Notícias da queda de mais um avião correram Brasil e mundo. Em meio a
preocupação de familiares, da angústia de ter alguém querido entre as
vítimas, chama-nos a atenção o empenho e a preocupação das autoridades em
desvendar os fatos e os motivos do desastre. Nesta hora ninguém mede
esforços, custos e disponibilidade. Alguém disse que morrer num desastre de
avião já foi mais raro do que ser atingido por um raio, ser mordido por um
animal venenoso ou tomar uma descarga elétrica fatal. Podem não ser tão
freqüentes, mas tragédias aéreas sensibilizam, porque o número de vítimas
sempre é grande.
Muitas pessoas se negam a viajar de avião, temendo acabar num triste número
estatístico. Será que este é o caminho? A Veja de 2004 relata que a chance
de uma pessoa morrer em um desastre aéreo é uma em um milhão. Se levarmos
em conta os números das estatísticas, acidentes de trânsito matam mais
de100 vezes, se comparado aos aéreos (fontes: G1 e UNICAMP). Mesmo que a
proporção de veículos seja absurdamente maior do que a de aeronaves, estas
quase nunca param, e sempre levam grandes quantidades de pessoas.
Quando um acidente de avião mata, é uma comoção geral. Mas e quanto às
milhares de pessoas que diariamente morrem no trânsito, em hospitais ou com
a violência? Parece que estas já fazem parte da rotina, a existência delas
já é "normal".
Acredito que o empenho dispensado para recuperar destroços e corpos, como o
da aeronave Air France, deveriam ser multiplicados aos que ficaram e
continuam em meio a multidão perdidos. Aos familiares que choram, aos que
estão inconsolados, não só por esta tragédia, mas daquelas que diariamente
ocorrem na vida de todos. "Consolai, consolai meu povo" registra o Profeta
Jeremias, se referindo à preocupação de Deus para com a necessidade maior
do ser humano.
Ir em busca dos perdidos é uma tarefa que envolve muito empenho e esforço,
mobiliza pessoas que se preocupam com os que sofrem e com suas reais
necessidades. O Evangelista Lucas que era médico, sabia o era que cuidar de
pessoas, relata com muita clareza as palavras de Jesus: "Os que têm saúde
não precisam de médico, mas sim os doentes" Lucas 5.31.
Quem realmente são os perdidos ou doentes na tragédia deste voo? Quem são
os doentes e perdidos de nossa sociedade? Acredito que aqueles que ainda
podem ouvir, aqueles que ainda podem ser ajudados e socorridos. Não
acredito que estejam apenas em alto mar, mas bem próximos a nós. Enquanto
paramos e pasmos comentamos as centenas de mortos que ficarão nas
estatísticas, milhares continuam perdidos, desamparados e morrendo. A cada
um o "salva-vidas" Jesus afirma: "eu vim para que tenham vida e a tenham em
abundância." Só Ele pode nos trazer o real conforto!
Pastor Márlon Hüther Antunes, Maceió
quarta-feira, 3 de junho de 2009
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