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quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Lc 2.1-20 - Grande medo e grande alegria

Medo e alegria. São dois sentimentos totalmente diferentes. Nós sabemos exatamente o que significa cada um deles. Já sentimos medo e já nos deliciamos com alegrias e sorrisos. Penso que, já neste natal, tivemos a oportunidade de conviver e compartilhar pelo menos destes sentimentos. Medo e alegria. Incrivelmente eles estão presentes no natal. A narrativa bíblica mostra isso.

Os anjos são enviados de Deus a pastores nas Campinas de Belém. Eles vêm do céu. O inimigo dos pastores estava na terra e jamais eles esperavam que viesse de cima. Não sabiam eles que eram anjos, e sua intenção não era mexer com as ovelhas, mas com os pastores. Homens de “não boa reputação”.

O sentimento não poderia ter sido outro: medo. Grande medo, nos informa Lucas. E não podia ser diferente mesmo. O ser humano aprendeu a conviver com o medo desde a queda em pecado. Adão depois de pecar, se escondeu e quando procurado por Deus, respondeu: “Eu ouvi a tua voz, quando estavas passeando pelo jardim, e fiquei com medo porque estava nu. Por isso me escondi”. (Gn 3.10)

Grande medo. Parece que o mundo perdeu o medo de Deus. E não há nenhuma razão para isso, porque Deus continua sendo o mesmo, e fazendo as mesmas perguntas: “Onde estás?” A não boa reputação dos pastores jogou um balde de água fria em cima de sua coragem e sua habilidade em caçar os inimigos deles e das ovelhas. O sentimento foi de grande medo.

Agora temos de perguntar: E nossa reputação? Pelo jeito não é das melhores. Todos somos incluídos na lista negra do salmista: “De fato tenho sido mau desde que nasci; tenho sido pecador desde o dia em que fui concebido”. Medo. E não tem como fugir: “Aonde posso ir a fim de escapar do teu Espírito?” pergunta o salmista.

Não tenham medo. Não fujam. Não somos inimigos. Não temos intenção de machucar, de ferir, de roubar. Temos notícias. Boas notícias. Temos evangelho. Grande alegria. E começaram cantar: “Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens que ele quer bem”.

O medo dos homens é temporário. Enquanto nós somos vítimas de mais um tarifaço de impostos, de nossa nova governadora, com seu jeito novo de governar, Deus nos alcança com “UMA GRANDE ALEGRIA”. Deus age também com um pacotão, não de impostos, mas de isenção, de perdão, de cancelamento de dívidas, de caminho aberto, sem pedágio.

É verdade o que diz o hino: “Para nos enriquecer/ ele se fez pobre/ quão profundo deve ser/ seu amor tão nobre”. Grandes alegrias só podem vir de cima. Grandes alegrias acontecem lá em cima, quando um pecador se arrepende. Os anjos que anunciaram o Salvador, também cantam quando um dos medrosos de Deus se volta para Ele, se volta em arrependimento verdadeiro.

Da parte dos homens nós somos castigados com pesados impostos. Da parte de Deus vem o pacotão de perdão, de graça, misericórdia. Tiago assim o expressou: “Tudo de bom que recebemos e tudo o que é perfeito vêm do céu, vem de Deus”. A grande alegria é maior que o medo. A mensagem de evangelho se impõe ao medo.

Nós apenas dizemos: Vamos até Belém. Os pastores respondem com coragem, com decisão, com fé, com alegria, com amor. João escreve: “No amor, não há medo;o amor que é totalmente verdadeiro, afasta o medo. Portanto aquele que sente medo não tem no seu coração o amor totalmente verdadeiro, porque o medo mostra que existe castigo”. (1 Jo 4.18)

Quando os anjos voltaram para o céu. Eles ainda estão lá. Graças a Deus. Porque no dia em que eles voltarem, não será para cantar glórias e anunciar evangelho. Eles virão para colher. Enquanto nós vivemos esse tempo da ausência visível dos anjos de Deus, nós tomamos decisões e rumos que nos levam a Jesus. “Vamos a Belém”.

Estamos no tempo de caminhar, de deixar rebanhos e buscar o Reino de Deus, de buscar o Salvador, na certeza de que o “anjo do Senhor se acampa ao redor dos que o temem”, mesmo que nós não o possamos ver. O retorno dos pastores apenas confirma a verdade que o anjo falou. O Salvador havia nascido. Agora reinava a alegria em seus corações. Agora eles voltaram alegres e davam glórias a Deus. Eles assumiram a missão dos anjos.

É o que acaba sobrando para nós também. Levar Cristo para todos. Que assim seja. Amém.


Rev. Ilmo Riewe - Gramado - RS

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