Texto: 1 Co 15.58-16-9
Introdução
Planejar está se tornando cada vez mais necessário. E a importância do planejamento aumenta ainda mais quando o tempo é breve, os recursos são escassos e fazer o melhor é preciso. A igreja – o povo de Deus – tem pouco tempo (sua tarefa é urgente), seus recursos não são muitos (precisam ser bem aplicados), e muitas almas precisam ser salvas (o Evangelho precisa ser anunciado).
Por isso a IELB solicitou que todas as Congregações fizessem um planejamento detalhado de seu trabalho até 2004.
O lema do último Congresso Distrital de Leigos, realizado no dia 17/10/99, em Novo Hamburgo, foi: "Homens de fé – rumo ao 3º Milênio – Planejam".
Hoje, trabalhar sem previsão e sem direção, é um tiro no escuro. Todos precisam planejar tudo: desde os gastos pessoais, passando pelo orçamento doméstico, até ao orçamento da maior empresa multinacional.
"Planejar é pensar, ao invés de improvisar".
"Planejar é decidir antecipadamente o que fazer, como fazer, quando fazer e quem irá fazer. É eliminar o hiato entre onde estamos e aonde queremos chegar" (Koontz e O'Donnell).
"Planejamento é pensar e anteceder ações e reações, com o objetivo de construir o futuro e ser pró-ativo."
Deus planejou
1. A criação do mundo – "Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; tenha ele domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos, sobre toda a terra e sobre todos os répteis que rastejam pela terra. Criou Deus, pois o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou" (Gn 1.26-27).
2. A Redenção do homem – "Porei inimizade entre ti e a mulher; entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar" (Gn 3.15).
Vinde, benditos de meu Pai! entrai na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo (Mt 25.34).
Antes da fundação do mundo, Deus já nos havia escolhido para pertencermos a ele, sendo unidos com Cristo, a fim de sermos somente dele, e estarmos sem culpa diante dele. Por causa do seu amor por nós, Deus já havia resolvido que nos faria seus filhos, por meio de Jesus Cristo, pois esse era o seu prazer e a sua vontade... Deus, em toda a sua sabedoria e entendimento, fez o que havia resolvido e nos revelou o plano secreto que tinha decidido realizar por meio de Cristo. Esse plano é o de unir no tempo certo, debaixo da autoridade de Cristo, tudo o que há no céu e na terra. Pois tudo é feito de acordo com o plano e a decisão de Deus. Ele nos escolheu para sermos o seu próprio povo, unidos com Cristo, de acordo com a sua vontade e com o que ele havia decidido desde o princípio (Ef 1.4-5, 8-11 – BLH).
O apóstolo Paulo planejou
1. Fazer uma visita aos irmãos de Corinto: E, quando tiver chegado (16.3a); Irei ter convosco por ocasião da minha passagem pela Macedônia (hoje, Bulgária e Romênia? – 16.5);
2. Mandar levar a oferta através de pessoas credenciadas: enviarei, com cartas, para levarem as vossas ofertas a Jerusalém, aqueles que aprovardes (16.3b);
3. Demorar-se para um programa de visitas às igrejas da região: Eu me encontrarei com vocês depois de passar pela região da Macedônia, pois irei por lá. Pode ser que fique algum tempo com vocês, talvez todo o inverno, e assim vocês poderão me ajudar a continuar a viagem que tenho de fazer. Porque não quero vê-los apenas de passagem. Se o Senhor quiser, espero ficar bastante tempo com vocês (16.5-7 BLH);
4. Ficar um tempo em Éfeso: resolvi ficar aqui em Éfeso até o dia de Pentecostes. Pois encontrei aqui ótimas oportunidades para um grande e proveitoso trabalho (16.8-9 BLH);
Se prosseguimos na leitura do texto, vemos que Paulo também:
5. Planejou a respeito dos companheiros Timóteo e Apolo: Se Timóteo chegar aí, façam tudo para ele se sentir bem entre vocês, pois, assim como eu, ele está trabalhando para o Senhor. Que ninguém o despreze. Ao contrário, vocês devem ajudá-lo a continuar a sua viagem em paz, para que volte aqui... (16.10-11 BLH).
Paulo não faz seu trabalho sem planejar. Ele prepara tudo com zelo e antecedência. As pessoas são informadas, orientadas e mobilizadas. Assim, os imprevistos e os fracassos são reduzidos ao mínimo. A obra de Deus exige este cuidadoso planejamento: Maldito aquele que fizer a obra do Senhor relaxadamente (Jr 48.10).
Os Coríntios devem planejar sua oferta
Os irmãos da Judéia estão passando fome. As providências precisam ser rápidas, mas não irrefletidas nem improvisadas. A oferta não deve ser "arrancada" num apelo de final de culto. Também não num final de semana ou final de mês, depois de tudo já estar comprometido.
Paulo ensina os cristãos de Corinto a preparar suas ofertas com antecedência, com planejamento: "No primeiro dia da semana, cada um de vós ponha de parte, em casa, conforme a sua prosperidade, e vá juntando, para que se não façam coletas quando eu for" (16.2). O mesmo texto em A BÍBLIA VIVA: "Todos os domingos, cada um de vocês deve separar alguma coisa do que ganhou no decurso da semana, e utilizá-la para essa oferta. A quantia depende de quanto o Senhor ajudou vocês a ganhar. Não esperem até que eu chegue aí, para só então tentar coletar tudo de uma vez."
Assim, na chegada de Paulo, tudo estaria pronto. Ninguém estaria desprevenido e nem sofreria constrangimento.
Planejemos também as nossas ofertas
Embora o texto em questão se refira a uma coleta especial para os necessitados de Jerusalém e arredores, há nele um princípio básico importante para qualquer tipo de oferta: o preparar a oferta, ou seja o planejamento.
Se Paulo insiste neste planejamento até para uma oferta especial em favor dos necessitados, maior ainda é a importância de planejarmos as nossas ofertas regulares para o Reino de Deus.
Como podemos planejar nossas ofertas?
Aqui entra novamente a necessidade de definir o que é planejamento: "Planejar é decidir antecipadamente o que fazer, como fazer, quando fazer e quem irá fazer".
Quando se trata de planejar o trabalho do Senhor ou as ofertas para o seu Reino, precisamos acrescentar ainda um por que fazer. Este, aliás, é o ponto de partida do planejamento cristão, e o apóstolo Paulo começa precisamente com este item, ou seja, com a motivação.
1. Por que planejar bem o trabalho e as ofertas? – A motivação correta e necessária é a graça de Deus em Cristo: Agradeçamos a Deus, que nos dá a vitória por meio de nosso Senhor Jesus Cristo! Portanto, meus irmãos, continuem fortes e firmes. Estejam sempre ocupados no trabalho do Senhor, pois vocês sabem que tudo o que fazem no serviço do Senhor sempre tem proveito (1 Co 15.57-58 – BLH).
2. O que planejar? – As ofertas: Quanto ao dinheiro para ajudar o povo de Deus da Judéia, vocês devem fazer o que eu disse às igrejas da região da Galácia (1 Co 16.1).
- No nosso caso: planejar as ofertas regulares (mensais, que incluem as ofertas para a Assistência Social).
3. Como fazer? – ...separar alguma coisa do que ganhou no decurso da semana, e utilizá-la para essa oferta... Não esperem até que eu chegue aí, para só então tentar coletar tudo de uma vez (16.2).
- No nosso caso: Separar (reservar e destinar) uma parte do que ganhamos durante o mês. Aqui entra a promessa, a decisão prévia, o planejamento da proporção que iremos ofertar.
4. Quando fazer? – Todos os domingos (dias de culto)... Assim não haverá necessidade de recolher ofertas quando eu chegar.
- No nosso caso: Todos os meses. Assim não haverá necessidade de fazer apelos ou recorrer a pessoas quando precisamos fazer alguma reforma ou melhoramento na igreja (pinturas, bancos, lustres, arranjos, etc.), a não ser em casos realmente especiais. As ofertas já estarão prontas e disponíveis.
5. Quem irá fazer (ofertar)? -- cada um de vocês, isto é, todos os que participam da vitória de Cristo (15.57); todos os cristãos batizados.
- No nosso caso: todos (do menor ao maior) são estimulados a participar da graça de ofertar.
No caso de planejamentos que envolvem valores, podemos acrescentar ainda um sexto item:
6. Quanto ofertar? -- A quantia depende de quanto o Senhor ajudou vocês a ganhar (16.2 – A Bíblia Viva).
- No nosso caso: o valor da oferta vai depender:
- de quanto o Senhor ajudou – isto é, o quanto reconhecemos e valorizamos a ajuda de Deus (isto traduzimos no percentual);
- de quanto... ganhar – isto é, de nosso salário ou rendimentos.
Conclusão
A oferta é um assunto inserido numa vida cristã total. Por isso Paulo, ao ensinar os Coríntios (e a nós também) a ofertar, não deixou de:
1. Consolá-los com o evangelho: Graças a Deus que nos dá a vitória por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo (1 Co 15.57);
2. Conclamá-los à fidelidade: Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e inabaláveis (v. 58);
3. Estimulá-los no trabalho geral do Reino de Deus: e sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que, no Senhor, o vosso trabalho não é vão (v. 58);
Rev. Renato L. Regauer - Sapiranga/RS
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