Introdução: Todas as religiões falam da vida após a morte. Esse assunto é objeto de discussão, estudo e especulação. Um exemplo disso é que hoje, novembro de 2006, todas as três novelas veiculadas pela Rede Globo exploram esse assunto: A novela das 6 (O Profeta – Marcos, desde cedo manifesta o dom da clarividência, conseguiu prever a morte do irmão, mas não evitá-la. Tem a capacidade de fazer profecias), A novela das 7 (Cobras e Lagartos – o Omar aparece para o Foguinho) e a novela das 8 (Páginas da Vida – Nanda aparece para os filhos). Qual é a verdade sobre esse assunto?
a) O que é a morte?
A morte não é a destruição total ou a nihilização do ser humano. Mas é a privação da vida física, causada pela separação entre o corpo e alma.
Ec 12.7: “O pó volte à terra, como o era, e o espírito volte a Deus, que o deu.”
b) Qual a causa da morte?
Deus criou o ser humano para que vivesse para sempre. Mas, com a desobediência, Adão e Eva incluíram a morte na história das suas vidas. Por causa do pecado, todos estão sujeitos a morte.
Gn 2.17 “Mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás.”
Rm 6.23 “Porque o salário do pecado é a morte,”
Deus termina a vida dos seres humanos de várias maneiras: enfermidade, velhice, acidente, guerra, violência, etc... Em Belém foram mortas muitas criancinhas (Mt 2.16); Simeão faleceu muito velho (Lc 2.25-29). Seja qual for a causa da morte física, todos os seres humanos morrem por causa do seu pecado.
Sl 90. 7-10 “Pois somos consumidos pela tua ira e pelo teu furor, conturbados. Diante de ti puseste as nossas iniqüidades e, sob a luz do teu rosto, os nossos pecados ocultos. Pois todos os nossos dias se passam na tua ira; acabam-se os nossos anos como um breve pensamento. Os dias da nossa vida sobem a setenta anos ou, em havendo vigor, a oitenta; neste caso, o melhor deles é canseira e enfado, porque tudo passa rapidamente, e nós voamos”.
c) A morte é universal
Nenhuma pessoa, de sã consciência, nega o fato da morte. É situação trágica. O ser humano quer viver, faz de tudo pra evitar a morte, mas finalmente deve morrer. Vejamos o que a Bíblia nos diz:
Hb 9.27 “E, assim como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo”.
Ec 3.1,2 “Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do céu: há tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou”.
Ec 9.12 “Pois o homem não sabe a sua hora”.
Rm 5. 12 “Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram”.
Os cristãos carregam em suas vidas as conseqüências externas do pecado, tais como as outras pessoas, por isso também sofrem a morte física. Mas, há enorme diferença entre a morte do cristão e a do não cristão. Para o cristão a morte não é castigo, mas o passar desta vida para a vida eterna incomparavelmente mais feliz, uma mudança para melhor. Por isso, o cristão, pela fé, morre em paz (Lc 2.29: “Senhor, agora despedes em paz...”)
Os que estiverem vivos por ocasião da volta de Jesus não morrerão, mas serão transformados.
1 Co 51 “Eis que vos digo um mistério: nem todos dormiremos, mas transformados seremos todos, num momento, num abrir e fechar de olhos, ao ressoar da última trombeta. A trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados”.
1 Ts 4.16 “Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor”.
d) A morte não é o fim de tudo
Aprendemos na Bíblia que a morte física não é o fim de tudo. Falando do Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó, Jesus disse aos saduceus: “Ora, Deus não é Deus de mortos, e, sim, de vivos; porque para ele todos vivem” (Lc 20.38). Quando Abraão, Isaque e Jacó morreram, eles deixaram de existir fisicamente, com seus corpos, que foram sepultados; mas, continuam a viver como pessoas distintas, na eternidade, tanto que Jesus lhes chama pelo nome.
e) A existência continuada
O corpo material volta à terra. Pó ao pó (Gn 3.19; ec 3.20). Nesse estado, continua até a volta de Cristo para o juízo final (Jó 19.25-27: “Porque eu sei que o meu Redentor vive e por fim se levantará sobre a terra. Depois, revestido este meu corpo da minha pele, em minha carne verei a Deus. Vê-lo-ei por mim mesmo, os meus olhos o verão, e não outros; de saudade me desfalece o coração dentro de mim”; João 11.24: “Eu sei, replicou Marta, que ele há de ressurgir na ressurreição, no último dia”.). Sem o corpo, a alma não se dissolve, não desaparece, nem é absorvida pela essência de Deus, tornando-se parte dele. Sendo espírito criado por Deus, dotada de imortalidade, a alma continua a existir como entidade pessoal distinta. Vejamos alguns exemplos: O malfeitor pendurado ao lado direito de Jesus. A ele, Jesus disse: “Hoje estarás comigo no paraíso” (Lc 23.43). A história do Rico e Lázaro mostra que a identidade pessoal não é destruída (Lc 16.22,23). O apóstolo Paulo deseja estar com Cristo (Fp 1.23). Essa existência separada continua até que a alma volte a ser unida com o corpo no último dia (Jo 5.28,29: “Não vos maravilheis disto, porque vem a hora em que todos os que se acham nos túmulos ouvirão a sua voz e sairão: os que tiverem feito o bem, para a ressurreição da vida; e os que tiverem praticado o mal, para a ressurreição do juízo”).
f) Onde estão as almas?
No momento da morte, as almas daqueles que creram em Jesus Cristo como seu salvador entram na alegria do céu. Jesus disse ao malfeitor: “Hoje estarás comigo no paraíso” (Lc 23.43). Estevão disse na hora da morte: “Senhor Jesus, recebe o meu espírito” (At 7.59). Todo aquele que morre no Senhor é bem-aventurado “desde agora” (Ap 14.13).
Os espíritos dos incrédulos também vão para o seu destino horrendo: Eles estão “em prisão” (1 Pe 3.19,20). Judas foi para “o seu próprio lugar” (At 1.25). A parábola do Rico e Lázaro ensina que, o ímpio, depois da morte, está em tormento (LC 16.23). As almas permanecem no céu ou no inferno até o dia do juízo, quando serão reunidas com seus corpos. Os crentes verão em sua carne a Deus (Jó 19.25) e os incrédulos irão de corpo e alma ao tormento eterno (Mt 10.28: “Não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei, antes, aquele que pode fazer perecer no inferno tanto a alma como o corpo”).
g) Não há comunicação entre vivos e mortos
ð Os mortos não nos conhecem: Is 63.16; Ec 9.5
Is 63.16: “Mas tu és nosso Pai, ainda que Abraão não nos conhece, e Israel não nos reconhece; tu, ó SENHOR, és nosso Pai; nosso Redentor é o teu nome desde a antiguidade”.
Ec 9.5 “Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tampouco terão eles recompensa, porque a sua memória jaz no esquecimento”.
ð Eles não vêm ao mundo nem em missão de graça: Lc 16.27-29: “Então, replicou: Pai, eu te imploro que o mandes à minha casa paterna, porque tenho cinco irmãos; para que lhes dê testemunho, a fim de não virem também para este lugar de tormento. Respondeu Abraão: Eles têm Moisés e os Profetas; ouçam-nos”.
ð Há apenas dois destinos: Dn 12.2; Mt 7.13,14
“Muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna, e outros para vergonha e horror eterno”.
Mt 7. 13 “Entrai pela porta estreita (larga é a porta, e espaçoso, o caminho que conduz para a perdição, e são muitos os que entram por ela), porque estreita é a porta, e apertado, o caminho que conduz para a vida, e são poucos os que acertam com ela”.
i) Quando se decide o destino eterno?
Jesus diz que “Quem crê e for batizado será salvo e quem não crê será condenado” (Mc 16.16). Depois da morte, não há oportunidade para melhorar de situação, segunda prova, outra oferta de graça e perdão. “Morrendo o perverso, morre a sua esperança, e a expectação da iniqüidade se desvanece” (Pv 11.7). “Eis agora o dia da salvação” (2 Co 6.2). “Aos homens está ordenado morrer uma só vez e, depois disso, o juízo” (Hb 9.27). A questão sobre se alguém vai ao céu ou ao inferno não será decidida no dia do juízo. Mas no momento da morte. “Por isso, quem crê no Filho tem a vida eterna; o que, todavia, se mantém rebelde contra o Filho não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus” (Jo 3.36). O Juízo do último dia é o grande final do presente mundo. Nele a sentença pronunciada sobre o indivíduo na morte será confirmada publicamente e será estendida ao corpo que, até então, retornou ao pó, de onde veio. Aquele que continua na fé até o fim nada tem a temer para sua alma depois da morte, nem para o corpo e alma no dia do juízo (Ap 2.10; 14.13):
Ap 2.10 “Não temas as coisas que tens de sofrer. Eis que o diabo está para lançar em prisão alguns dentre vós, para serdes postos à prova, e tereis tribulação de dez dias. Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida”.
Ap 14,13 “Então, ouvi uma voz do céu, dizendo: Escreve: Bem-aventurados os mortos que, desde agora, morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para que descansem das suas fadigas, pois as suas obras os acompanham”.
(Rev. Sílvio)
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