. Mas Jesus não se referiu aos trigais, mas às almas sedentas pelo evangelho. E como a seara madura é visível, a sede das almas também o era. Multidões afluíam para as pregações e ensinamentos de Jesus.

    Jesus acrescentou: Mas os trabalhadores são poucos. Mesmo assim não enviou logo seus discípulos ao campo. Eles precisam ser treinados. Por isso lhes diz:

3. Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande trabalhadores para sua seara.

     A missão é de Deus. Ele prepara e envia trabalhadores. Quando o amor de Deus penetra no coração, ele não somente leva ao arrependimento e a confiança na graça de Deus, não infunde somente paz ao coração e o enche a vida de alegria e de esperança da vida eterna, mas enche o coração também de compaixão para com o próximo. O Espírito Santo nos faz ver a miséria do próximo. Disto brota a oração a Deus, pedindo obreiros, pedindo sabedoria, dizendo: Envia-me a mim.

    Um pastor ao visitar seus membros, costumava perguntar a família sobre seus hábitos devocionais no lar. Então convidava para a devoção. No final da mesma pedia: Vocês têm uma lista de oração? A resposta era, normalmente, não. Isto lhe dava ocasião para falar da oração e da necessidade das diversas pessoas nos mais diferentes campos da vida humana, como por exemplo: família, missão da igreja, cristãos perseguição no mundo por causa da fé, a pátria, etc. Quão importante é a ordem de Jesus: Rogai ao Senhor da seara que mande trabalhadores.

4. Deu-lhes autoridade. Então Jesus os enviou, dando-lhes autoridade. Havia muitas cidades menores que Jesus não conseguiu visitar, a estas cidades os discípulos deveriam ir. Isto servia tanto para treiná-los para sua missão futura, como para a missão do momento. No reino de Deus, todos os cristãos são sacerdotes reais com o direito de lerem a Bíblia, falarem com Deus pela oração, testemunharem do amor de Deus. Mas a pregação pública é reservada aos pastores, aos que receberam autorização para tanto, pelo chamado de uma comunidade, que em conseqüência do seu chamado ou comissionamento foram ordenados e instalados no seu cargo. A eles cabe o direito de exercerem o santo ministério. Eles devem dedicar-se ao estudo e à oração, à pregação pública da palavra de Deus e à administração dos sacramentos. Por que o reino de Deus não é edificado por forças humanas, mas pelo poder de Deus. Deus Espírito Santo age por Palavra e sacramentos, quando e onde lhe aprouver, para levar ao arrependimento e à fé e conservar nesta fé.

    A estas pessoas Deus concede dons especiais. Para esta missão especial de seus discípulos, Jesus lhes concedeu dons e autoridade especial sobre espíritos imundos para expeli-los, para curar toda sorte de doenças e enfermidades. Não quando e como queremos, mas quando Deus o julgava por bem. O evangelho de Marcos relata sobre a missão que receberam no dia da ascensão de Jesus e diz o seguinte: Estes sinais hão de acompanhar aqueles que crêem. (Mc 16.17) Este acompanhar, até quando e onde Deus o determinar. Isto é confirmado pelo livro de Atos dos Apóstolos. Sua pregação consistia: Arrependei-vos porque está próximo o reino de Deus.

5. Quem for digno, ali ficai. Isto é, quem aceitar a fé, e pela fé se tornar filho de Deus e for fiel, ali ficai. Estas pessoas vos receberão e terão o máximo prazer em colaborar. São as pessoas que sustentam a missão de Deus também em nossos dias.

6. Esta mensagem é resistível. Vemos isto muitas vezes através de todo o livro de Atos dos Apóstolos. Esta verdade é espelhado também nas cartas dos apóstolos e testemunhado pela história da Igreja cristã e uma realidade também em nossos dias. Isto no entanto, não nos deve desanimar no trabalho. A nós cabe permanecer apegados à palavra de Deus, orar sem cessar e testemunhar corajosamente.

     Que Deus em sua graça conceda trabalhadores à sua vinha, lhes conceda o dom da fé, sabedoria, e coragem e abençoe o trabalho. Amém.

São Leopoldo, 03/06/2008

Horst R. Kuchenbecker

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