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quarta-feira, 16 de julho de 2008

VERDADE, LENDAS, MITOS E MENTIRAS

“Papai, o que é Páscoa?”, pergunta o filho. “Ora, Páscoa é... bem... é uma festa religiosa!”, respondeu o pai.

“Igual ao Natal?” – “É parecido. Só que no Natal comemora-se o nascimento de Jesus e na Páscoa, se não me engano, comemora-se a sua ressurreição”. – “Ressurreição?” – “É, ressurreição”. – “E o que é ressurreição?”

“Marta, vem cá!” – “Sim?” – “Explica para esse garoto o que é ressurreição, para eu poder ler o meu jornal”.

“Bom meu filho, ressurreição é tornar a viver após ter morrido. Foi o que aconteceu com Jesus: três dias depois de ter sido crucificado, ele ressuscitou e subiu  aos céus. Entendeu?” – “Mais ou menos...”.

“Mamãe, Jesus era um coelho?” – “Que é isso, menino? Não me fale uma bobagem dessas! Coelho?! Jesus Cristo é o Papai do Céu! Nem parece que esse menino foi batizado!”

“Jorge, esse menino não pode crescer desse jeito, sem ir numa missa pelo menos aos domingos. Até parece que não lhe demos uma educação cristã! Já pensou se ele solta uma besteira dessas na escola? Deus me perdoe! Amanhã mesmo vou matricular esse moleque no catecismo!“

“Mamãe, mas o Papai do Céu não é Deus?” – “É filho, Jesus e Deus são a mesma coisa. Você vai estudar isso no catecismo. É a Trindade. Deus é Pai, Filho e Espírito Santo”.

“O Espírito Santo também é Deus?” – “É sim”. – “E Minas Gerais?” – “Sacrilégio!” – “É por isso que a Ilha da Trindade fica perto do Espírito Santo?” – “Não é o Estado do Espírito Santo que compõe a Trindade, meu filho, é o Espírito Santo de Deus. É um negócio meio complicado, nem a mamãe entende direito. Mas, se você perguntar no catecismo, a professora explica  tudinho!”

“Bom, se Jesus não é um coelho, quem é o Coelho da Páscoa?” – “Eu sei lá! É uma tradição. É igual a Papai Noel, só que ao invés de presente ele traz ovinhos”. – “Coelho bota ovo?” – “Chega! Deixa eu ir fazer o almoço que eu ganho mais!”

“Papai, não era melhor que fosse Galinha da Páscoa?” – “Era... era melhor, sim... ou então urubu”.

“Papai, Jesus nasceu no dia 25 de dezembro, né?” – “É”. – “Que dia que ele morreu?” – “Isso eu sei: na Sexta-feira Santa”. – “Que dia e que mês?” – “(???). Sabe que eu nunca pensei nisso? Eu só aprendi que ele morreu na Sexta-feira Santa e ressuscitou três dias depois, no Sábado de Aleluia”.

“Um dia depois!” – “Não, três dias depois”. – “Então morreu na quarta-feira”. – ”Não, morreu na Sexta-feira Santa... ou terá sido na Quarta-feira de Cinzas? Ah, garoto, vê se não me confunde! Morreu na sexta mesmo e ressuscitou no sábado, três dias depois! Como? Pergunte à sua professora de catecismo!”

“Papai, por que amarraram um monte de bonecos de pano lá na rua? – “É que hoje é Sábado de Aleluia, e o pessoal vai fazer a malhação do Judas. Judas foi o apóstolo que traiu Jesus”. – “O Judas traiu Jesus no sábado?” – “Claro que não! Se Jesus morreu na sexta!!!” – “Então por que eles não malham o Judas no dia certo?” –  “Sei lá...!”.

“Papai, qual era o sobrenome de Jesus? – “Cristo. Jesus Cristo”. –  “Só?” – “Que eu saiba sim, por quê?”

“Não sei não, mas tenho um palpite de que o nome dele era Jesus Cristo Coelho. Só assim esse negócio de Coelho da Páscoa faz sentido, não  acha?”

“Ai, coitada! – “Coitada de quem?” – “Da sua professora de catecismo!”

Esse texto, da autoria de Luis Fernando Veríssimo, sob o título “Papai, o que é Páscoa?”, no qual fiz algumas adaptações, nos faz pensar sobre a maneira de que educamos os nossos filhos e de como tratamos as coisas sagradas. Confundimos os nossos filhos com figuras mitológicas e lendárias, como Papai Noel, Coelhinho da Páscoa, Lobisomem, Mula-sem-cabeça e Saci Pererê, com verdades bíblicas.

Os nossos filhos, no Natal, na Quaresma e na Páscoa, dão muito mais valor ao Papai Noel, ao Lobisomem e ao Coelhinho da Páscoa do que ao nascimento, morte e ressurreição de Jesus.

Os nossos filhos precisam aprender a conhecer melhor a Bíblia e o significado de cada acontecimento. Eles precisam aprender a distinguir entre o que é bíblico e o que é mito, entre o que diz a Palavra de Deus e o que diz a lenda, entre o que é certo e o que é errada, entre o que é verdade e o que é mentira.

Precisam saber que os três acontecimentos referidos acima formam um conjunto: no Natal celebramos o nascimento de Jesus; na Quaresma nos preparamos para celebrar a redenção da humanidade perdida através da morte de Cristo cruz; na Páscoa proclamamos esta redenção, quando Cristo venceu o pecado, a morte e o diabo. Cristo sofreu e morreu em nosso lugar, para que todo o que nele crê não pereça no fogo do inferno, mas tenha a vida eterna.

A ressurreição de Cristo prova de que nós também ressuscitamos; somos, portanto, as pessoas mais felizes do mundo, podendo dizer com o apóstolo Paulo: “Tragada foi a morte pela vitória. Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão? O agulhão da morte é o pecado e a força do pecado é a lei. Graças a Deus que nós dá a vitória por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Coríntios 15.54-57).

Lembremos isso aos nossos filhos no seu dia-a-dia, para que, em vez de acreditar em Papai Noel, Coelhinho da Páscoa, Lobisomem, Mula-sem-cabeça e Saci Pererê, acreditem mais no poder, no amor e na graça de Deus: que criou o mundo, o preserva e nos salva de todos os pecados. Tudo o que ele espera de nós é que creiamos nele, confiemos no seu perdão e andemos nos seus caminhos.

Abraços e votos de bênçãos de Deus

Pastor Lindolfo Pieper

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