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quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Gratidão

       Era uma vez um homem que não tinha nada. Deus olhou para ele e lhe deu dez bananas. Deu-lhe três bananas para que ele se alimentasse. Deu-lhe três bananas para que ele trocasse por uma casa. Deu-lhe três bananas para que ele adquerisse vestuário. E deu-lhe uma banana para que tivesse alguma coisa para mostrar a sua gratidão a Deus.
      O homem fez conforme Deus lhe ordenou. Comeu as três bananas que era para comer. Foi lá e trocou três bananas por uma moradia. Usou as outras três bananas para comprar roupa.
       Foi então que ele olhou para aquela que seria a décima banana. Olhou-a demoradamente. Logo começou a achar que aquela banana era diferente.
      Era mais encorpada, mais brilhante, mais bonita. Ele se lembrou que tinha recebido esta banana para que tivesse alguma coisa com que agradecer a Deus pelas outras nove bananas recebidas. Mas, ela lhe parecia tão apetitosa.
       Finalmente chegou a conclusão de que Deus não precisava daquela banana. Afinal, não era ele o dono de todas as bananas do mundo? Foi então que ele comeu a décima banana e devolveu para Deus o que sobrou: a casca!
       Esta história, meio engraçada, nos mostra duas grandes verdades. Primeiro: tudo é de Deus. Segundo: Deus espera que sejamos agradecidos a ele por tudo o que nos tem dado.
       Deus criou todas as coisas que há no mundo e colocou tudo a nossa disposição, para o nosso sustento. No Salmo 24 lemos: “Ao Senhor pertence a terra e tudo o que nele se contém: o mundo e tudo o que nele habita”. E através do profeta Ageu Deus nos diz: “Minha é a prata, meu é o ouro, diz o Senhor dos Exércitos”.
       Lutero, no Primeiro Artigo do Credo Apostólico nos explica muito bem o que isso quer dizer: “Creio que Deus me criou a mim e a todas as criaturas; me deu corpo e alma, olhos, ouvidos, razão e todos os sentidos. Me dá vestes, calçados, comida, bebida, casa, lar, esposa e filhos, campos, gado e todos os bens. E ainda nos sustenta”.
       Deus faz tudo isso não porque nós o merecemos, mas por causa da sua paterna bondade e divina misericórdia. Ele espera apenas que sejamos agradecidos a ele por tudo o que nos tem dado e que lhe devolvamos uma parte daquilo que ele nos deu, como gratidão por tudo o que ele nos tem dado. Diz ele em Deuteronômio 8: “Guarda-te, não te esqueças do Senhor teu Deus para não acontecer que, depois de haveres edificado casas e morado nelas; depois de multiplicarem os teus bens, e se aumentar a tua prata e o teu ouro, e ser abundante tudo quanto tens, se eleve o teu coração e te esqueças do Senhor teu Deus. Porque é ele que te dá forças para adquirires riquezas”.
       Jesus conta a história de um homem que fez uma grande roçada. Como o ano foi de fartura, colheu muito mais do que esperava. Ele construiu um grande armazém e guardou tudo o que colheu. E o homem então, em vez de agradecer a Deus, ele o ignora. Deita-se na poltrona e diz: “Agora sou um homem feliz. Tenho tudo o que necessito e não preciso me preocupar com mais nada”. Mas Deus lhe diz: “Seu louco, esta noite pedirão a tua alma. O que tens preparado, para quem será?” E Jesus conclui dizendo: “Assim é o que entesoura para si mesmo e não é rico para com Deus”.
       Certa vez Jesus curou dez leprosos. Nove foram para casa sem dizer nada a Jesus. Um apenas voltou para agradecer a Deus. E Jesus então pergunta: “Não eram dez os que foram curados? Onde estão os outros nove?”
       Hoje o mundo não é menos ingrato. A porcentagem dos que reconhecem as bênçãos de Deus e o agradecem é a mesma dos tempos de Jesus. A grande maioria das pessoas não quer saber de Deus, não o agradecem pelas bênçãos recebidas.
       Por isso Deus, ao abençoar o homem com bens materiais, tais como dinheiro, propriedade e riqueza, o adverte, dizendo: “Guarda-te para não acontecer que, depois de multiplicarem os teus bens... te esqueças do Senhor teu Deus”.
       Porém, o filho de Deus não age assim. O cristão reconhece que tudo o que ele tem vem de Deus. Por isso, em lugar de se esquecer de Deus, ele o agradece.
       O cristão sabe que para conseguir as coisas ele precisa trabalhar. Mas ele também sabe que “se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam”.
       O cristão sabe que não adianta ter muito estudo, riqueza e bens, pois se Deus não der saúde e uma mente sadia, tudo isso para ele não tem sentido.
       O cristão não apenas sabe e reconhece que tudo vem de Deus e de que depende da sua bênção. O cristão também agradece a Deus por tudo o que Deus faz por ele, pelas bênçãos recebidas.
       O cristão agradece a Deus pelas bênçãos materiais, como: comida, bebida, casa, lar, esposa e filhos, campos, gado e todos os bens.
       Mas o cristão agradece a Deus especialmente pela salvação que ele nos preparou através da morte do seu Filho Jesus. Ele agradece a Deus por ter amado o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crer, não pereça, mas tenha a vida eterna.
       O cristão agradece a Deus nas suas orações, quando louva a Deus pelas suas bênçãos.
       O cristão agradece a Deus na sua vida, quando procura fazer a sua vontade.
       O cristão agradece a Deus nas suas ofertas, quando lhe devolve uma parte do que recebeu.
       O cristão agradece a Deus especialmente nos fins de semana, na hora do culto, quando vai a igreja. Na hora do culto o cristão se volta agradecido a Deus, ouve com atenção o que ele tem a dizer e abre a sua boca até no canto para lhe agradecer pelas muitas bênçãos recebidas.
       Nessa hora ele não consegue ficar em casa, ele tem que ir a igreja. Lá ele derrama o seu coração em agradecimento a Deus, como vocês estão fazendo hoje neste culto de Ação de Graças.
       Lá na igreja ele usa a sua voz e canta, com os demais fiéis: “Louva ao Senhor potentíssimo, rei das alturas. Canta minha alma, jubila com todas as criaturas. Vinde, exultai, harpas, saltérios tocai. Gratos por tantas venturas”.
       Lá na igreja ele ora agradecido: “Bendize ó minha alma ao Senhor, e não te esqueças de nem um só dos teus benefícios”.
       Lá na igreja ele exclama como o salmista: “Como é bom e agradável viveram unidos os irmãos”.
       Ou não é assim com você, meu irmão e minha irmã, que na hora do culto você tem que ir a igreja para louvar a Deus pelas bênçãos recebidas?
       Que Deus nos abençoe, dando-nos corações agradecidos. Em nome de Jesus. Amém.


Rev. Lindolfo Pieper  - Jaru, RO – Brasil


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