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sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

O Centurião e a cruz (teatro)

Descrição: Monólogo de um centurião romano que descobre que Jesus morreu numa cruz que o próprio Jesus havia feito.
Tempo: Aproximadamente 3 minutos 
Elenco: Um homem
Centurião: (entra, vê o público, olha para trás, faz um gesto de súplica, continua avançando)
Eles (aponta para a saída) me disseram que eu poderia ser o primeiro romano cristão em Jerusalém. Eles me pediram que desse meu testemunho. Os soldados romanos não tem autorização para falar ou se envolver em assuntos de política ou religião. Além disso, eu também não gosto muito disso. Assim, me perdoem se meu testemunho não for muito entusiasmado.
Você também pode não ficar muito feliz ao saber que fui eu quem chicoteou Jesus trinta e nove vezes. Mas isso não foi idéia minha. Foi Pilatos que me deu a ordem. Os rabinos tinham ciúmes de Jesus e queriam que Ele fosse morto. Mas Pilatos não achava nada que justificasse uma condenação à morte. Então pensou que se Jesus fosse chicoteado, os judeus ficariam satisfeitos. E eu apenas estava cumprindo as ordens que recebi. Eu até que gostei dele. Ele foi o prisioneiro mais bem comportado que eu chicoteei em minha vida. Jesus era muito calmo. Ele nem me amaldiçoou quando eu rasguei suas costas com o chicote, como fizeram todos os outros que castiguei. Quando terminei de chicoteá-lo, ele estava horrível, uma massa de carne e sangue. Eu pensei que ele estivesse morto, mas quando joguei nele um balde de água fria, ele voltou á vida.
Então, para minha surpresa, alguns minutos mais tarde Pilatos me mandou crucificar Jesus. Eu olhei nos olhos do governador e disse: Isso não é justo. Em primeiro lugar, o sujeito não foi é culpado de nada. E depois, nunca alguém recebeu 39 chicotadas e ainda foi crucificado.
Então Pilatos me disse baixinho: Só faça o que eu mando. Os rabinos estão atiçando a multidão,e  se nós libertarmos Jesus, vamos ter uma revolta do povo.
Então, o que eu podia fazer? Desobedecer? Assim, coloquei a cruz sobre Jesus e o levei para fora do palácio do governador.
Nas ruas de Jerusalém, no caminho para o Gólgota, estavam amontoadas milhares de pessoas, as mesmas que uma semana antes também estavam nas ruas aclamando este mesmo Jesus como Messias, como Rei. Eu não sei como elas ficaram sabendo da execução. Os rabinos tentaram manter a crucificação em segredo. Mas de alguma forma as pessoas descobriram. A maioria deles estava chorando e tentava alcançar ou tocar Jesus uma última vez. Eu tive que usar o chicote para que a multidão abrisse o caminho.
Foi então que aconteceu algo que mudou minha vida para sempre. Jesus caiu. Eu fui ajuda-lo a ficar em pé, e então vi que o nome Jesus estava esculpido na parte de baixo da cruz.
Eu olhei para Jesus e disse: Ei, Jesus, quem fez esta cruz tem o mesmo nome que você.
Jesus me disse: Quando eu era um carpinteiro, eu fiz esta cruz para mim.
Eu comecei a rir e disse: Isso é engraçado.
Então Jesus me disse: Não há nada de engraçado. Eu sabia que iria morrer nesta cruz.
Espere um pouco, Jesus, eu lhe disse. Eu soube que você era um carpinteiro. Mas isso foi há mais de três anos atrás. E você quer que eu acredite que há três anos atrás você sabia que estava fazendo a cruz onde iria morrer.
Jesus olhou em meus olhos e me disse: Sim, eu sabia.
Sem entender nada, eu perguntei: E ainda assim você fez esta cruz?
Mais uma vez ele me respondeu que sim.
Mas por quê?, eu perguntei.
Porque eu vim para morrer. Foi a resposta que Ele me deu.
Então eu olhei Jesus com mais cuidado e perguntei: Você é realmente o rei dos judeus, não é mesmo? 
Sim, eu sou. Foi a resposta que Ele me deu.
Eu não podia deixar um rei levar a sua própria cruz. Assim, eu escolhi um homem da multidão que pudesse levar a cruz no restante do caminho até o Gólgota. Era o mínimo que eu podia fazer por um rei.
Então, três dias depois... bem, isso é uma história para outro dia... (sai)


©2001 Bob Snook. 
Traduzido e adaptado por Rev. Éder Carlos Wehrholdt
Se você re-escreveu ou adaptou este jogral/teatro, envie-me uma cópia da sua criação: edercw@gmail.com 

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